XVII FEIRA DO LIVRO DO CONCELHO DE VALONGO
"A Voz de Ermesinde" na Feira do Livro de 2010
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Fotos URSULA ZANGGER |
Mais uma vez “A Voz de Ermesinde” volta a estar presente na Feira do Livro do Concelho de Valongo. Ainda e sempre, pela nossa parte, com uma dupla responsabilidade, a primeira, de cariz informativo, no sentido de dar a conhecer à comunidade o de que mais importante ali se passa, quer no sentido informativo mais estrito, quer num outro sentido, mais reflectido e crítico; a segunda de natureza diferente, enquanto agente cultural interventivo, por um lado divulgando “A Voz de Ermesinde”, na sua actualidade e na sua história, contactando os seus leitores e assinantes, presentes e futuros, e reforçando os laços do jornal com a comunidade em que se insere e da qual é também porta-voz. E, por outro lado, também, mais uma vez trazendo à feira algumas editoras prestigiadas, quer pela sua reconhecida programação editorial de muitos anos, (Antígona, e etc.), quer, no caso das editoras mais jovens, pelo seu arrojo, novidade e qualidade da intervenção cultural (Orfeu Negro, Letra Livre e 7 Nós).
Mas este ano, além da divulgação do nosso jornal e dos livros das editoras já citadas, “A Voz de Ermesinde” volta a ser promotora de um evento na Feira, a apresentação, precisamente na noite do último dia, quase no encerramento, do livro de António Alberto Silba “Ciência É Cultura”, publicado pelo Politécnico do Porto e as Edições Politema.
Para este evento chamamos a atenção dos leitores de “A Voz de Ermesinde”. O autor, investigador na área da Física, tem vindo a desenvolver notáveis trabalhos de divulgação das Ciências e de reflexão na esfera da Didáctica do Conhecimento e das Ciências. Se isto ainda não bastasse, diga-se que a apresentação do livro estará a cargo de Renato Roque, um artista que se tem feito notar pelos seus trabalhos na área da Fotografia.
Por isso, é com natural ansiedade que esperamos a presença de todos no dia de encerramento da Feira, às 21h30, em frente ao pavilhão de “A Voz de Ermesinde”.
Mas a um outro evento entretanto ocorrido na Feira não pode também deixar “A Voz de Ermesinde”, falamos da iniciativa levada a cabo pela associação cultural Ágorarte, em torno do livro de crónicas de Nuno Afonso “O Meu Povo em Gente”, que foi apresentado na noite do passado dia 6, com a prresença e intervenção de Carlos José Faria, presidente da referida associação, embora na presença de um auditório relativamente reduzido.
Nas páginas de “A Voz de Ermesinde” já tivemos ocasião de referir o fascínio deste livro, retratando a vida de muitos seres humanos, mais ou menos próximos do autor, que em pinceladas plenas de humanidade e vigor, ali nos traz a vida da sua Alimonde – uma aldeia do planalto transmontano – como quem fala não de um lugar pequenino, mas de todo o universo e da alma humana, na sua fascinante diversidade e capacidade de nos surpreender.
Pois como todos saberão, as crónicas de Nuno Afonso foram, em primeiro lugar, publicadas no jornal “A Voz de Ermesinde” e é de plena boa vontade o facto de nos associarmos a este evento, que também pretendemos promover.
Umas breves palavras então para a apresentação propriamente dita, e na qual Carlos José Faria soube, com mestria, destacar alguns aspectos da obra muito peculiares. Por exemplo: «Rigor do traço, minúcia da descrição», «pintura de grande sensibilidade», «palavras rigososamente escolhidas», «narrativa bem estruturada».
Abordando depois o percurso de vida de Nuno Afonso, o palestrante ajudou a desvendar alguns aspectos da sua obra, como quando, por exemplo, tomou, entre outras a personagem de Maria, a mãe do autor.
No decurso da conversa teve também Nuno Afonso ensejo de enaltecer a figura do pai, e os longos anos de separação do casal de progenitores, que criaram uma numerosa família.
Mas voltemos à palestra de Carlos José Faria. Depois, no trecho da sua intervenção mais conseguido, deu vida às palavras de Nuno Afonso, interpretando trechos dalgumas crónicas numa dramatização quase teatral, e salgada pelo sotaque transmontano.
O dirigente da Ágorarte apontou ainda outros aspectos da obra, o conflito entre o bem e o mal, a oposição entre meio rural e meio urbano, as reflexões de natureza sociológica, psicológica, etc..
Nuno Afonso, finalmente, teceu também algumas considerações sobre a sua obra e a sua vida, entre elas a vicissitude da sua qualificação académica na Universidade Pontifícia do Rio de Janeiro, que o regime português não aceitou, em 1969, tendo somado depois a essa a sua licenciatura obtida na Universidade do Porto.
Os dois livros, “Ciência É Cultura”, de António Alberto Silva, e “O Nosso Povo em Gente”, de Nuno Afonso, encontram--se à venda no stand de “A Voz de Ermesinde”.
Por:
LC
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