O DESAFIO DA VIDA (EDUCAÇÃO & SAÚDE)
A Intervenção Precoce – uma abordagem global
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Foto BREBCA |
A Intervenção Precoce (IP) é definida como «(…) uma medida de apoio integrado, centrado na criança e na família, mediante acções de natureza preventiva e habilitativa, designadamente do âmbito da educação, da saúde e da acção social (…)», Despacho-Conjunto N.º 891/99, de 10 de Outubro).
Neste sentido, são vários os profissionais envolvidos em todo o processo da IP, entre os quais destacamos o fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, o terapeuta da fala e o psicólogo.
Na Intervenção Precoce, a Fisioterapia actua sempre que existam atrasos no desenvolvimento sensório-motor. O fisioterapeuta procura desenvolver capacidades motoras através de técnicas terapêuticas de neuroestimulação e neurodesenvolvimento. Assim, a intervenção do fisioterapeuta é essencial numa fase do desenvolvimento neuro-motor em que a plasticidade do sistema nervoso central é maior e mais sensível, potencializando um correcto desenvolvimento global da criança através da estimulação de capacidades motoras adequadas à sua idade.
Por sua vez, a Terapia Ocupacional procura responder às necessidades das crianças e suas famílias no sentido da promoção de competências, compensação de incapacidade e prevenção de problemas, para a sua integração nos contextos e áreas de ocupação. Para isso utiliza os recursos do ambiente, o aconselhamento de tecnologias de apoio e de alterações/adaptações físicas de contexto, materiais e equipamentos, técnicas terapêuticas de neurodesenvolvimento e a promoção da participação nas áreas de ocupação, da qual se destaca o brincar.
A Psicologia na IP procura compreender a criança quanto aos seus sistemas sociais, nomeadamente a sua família, e também a criança individualmente. Algumas das principais patologias na infância são as perturbações de aprendizagem, as perturbações do desenvolvimento (como o autismo), as perturbações disruptivas do comportamento (como a hiperactividade) e os transtornos de ansiedade. A intervenção é ludoterapêutica (terapia com recurso a brincadeiras e jogos) e será focada em diferentes aspectos, dependendo da patologia identificada. Assim, a abordagem pode ser no âmbito da promoção cognitiva ou estimulação de competências, sendo sempre um trabalho realizado em conjunto com os pais e todos aqueles que interagem directamente com a criança.
No âmbito deste tipo de intervenção, a Terapia da Fala actua ao nível das perturbações da comunicação. Estas englobam: dificuldades pré-linguísticas, linguísticas de compreensão e/ou expressão, dificuldades de adequação do padrão de comunicação ao contexto e interlocutores, alterações da fala, gaguez e problemas vocais.
Para além das valências supracitadas, existem outras de intervenção igualmente pertinentes dependendo das necessidades verificadas em cada criança e respectiva família. Um trabalho de interacção entre os profissionais envolvidos beneficia e potencia sempre resultados melhores e mais rápidos. Por este motivo, as unidades de intervenção precoce procuram sempre que possível apresentar um trabalho de base transdisciplinar. Numa abordagem ideal, todos os profissionais envolvidos, a família e outros indivíduos (adultos ou crianças) que interagem com a criança no seu quotidiano, devem fazer parte integrante e activa do trabalho desenvolvido.
Quando se adia a intervenção esperando que com o tempo a criança supere as suas dificuldades e/ou limitações, e se procura ajuda profissional apenas aos cinco anos, confrontamo-nos com a questão: “E se pelo menos tivesse feito uma avaliação logo quando se suspeitou do problema?”.
Por:
Rita Regêncio (Terapeuta da fala)
Cristina Camacho (Fisioterapeuta)
Magda Lomba (Terapeuta ocupacional)
Joana Pinto (Psicóloga)
Tiago Coelho (Terapeuta ocupacional)
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