UMA QUESTÃO DE SAÚDE
O que é a Síndrome de apneia obstrutiva do sono?
Provavelmente já todos conhecemos alguém, quer seja um familiar ou amigo, com “apneia do sono”. A síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) consiste, sumariamente, num distúrbio respiratório do sono que surge quando existe um relaxamento excessivo dos músculos da via aérea superior, que provoca bloqueios intermitentes da respiração. Assim, verificam-se breves, mas frequentes, bloqueios das vias respiratórias, levando a interrupções totais da respiração (apneias) ou parciais (hipopneias) durante o sono. Esta doença verifica-se tanto em adultos (especialmente em adultos obesos) como em crianças (com hipertrofia das amígdalas e adenoides), sendo mais comum no sexo masculino.
O que causa esta doença? Existem causas genéticas (configuração da face e pescoço), doenças hereditárias e congénitas (incluindo anomalias craniofaciais), a idade avançada, o excesso de peso, o aumento excessivo do perímetro do pescoço, o consumo crónico de tabaco, álcool e medicamentos relaxantes musculares.
Mas, então, quais são os sinais ou sintomas que são sugestivos de estar a desenvolver ou ter SAOS? O primeiro e mais imediatamente identificável será ressonar intensamente, contudo, o cansaço ao acordar no dia seguinte, com sensação de sono não reparador, a sonolência persistente durante o dia, adormecer facilmente durante o dia (por exemplo, a ver televisão, durante reuniões, nos transportes, durante as refeições, a falar com outras pessoas, a conduzir, entre outras) e sonhar intensamente são outros sinais de SAOS. As pessoas que sofrem desta síndrome muitas vezes apresentam, como foi mencionado previamente, uma sonolência excessiva, que se reflete em fadiga crónica, maior irritabilidade, falta de atenção, diminuição da memória ou capacidade de concentração. Desta forma, conseguimos perceber que há um impacto importante no dia a dia das pessoas com esta doença. Esta está frequentemente associada ao aparecimento ou desenvolvimento de problemas cardiovasculares, nomeadamente hipertensão arterial, diabetes Mellitus, acidente vascular cerebral (AVC), arritmias e insuficiência cardíaca.
O diagnóstico desta doença pode ser feito através da avaliação do sono recorrendo a um exame chamado polissonografia, que monitoriza o sono dos doentes durante uma noite, e pode ser prescrito pelo seu médico de família se houver suspeita de SAOS.
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Existem, felizmente, várias medidas gerais que permitem reduzir a gravidade da SAOS ou até, eventualmente, permitir parar de usar dispositivos médicos. Estas incluem a redução eficaz do peso, praticar exercício físico com regularidade, manter uma dieta equilibrada, evitar o consumo de álcool e cessar o consumo de tabaco, evitar tomar medicamentos para dormir (especialmente aqueles com efeito relaxante muscular) e adotar medidas eficazes de higiene do sono, garantindo que estão a ser cumpridas o número de horas suficientes de sono por noite, de forma sustentada (pelo menos na maioria das noites). É importante definir horários regulares para acordar e adormecer, garantir um número de horas de sono suficiente, adequado às necessidades individuais, assim como dormir numa posição correta, estando recomendado, se possível, dormir na posição lateral.
O tratamento específico desta síndrome está indicado para cados moderados a graves e inclui a utilização de ventiloterapia por pressão positiva domiciliária. Tal realiza-se através da utilização de um aparelho de pressão positiva contínua (comummente conhecido como CPAP, existindo também outros tipos de dispositivos como o BIPAP), sendo este o tratamento de eleição nestes casos. Este aparelho fornece, durante o sono, através de uma máscara nasal ou facial, ar ao doente criando uma
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*Telma Lopes - Médica Especialista de Medicina Geral e Familiar, UCSP Matosinhos - Unidade Local de Saúde de Matosinhos
*Catarina Rebelo - Médica de Família em Dublin (República da Irlanda)
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