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Edição de 31-10-2024
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    Arquivo: Edição de 10-05-2013

    SECÇÃO: Saúde


    Quando o coração perde o ritmo…

    Num adulto saudável em repouso o coração bate cerca de 60 a 100 a vezes por minuto, sendo o seu ritmo regular como o tiquetaque de um relógio. Em certas circunstâncias o coração pode bater de uma forma irregular, o que se considera uma arritmia cardíaca (perturbação do ritmo cardíaco). A arritmia cardíaca crónica mais frequente é a fibrilhação auricular, que se estima afetar cerca de 200 000 portugueses.

    Os sintomas mais comuns são a sensação de batimentos descoordenados do coração acompanhados habitualmente de pulsação rápida e irregular. Os pacientes podem referir tonturas, ou mesmo perda do conhecimento, dificuldade em respirar, cansaço, confusão ou sensação de aperto no peito. Os sintomas podem iniciar-se e parar subitamente. No entanto, deve ser referido que cerca de 1/3 das situações podem ser assintomáticas ou apresentar poucos sintomas que podem ser desvalorizados pelos doentes.

    Mesmo nos casos em que a doença é assintomática, ela pode ser detetada através de uma medida simples e que todos podem aprender: basta saber avaliar a pulsação. Muitas vezes a suspeita de fibrilhação auricular começa pela medição de uma pulsação muito acelerada e irregular. Medir a pulsação pela palpação de uma artéria do pulso é uma manobra muito simples e que pode ser ensinada a todos em poucos minutos. O diagnóstico desta arritmia pode ser feito pela simples realização de um eletrocardiograma (ECG).

    Uma das complicações mais graves da fibrilhação auricular é a ocorrência do acidente vascular cerebral (AVC), que pode ter consequências devastadoras. Cerca de 1/3 de todos os AVC, tem como origem a fibrilhação auricular, sendo que os AVC´s relacionados com esta arritmia são habitualmente mais graves.

    A prevenção da fibrilhação auricular é semelhante à de outras doenças cardiovasculares e passa por evitar a ingestão de bebidas alcoólicas em excesso, o tabagismo, o sedentarismo, o excesso de peso e o stress.

    Para melhorar o conhecimento, o diagnóstico, a prevenção e o tratamento desta doença, a Associação Bate Bate Coração está a promover em Portugal a assinatura da Carta dos Direitos dos Doentes com Fibrilhação Auricular.

    Ajude-nos nesta causa assinando o documento disponível no site:

    http://www.signagainststroke.com/pt

    Por: Carlos Morais (*)

    (*) Cardiologista, presidente da Associação Bate Bate Coração

     

     

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