Um delicioso aperitivo para o MIT Valongo
E eis que de repente se ouve um desmoronamento de terra. Acidental ou provocado por alguém? No interior de uma mina está um homem, um mineiro, que é atingido pelo infortúnio. Berra pelos seus companheiros de trabalho em busca de auxílio, mas nada. Soterrado, este homem inicia então uma longa caminhada para fugir ao mundo contemporâneo, e é então que começa a discriminar o homem comum, o homem sem escrúpulos, o homem intelectual, o pobre, o rico. É ao mesmo tempo um homem com medo de tudo e todos, da mãe, do pai, da mulher, da amante, do patrão, do colega, medo... do medo. É no fundo um homem dominado pelo desespero, pelo desânimo mediante o infortúnio de que foi alvo. Esta é uma pequena imagem da peça “Mineiro”, que esteve em cena na Casa de Espectáculos do Fórum Cultural de Ermesinde de 6 a 11 de Novembro, uma co-produção do ENTREtanto Teatro e da Estaca Zero Teatro, criada a partir da obra “A Cena do Ódio”, de Almada Negreiros.
Com um cenário visualmente atraente – desde já os parabéns ao cenógrafo – a peça apresenta-nos um belo texto com contornos dramáticos criado por Júnior Sampaio, uma figura que nos tem habituado nos últimos tempos à criação e encenação de grandes peças de teatro.
Em suma, “Mineiro” foi uma espécie de aperitivo para o grande certame cultural que decorre no Fórum Cultural de Ermesinde de 13 até 24 de Novembro e que dá pelo nome de MIT Valongo (Mostra Internacional de Teatro).
Ficha Artística e Técnica
Texto, Encenação e Espaço cénico
• Júnior sampaio
Assistente de Encenação
• Daniela Gonçalves
Cenografia e figurinos
• Rui Azevedo;
música original
• Rui Lima e Sérgio Martins;
desenho de luz e operação de luz e som
• Hélder Simões;
interpretação
• Hugo Sousa, Carlos Gonçalves, Emanuel de Soisa, Ivone Oliveira, Jaime Pacheco, Rita Vieira, Rui Gomes, Sara Fernandes e Tânia Reis;
imagem gráfica
• Emanuel de Sousa;
produção executiva
• Amélia Carrapito, Sofia Leal [ENTRETanto Teatro],
Ivone Oliveira, Cláudia Sousa [Estaca Zero Teatro]
co-produção
• ENTREtanto Teatro
•ESTACA ZERO TEATRO
Por:
Miguel Barros
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