Revisitar o passado para construir o futuro
Alguém dizia: «Nós não inventamos nada, quando muito reorganizamos as coisas de outra forma».
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Pintura de VIEIRA DA SILVA |
A criatividade consiste nessa capacidade de reorganizar as coisas, de as sentir e ver noutras perspectivas.
E é exactamente, trilhando esse caminho, que vou dedicar algum tempo à leitura dos números publicados do nosso jornal.
Aprender com os outros, aprender com os meus erros e os dos outros, aprender sempre…
Parece-me pouco guardar jornais por guardar. Se eles são um património com algum interesse, devemos divulgar e organizar o que por lá encontramos.
Este é o meu presente para o Jornal e para os que se interessam por estas coisas.
Não pensem que me move nesta tarefa qualquer espécie de saudosismo, antes pelo contrário, apenas um entendimento de que é possível beber no passado para construir o futuro, mesmo que esse passado possa ser amargo ou doce, é o que é, aos olhos de quem o vê.
Vai ser sempre uma leitura, com a distância que convém, mas sempre a minha leitura.
As leituras com os filtros da minha vida, e é através dessas janelas que eu vejo o mundo e os acontecimentos. São os meus valores, os meus princípios.
E são esses princípios que me levam a Abril, independentemente da minha postura pública, do meu desencanto político. Abril não é uma rotina, não é uma romaria, é a Primavera renovada, é a força da mudança, é a conquista da liberdade.
E Abril só faz sentido, se for renovação, se for solidário, se for mensagem de fraternidade vivida ao longo do ano, no dia a dia, nos comportamentos e atitudes para com os outros e para com nós próprios.
Este é o meu Abril, o Abril de todos os dias, o Abril da Liberdade, com cheirinho a alecrim!…
Por:
Fernanda Lage
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