Adeus
Quando na escola de Provesende, o Prof. Matos falou da conquista de Lisboa aos mouros, soube como os portugueses eram valentes e como D. Afonso Henriques era um bravo Conquistador! Martins Moniz, ao morrer entalado na porta do Castelo, foi o mártir .
A acção dos Cruzados na conquista não era desconhecida(!?). Por quê ?
Nas procissões da Senhora da Azinheira desfilavam (muitos) de vestes brancas e carapuços, tendo nas costas a cruz vermelha.
A mãezinha (avó materna, viúva, a tratar dos netos) ia dizendo:
– São muitos, pois as vestimentas são baratas, e S. Martinho sempre teve procissões grandes, muitos andores e duas bandas de música!...
A CONQUISTA
DE LISBOA
AOS MOUROS
Os Cruzados eram guerreiros, vindos de Inglaterra e Alemanha, para irem libertar o túmulo de Cristo dos muçulmanos e, no caminho, ajudaram na reconquista cristã.
Na recordação ficou a luta religiosa, entre árabes e cristãos. Será preciso recordar que, no final da conquista de Lisboa, os Mouros tiveram vida condigna, no bairro da Mouraria, e os cruzados foram à vida, sem direito a espólio de guerra?! Tudo por Deus, tudo por Alá...
Estar com Deus, seja qual for a via de contacto, é ir ao encontro da tranquilidade de espiríto. Já na antiguidade egípcia se fazia a saudação ao Deus Amon. Tão forte é a ligação ao Céu que o Pai-Nosso e a Avé-Maria terminam em Amen (para o deus Amon!)
O José Agostinho Correia, primeiro emigrante da Tenaria a ir para França nos anos cinquenta, disse, quando saudado pela Maria Ventura:
– Adeus é para quem morre!!!
Jamais esqueci o dito do Zé Agostinho, ex-seminarista de Poiares e ex-furriel.
A palavra adeus é de grande e profundo sentimento. Iria dizer que invoca mais do que a saudade. Adiós, good-bye, shalon, tchau, au revoir e auf wiedersehen são expressões de menos significado. Seria possível em francês dizer-se “... fez adeus e foi-se embora”?!
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Foto RUI LAIGINHA |
MODOS
DE EVOCAR
DEUS
Onde param os abraços e os beijos ternurentos das despedidas no aeroporto de Pedras Rubras? E os minutos passados à espera de dizer adeus, lá do alto do edifício, aos amigos a caminho do avião?!
Entre modos de evocar Deus, há um quase esquecido, que muito me comove, quando o ouço ou pronuncio: “Deus lhe pague”.
Após ultrapassados os sessenta anos, a acuidade visual e os movimentos vão sendo mais calmos, para não dizer mais lentos, e, ao receber um delicado auxílio, só um “Deus lhe pague” retribui a amabilidade... Até o famoso compositor Wolfgang Amadeus Mozart, nascido em 1756 em Salzburgo, tem Deus no nome. Nas comemorações dos 250 anos do seu nascimento, muito se tem feito na homenagem ao músico-compositor. Estou em crer que, num campo de batalha, ouvindo-se as suas melodias, as armas silenciavam e as baionetas embainhavam!
MOZART
E O VINHO DO PORTO
Se os 250 anos do nascimento de Mozart merecem a atenção do Mundo Cultural, nós não podemos esquecer as comemorações dos 250 anos da criação da primeira região vinícola do Mundo, no tempo do Marquês de Pombal – Região Demarcada do Douro.
A estátua do Marquês, colocada na avenida do Douro (Peso da Régua) devia ser decorada a néon, apesar de quase só representar os caracóis do Estadista!
Os transmontanos e durienses devem comemorar o acontecimento – dois séculos e meio de história é obra!
Se as sinfonias de Mozart alegram o coração, o Vinho do Porto faz cantar o espiríto!
Por:
Gil Monteiro
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