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Edição de 30-06-2025
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    SECÇÃO: Local


    A Romaria de Santa Rita: Fé, Tradição e Identidade em Ermesinde

    Com um programa religioso e profano diversificado, realizaram-se em Ermesinde, de 5 a 10 de junho, as Tradicionais Festas de Santa Rita, numa organização conjunta do Santuário (programa religioso) e da Junta de Freguesia de Ermesinde. Este ano, destacou-se a novidade da transmissão em ecrã gigante dos jogos da seleção portuguesa na Liga das Nações, coincidindo o triunfo de Portugal com o dia maior da festa.

    FOTOS HÉLDER TEIXEIRA (JFE)
    FOTOS HÉLDER TEIXEIRA (JFE)
    A Romaria em honra de Santa Rita de Cássia, celebrada anualmente no segundo domingo de junho, constitui um dos momentos religiosos e culturais mais significativos da cidade de Ermesinde. Com raízes que remontam às primeiras décadas do século XX, esta devoção popular consolidou-se em torno do antigo Colégio de Ermesinde, à Formiga.

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    A festa litúrgica de Santa Rita celebra-se a 22 de maio, data que evoca o dia da sua morte em Cássia, Itália, no ano de 1457. Nascida em 1381 com o nome de Margherita (Margarida, em português) Rita casou muito jovem, teve dois filhos e enfrentou precocemente a viuvez e a perda dos filhos. A dor levou-a a ingressar no convento agostiniano de Santa Maria Madalena, em Cássia, onde viveu em profunda entrega espiritual, tornando-se exemplo de fé, coragem e esperança perante as adversidades.

    Em Ermesinde, o Santuário Diocesano da Formiga, dedicado a Santa Rita, atrai ao longo de todo o ano numerosos peregrinos. Contudo, foi no domingo do segundo fim de semana de junho, neste ano, o dia 8, que se realizou a sua festa mais popular. A vertente religiosa foi, como sempre, organizada pelos responsáveis do Santuário Diocesano, enquanto a componente profana foi promovida pela Junta de Freguesia de Ermesinde, num esforço conjunto que enriquece a dimensão comunitária do evento.

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    Ao longo das décadas, a romaria afirmou-se como expressão identitária da comunidade ermesindense, unindo gerações em torno da fé, da oração e do convívio. A solene Procissão percorreu o recinto do Santuário, com tapete de flores, nela participou o presidente da Junta de Freguesia, Miguel de Oliveira e grande parte do seu executivo, bem como o vice-presidente da Câmara, Paulo Esteves Ferreira e centenas de fiéis e peregrinos oriundos de diversas localidades da região, num gesto coletivo de veneração e esperança. A celebração da Eucaristia em múltiplos horários, a oração do terço comunitário e a exposição permanente do Santíssimo Sacramento, constituem momentos centrais do programa religioso.

    Em 2025, a Romaria de Santa Rita assumiu um significado particularmente especial com a elevação do Santuário à dignidade de Igreja Jubilar, no contexto do Jubileu proclamado pelo Papa sob o lema “Peregrinos de Esperança”. Esta distinção sublinha não apenas a importância espiritual do local, mas também o seu valor simbólico na vivência da fé católica na região e na construção da memória religiosa de Ermesinde.

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    Mais do que uma festa religiosa, a Romaria de Santa Rita representa um elo entre o passado e o presente, entre a tradição e a renovação da fé. É uma manifestação de religiosidade popular que resiste ao tempo, consolida laços comunitários e alimenta, ano após ano, a esperança de um povo.

    FESTIVAL DE FOLCLORE, NA ABERTURA DAS FESTAS DE SANTA RITA

    No dia 5 de junho, tiveram início as Festas de Santa Rita de Ermesinde com o Festival de Folclore, que contou com a participação de vários grupos de danças tradicionais da cidade e do concelho. O evento foi um sucesso, com a apresentação de diversas danças e cantares que encheram o palco de ritmo e cor.

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    O primeiro a subir ao tablado foi o “Rancho da Associação Desportiva e Recreativa da Gandra”, que interpretou, com bastante intensidade, algumas modas do seu reportório, nomeadamente, “Siga a rusga”, “Vira cruzada”, “A Chula”, “Cana Verde” e “Carrasquinha”.

    Seguiu-se o grupo “Padeirinhas de Valongo” que dançou algumas modas como “Fadinho”, “Alice dá cá um beijo”, “Vira da nossa terra”, “Malhão” e “Rusga ao Senhor da Pedra”.

    O terceiro a subir ao palco foi o Grupo de Danças Tradicionais da USE, que, como sempre, é dirigido pela dupla de professores António e Adélia Peixoto. que apresentaram uma série de modas, incluindo a de Entrada, a “Padeirinha”, a “Tamanquinha”, o “Escote”, a “Besbiana” e “Sericoté”. O grupo mostrou muita energia e habilidade, encantando o público com as suas performances.

    Por último exibiu-se o “Grupo de Danças e Cantares de Alfena”, que executaram danças como o “Pezinho”, a “Lavadeira”, o “Brasileiro” e “Marrafas”.

    O festival foi uma celebração da cultura popular portuguesa e uma oportunidade para promover a tradição e a identidade da região.

    GREANDES NOMES NO CARTAZ ARTÍSTICO DAS FESTAS DE SANTA RITA

    As Festas de Santa Rita deste ano destacaram-se não apenas pela dimensão religiosa e comunitária, mas também pela qualidade e diversidade do seu cartaz artístico. O programa incluiu atuações de artistas de reconhecido prestígio a nível nacional, contribuindo para atrair milhares de visitantes e reforçar o prestígio deste evento no panorama das festas populares do norte do país.

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    Um dos momentos mais marcantes ocorreu na noite de sábado, 7 de junho, com a atuação de Quim Barreiros, incontornável figura da música popular portuguesa. O cantor encheu por completo o recinto das festas, com uma multidão entusiasta que vibrou ao som do seu reportório brejeiro e bem-humorado. O concerto, que antecedeu o tradicional espetáculo de fogo de artifício, foi um dos pontos altos do programa profano, evidenciando a capacidade de mobilização do certame.

    Outro nome de destaque foi Micaela, cantora popular que atuou na noite de 9 de junho. Conhecida pelos seus temas emotivos e cativantes, a artista brindou o público com as suas canções mais emblemáticas, proporcionando mais um momento de grande adesão popular e envolvimento do público.

    As festividades encerraram de forma dinâmica e intergeracional no feriado de 10 de junho, com a apresentação de um conjunto de espetáculos sob o título “Danças Urbanas”. Este segmento deu palco a vários grupos de dança locais e regionais, que trouxeram ao público coreografias contemporâneas, juventude, energia e talento, encerrando as festas com um espírito de celebração inclusiva e criativa.

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