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    Arquivo: Edição de 30-09-2023

    SECÇÃO: Editorial


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    Património Mundial

    Todo o tipo de património deve ser respeitado e preservado. Mas aquele que é mais representativo de uma comunidade, de uma cultura, de uma nação, da história de um povo, por maioria de razão, ainda mais cuidado e zelo devem ser tidos na sua conservação.

    Num momento em que as escolas portuguesas voltam a abrir as suas portas a milhares de alunos, portugueses e imigrantes, é importante que este valor do património e da sua defesa, seja interiorizado pelos alunos, como cidadãos responsáveis capazes de condutas cívicas em favor de si próprios, dos outros seres vivos, do Planeta e da memória daqueles que nos precederam.

    Vem tudo isto a propósito da UNESCO ter classificado, no passado dia 20 de setembro, o Cemitério Militar Português de Richebourg como Património Mundial da UNESCO.

    Comecemos por lembrar que a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) é uma das mais prestigiadas organizações especializadas da ONU, sediada em Paris há 77 anos. Entre os seus principais objetivos está aquele que aqui nos interessa particularmente, a salvaguarda e preservação do património cultural. Sendo que o património que é por si classificado como Património Mundial obriga, depois, a cuidados especiais em termos de preservação e acautelamento urbanístico e outros, por parte das entidades responsáveis. O património classificado é também divulgado a nível mundial e entra, obviamente, no roteiro turístico cultural. E é aqui que queremos chegar.

    Muita gente, alguma que se diz instruída a nível superior, pelo mundo fora e até na Europa, desconhece que Portugal foi um dos países que entrou na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), no palco europeu. Que não saiba que os portugueses combateram os alemães em Angola e Moçambique, desde 1914, ainda se tolera, mas que afirmem que Portugal não participou na Primeira Grande Guerra já é mais difícil de aceitar.

    Mas agora que o Cemitério Português de Richebourg foi classificado todas essas dúvidas terminam. Este Cemitério, com quase dois mil militares portugueses sepultados no século passado (alguns foram trasladados de outros cemitérios franceses) situa-se na região de Pas-de-Calais, no norte de França, não muito distante de Lille e aí estão sepultados 1.831 soldados portugueses, havendo 238 sepulturas que nunca chegaram a ser devidamente identificadas.

    Este cemitério com uma área de 1.020 metros quadrados, já foi visitado pelos Presidentes da República Portuguesa (Jorge Sampaio, em 2004, e Marcelo Rebelo de Sousa, em 2018), pelo Presidente da República francês (Emmanuel Macron também em 2018) e pelo Primeiro-Ministro, António Costa, em 9 abril de 2018, quando se completou o 1.º centenário da Batalha de La Lys, de tão má memória pra o exército português (com centenas de mortos e milhares de prisioneiros).

    Nesse mesmo Cemitério, em túmulo identificado, encontram-se os restos mortais do 2.º Sargento ermesindense, Manuel Ferreira dos Santos Júnior, ferido por desastre em serviço, no dia 19 de outubro de 1918, acabando por falecer, sendo sepultado no cemitério civil de Herbelles, mais tarde, trasladado para o Cemitério Militar Português de Richebourg (Talhão C, Fila 11, Coval 7).

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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