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    Arquivo: Edição de 31-05-2023

    SECÇÃO: Património


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    ACONTECEU N’A VOZ DE ERMESINDE (15)

    Feira Popular de Ermesinde (III)

    Retomamos, nesta edição, o ano de 1963, quando decorre a 2.ª Feira Popular de Ermesinde. A primeira nota que encontramos nas páginas d’A Voz de Ermesinde, é no mês de abril, do mesmo ano. Nas parcas linhas que a edição n.º 64 dedica ao tema anuncia que “Começaram já os preparativos para a Feira Popular de Ermesinde”, garantindo que naquele ano o certame iria ter “novos atractivos” e pedia a todos os comerciantes e industriais que estivessem interessados em ter a sua representação com “stand” ou “barraca” para se dirigirem ao Centro de Assistência para deixar os seus contactos (AVE1, 1963, Capa).

    Tal como já se fazia anunciar no mês anterior, no mês de maio de 1963, A Voz de Ermesinde chegou às bancas com um artigo intitulado “A Feira Popular de Ermesinde tem, este ano, novos atractivos”, assinado por Manuel Conceição Pereira. Neste artigo, tomamos conhecimento de que a Feira se teria iniciado no dia 12 e com grande aparato. A sua organização continuava a cargo do Centro de Assistência Social que contou, naquele ano, com a colaboração do Centro Propaganda de Natação (CPN) e as suas associações, de forma conjunta, procuravam proporcionar tardes e noites diferenciadas aos forasteiros, criando um programa de “grande valor artístico” (AVE2, 1963, 6). Segundo Manuel Conceição Pereira aquela que era à época a vila de Ermesinde, não tinha tido até ao momento da criação da Feira Popular, ninguém que zelasse pelo seu turismo, nem na criação de atrativos para que as pessoas a visitassem, pelo que o Centro de Assistência Social merecia ser salientado pela criação desta iniciativa, assim como Luís Soares, por ceder o terreno em que decorria o certame.

    As autoridades locais no recinto da Feira Popular de Ermesinde (AVE2, 1963)
    As autoridades locais no recinto da Feira Popular de Ermesinde (AVE2, 1963)
    Em 1963, a Feira Popular decorreu durante os meses de junho, julho, agosto e setembro. Onde se esperava que os seus lucros pudessem ajudar o Centro de Assistência, mas também “proporcionar a todos umas horas de sã distracção, de deleitável e franca comunicabilidade” (Idem).

    É no mês de junho que começamos a tomar conhecimento dos eventos que se encontravam a decorrer, o artigo deste mês é assinado por Manuel Moreira Pereira, e indica desde logo no seu título que a Feira Popular tinha sido solenemente inaugurada pelo vice-presidente da Câmara Municipal de Valongo. Participou na inauguração a Banda Musical de S. Vicente de Alfena e foi feita, na entrada do recinto, uma guarda de honra pelos Bombeiros Voluntários de Ermesinde, que se juntaram à marcha de saudação. No interior do recinto já se encontrava a direção da Feira Popular, composta pelos senhores: António Moreira da Silva, Armando Ferreira, Manuel José de Sousa, Dionísio de Castro, Manuel Correia Simões e Manuel da Conceição Pereira, que encaminharam o Presidente da Câmara de Valongo até ao local onde se ligavam as iluminações do recinto.

    Um dos divertimentos da Feira Popular de Ermesinde, «Pesca ao Pato», a ser executado pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde – Capas Peneda (AVE2, 1963)
    Um dos divertimentos da Feira Popular de Ermesinde, «Pesca ao Pato», a ser executado pelo Comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde – Capas Peneda (AVE2, 1963)
    Foram, também, destacadas nesta edição outras pessoas que assumiram papeis relevantes em Ermesinde e que não perderam a inauguração da Feira, entre elas, o tenente coronel Aires Martins, o Presidente da Junta de Freguesia de Ermesinde – António da Silva Bastos, o Comandante dos Bombeiros Voluntários de Ermesinde – Capas Peneda, o Presidente da Casa do Povo de Ermesinde – Joaquim Correia de Oliveira, o proprietário do Cine-Teatro de Ermesinde – Domingos dos Santos, entidades da Junta de Freguesia de Alfena – Cunha Reis e Joaquim Ramos, um correspondente do Jornal Primeiro de Janeiro – Ângelo André Moreira, o regente da Banda de Alfena – Amândio da Silva Martins e a restante assistência. Cremos que estas linhas dedicadas na edição da AVE a salientar todas as entidades que lá se encontravam, por um lado, reforçam a importância que o evento assumia e, por outro, como a AVE assumia um papel relevante no meio social da época, sendo que é graças a estas linhas que, ainda, hoje em dia, conseguimos reconstituir os eventos e saber quem participou deles.

    Sabemos que neste ano se encontravam no recinto várias barracas, stands e uma pista de automóveis, sendo que, aquelas que despertavam mais atenções, possivelmente pelo seu tamanho ou importância na organização da Feira, eram as esplanadas do C.P.N. e do Grupo Desportivo da Casa do Povo de Ermesinde.

    Na inauguração decorreu, também, um espetáculo de variedades no qual participaram alguns artistas de rádio e da televisão. O discurso inaugural foi proferido por António Moreira da Silva, Presidente do Centro de Assistência Social, que agradeceu a presença de todas as entidades e da imprensa, assim como, de forma particular, ao C.P.N. que tinha ajudado o Centro de Assistência na organização do certame, não esquecendo, claro, o proprietário do terreno.

    Curiosamente, a segunda palavra dos discursos inaugurais foi do tenente coronel Aires Martins, que salientou o papel do

    (...)

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    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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