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Edição de 30-06-2025
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  • Jornal Online

    SECÇÃO: Desporto


    ENTREVISTA

    Rui Fernandes Almeida despede-se da presidência do Ermesinde 1936

    Rui Fernandes Almeida não vai continuar à frente dos destinos do Ermesinde Sport Clube 1936. O ainda presidente da direção coloca assim um ponto final numa ligação de seis anos (dois mandatos consecutivos) ao clube por motivos, essencialmente, de ordem familiar e pessoal. As eleições com vista a eleger os novos órgãos sociais do Ermesinde 1936 vão acontecer no próximo dia 5 de julho. Aí saberemos quem será o sucessor de Rui Fernandes Almeida. Mas por agora, é hora de olhar para aquilo o que foram os seis anos de presidência deste dirigente, de perceber como vai deixar o clube a quem lhe suceder, e como será a sua ligação futura ao Ermesinde 1936. Tem a palavra Rui Fernandes Almeida.

    Fotos MIGUEL BARROS
    Fotos MIGUEL BARROS
    A Voz de Ermesinde (AVE): Após seis anos a presidir à direção do Ermesinde Sport Clube 1936, o senhor decide agora não se recandidatar a um novo mandato. Qual a razão, ou razões, que estiveram na base desta sua decisão?

    Rui Fernandes Almeida (RFA): A principal razão prende-se com motivos de índole familiar e pessoal, que me leva a nesta altura não ter a mesma disponibilidade que tinha anteriormente para acompanhar com a necessidade de tempo que o clube precisa. O clube requer bastante tempo para que o possamos acompanhar, tomar as decisões e fazer a gestão diária. O Ermesinde 1936 nos últimos anos tem crescido de uma forma bastante sustentável e de uma forma exponencial e neste momento a minha vida pessoal não me permite ter o tempo disponível que o clube exige para que continue a ser gerido de uma forma sustentável e com a perspetiva de continuar com o crescimento que tem vindo a ser obtido nestes últimos seis anos.

    AVE: Olhando para trás, para estes dois mandatos em que esteve à frente do clube, que balanço lhe apraz fazer?

    RFA: O principal objetivo foi desde início darmos uma outra imagem, uma outra credibilidade do clube, e isso acho que foi plenamente conseguido. Hoje em dia o Ermesinde é visto com uns olhos diferentes do que era visto há seis anos atrás. É um clube que consegue ter uma imagem e uma postura diferente, e isso foi o principal objetivo que tínhamos. Depois houve outras metas que foram sendo conseguidas, e concretamente olhando à parte desportiva nós conseguimos nestes seis anos estabilizar a equipa (sénior) na principal divisão da Associação de Futebol do Porto (AFP). Hoje em dia o Ermesinde está perfeitamente estabilizado na Liga Hyundai, e é um dos clubes que merece e tem todas as condições para disputar o principal campeonato da associação. Conseguiu-se também, de alguma forma, estruturar e pensar a formação de uma maneira que não estava a ser tratada, nós conseguimos dar um volte face na organização do setor da formação. Ainda não temos os resultados desportivos na formação (no futebol de 11) que pretendíamos, mas sempre sentimos que uma vez que iríamos dar uma nova forma de pensar a formação que os resultados desportivos não iam aparecer de um dia para o outro. No entanto, temos hoje em dia uma base de trabalho diferente, uma base de trabalho melhor, temos mais qualidade na nossa formação, e, portanto, isto será uma questão de tempo até que os resultados desportivos comecem a surgir. A formação foi pensada com especial atenção à base da pirâmide, ou seja, aos escalões mais jovens, ao futebol de 7, aos meninos de 6, 7 e 8 anos, e nesses escalões já estamos a conseguir resultados desportivos. Obviamente, é um processo que vai demorar tempo, mas acho que mantendo esta aposta e aproveitando o que de bom foi feito, e corrigindo alguma coisa, pois isto é um processo muito dinâmico e, portanto, há sempre necessidade de fazer alguns ajustes, eu penso que num curto espaço de tempo aquilo que é a formação do futebol de 11 vai-se conseguir atingir os objetivos desportivos, concretamente subir equipas dos vários escalões de formação à 1.ª Divisão da AFP e aí estabilizá-las.

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    AVE: Ainda olhando para estes seis anos de presidência, por certo teve alguns projetos ou ideias que ficaram por cumprir…

    RFA: Em termos desportivos houve claramente algo que eu tinha como um objetivo e não consegui alcançar, que era levar o Ermesinde novamente a uma final da Taça da AFP, e nessa perspetiva que o clube conseguisse disputar a Taça de Portugal. Houve um ano em que estivemos muito perto de o conseguir, em que atingimos as meias-finais da prova, mas por razões até alheias ao clube não conseguimos atingir a final. Isso é algo que me deixa um pouco triste, pois o clube merecia disputar a final da Taça da AFP e por consequência apurar-se para a Taça de Portugal. Depois, houve outra situação que eu pretendia pelo menos ter arrancado, mas não foi conseguido, embora os contactos estão feitos, e que seria a requalificação do Estádio de Sonhos.

    Eu sei que com o novo vereador (do Desporto) deste atual executivo camarário, o Ivo Vale Neves, houve uma maior aproximação da Câmara com o clube, não só com o nosso, mas com os outros clubes do concelho. Houve a perceção de algumas dificuldades que os clubes tinham e a autarquia procurou ir ao encontro dessas necessidades. E aquilo que tem vindo ano após ano, reunião após reunião, a ser debatido é fazer ver aos responsáveis da Câmara que o Ermesinde tem uma margem de progressão enorme, é um gigante que está adormecido, mas para darmos esse clique que falta, sem o contributo da autarquia, sem uma aposta clara na requalificação das instalações desportivas, isso vai ser muito difícil. Eu sei que na Câmara, e porque me foi mostrado, existe um projeto para a construção de uma bancada do lado da Rua 5 de Outubro, e eu acho que isso será um projeto fundamental para depois alavancar toda a atividade desportiva, e em concreto a formação. Esta é a terceira época em que estamos a utilizar o Complexo Desportivo dos Montes da Costa para a formação, veio dar-nos uma ajuda grande, é verdade, mas por si não é suficiente, até porque o campo tem umas dimensões muito reduzidas, e embora nos tenha dado alguma ajuda, precisamos que a Câmara de Valongo olhe para estas instalações do Estádio de Sonhos e perceba que do lado de cá há pessoas que querem evoluir, mas que sem essa ajuda camarária isso nunca vai ser conseguido.

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    AVE: Já falámos que do ponto de vista desportivo o senhor deixa o clube no patamar mais alto da AFP, e que a formação está a crescer. Ou seja, aspetos que são visíveis a quem acompanha o Ermesinde 1936. E sob o ponto de vista administrativo e financeiro, a parte menos visível para o exterior, como deixa o clube?

    RFA: O Ermesinde fica melhor do que aquele (clube) que eu encontrei quando cheguei há seis anos atrás. Obviamente que o clube tem dívidas e terá sempre dívidas, pois infelizmente o futebol é um pouco assim, temos que conciliar a vertente financeira com a vertente desportiva, não podemos simplesmente cingirmo-nos a uma dessas opções, temos que tentar encontrar soluções que permitam que o clube tenha condições de obter resultados desportivos ao mesmo tempo que temos de olhar para a vertente financeira, pois o clube tem de ter saúde financeira para também atingir esses mesmos resultados desportivos. Portanto, isto está interligado. Agora, a maior vitória desta direção é que de facto juntamente com a Câmara Municipal de Valongo e o vereador Ivo Vale Neves fizemos perceber (à autarquia) que os protocolos que existiam não se coadunavam já com as necessidades dos clubes. E como tal, conseguimos neste último ano renegociar os dois principais protocolos, seja o protocolo de abertura, fecho e limpeza do Estádio de Sonhos; e também o protocolo da formação desportiva, o que nós dá um acréscimo substancial naquilo que são os subsídios municipais. Isso gera algum conforto para quem me suceder, embora, obviamente, depois esse sucessor tem de continuar a arrecadar receitas e pensar também na parte das despesas, onde é que se pode ajustar, onde é que se pode cortar. Mas hoje e olhando para o futuro, esse futuro é mais sustentável do que era há seis anos atrás. Basta ver isso também pelo número de atletas que temos na formação, 310 para sermos mais precisos, um número que há seis anos atrás andaria pela metade, ou nem tanto. Isso transparece de facto que o clube hoje em dia tem outras capacidades de arrecadar receitas que há seis anos não tinha. Obviamente que eu preferia ter deixado o clube num ponto de equilíbrio em que não tivesse despesa. Agora, uma coisa é nós deixarmos despesa e não termos perspetiva de receita, e isso não acontece.

    AVE: Deixa agora a presidência do clube, mas não vai deixar de ser associado nem adepto, certo? Nesse sentido, pergunto-lhe se vai continuar por perto do Ermesinde 1936?

    RFA: Quando ficarem definidos os novos órgãos sociais e ficar estabelecido quem será o novo presidente da direção, obviamente que eu estarei sempre ao lado do clube. Não vou fugir, vou continuar a ver os jogos da equipa sénior, vou continuar a acompanhar o meu filho que é atleta da formação desta casa, e aquilo que eu direi a quem vier a seguir é que dentro da minha disponibilidade e dos contactos que eu tenho, os quais granjeei ao logo de 12 anos em que estou ligado aos órgãos sociais do Ermesinde, estarei sempre disponível para ajudar e para ser a ponte, para ser mais um, ainda que por fora, a ajudar. Há algo que eu sempre digo a quem me rodeia:

    (...)

    leia esta entrevista na íntegra na edição impressa.

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    Por: Miguel Barros

     

     

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