LER É O MELHOR REMÉDIO (12)
“Vemo-nos em Agosto”, de Gabriel García Márquez
Este mês vamo-nos debruçar sobre o último livro no qual Gabriel García Márquez trabalhou, tendo a quinta e última versão a data de 5 de julho de 2004. De notar que esta versão não corresponde ao texto publicado, uma vez que este resultou de um laborioso trabalho de edição cujos detalhes podem ser conhecidos através de uma nota do editor presente no final do livro. Este trabalho estaria destinado a ser o primeiro conto de um livro que iria incluir outros quatro contos com a mesma protagonista: Ana Magdalena Bach. No entanto, o autor enfrentava já uma demência que viria a comprometer a conclusão desta obra. O próprio, consciente da situação, disse “a memória é ao mesmo tempo a minha matéria-prima e a minha ferramenta. Sem ela, não há nada”, conforme se pode ler no prólogo. Esta obra foi editada por Cristóbal Pera, que também editou as memórias do autor, e publicada em 2024, dez anos após a sua morte.
“Vemo-nos em Agosto” não apresenta a riqueza de outros enredos, como o de “O amor nos tempos de cólera”, já objeto de uma crónica neste espaço, contudo, a genialidade do autor não deixa de se notar. A protagonista é Ana Magdalena Bach, uma mulher de quarenta e seis anos, casada, mãe de dois filhos e leitora ávida. Todos os anos, a 16 de agosto, ela ruma de ferry a uma ilha caribenha com o propósito oficial de colocar um ramo de gladíolos na sepultura da mãe, tal como ilustrado na capa do livro. No entanto, cada viagem acalenta também a esperança de uma noite de amor inesquecível. São cinco anos, cinco idas à ilha, cinco noites e três casos amorosos impulsionados pelo desejo exaltado de Ana Magdalena, pela música, pela dança e pelo gin. Cada regresso a casa era o início de uma espera pelo próximo agosto, pelo próximo amante: “perder a noite era perder um ano”. Em paralelo, dá-se o desenrolar da vida conjugal, pautada pela “felicidade convencional”. Os filhos atingiam a maioridade e tomavam decisões impactantes, e por vezes inusitadas, sobre o seu futuro, e o marido, que amava, era o
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Por:
Eduardo Tavares
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