Companhia ermesindense Cabeças no Ar e Pés na Terra representa Valongo no Festival de Teatro nos Estados Unidos da América
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Foto CABEÇAS NO AR E PÉS NA TERRA |
O grupo de teatro ermesindense “Cabeças no Ar e Pés na Terra” estreou o seu novo espetáculo “90 dias em MIAMI” no festival de teatro que acontece em Miami, nos Estados Unidos da América (EUA). O convite foi lançado pela companhia El Ingenio Teatro que é a programadora do Festival Internacional de Teatro Cassandra, que para além da apresentação das companhias dos EUA, conta com a participação de companhias de países como Canadá, Cuba, Colômbia, Espanha e Portugal.
O Festival Cassandra nas palavras de Liliam Vega, diretora do evento, é um «espaço de intercâmbio entre mulheres que fazem teatro em diferentes países, línguas e culturas» e por isso o espetáculo estreado pela companhia de Ermesinde é baseado num texto de Ana Morina (membro fundador da companhia “Cabeças no Ar e Pés na Terra”) sobre a sua experiência em 2013 aquando da sua primeira viagem aos EUA à procura do sonho de ser atriz.
Foi no dia 20 de março que o espetáculo subiu à cena no Teatro Havanafama com a assinatura na dramaturgia e encenação de Hugo Sousa, diretor da companhia ermesindense. A encenação recorreu às novas tecnologias para permitir ao público o acompanhamento sensorial mais íntimo do espetáculo. À entrada, cada espetador/a foi surpreendido com uma fita para colocar o telemóvel ao pescoço bem como um QRCode, que remetia para um vídeo a ser ativado para o público todo ao mesmo tempo.
Durante momentos específicos do espetáculo os telemóveis do público recebiam imagens complementares ao apresentado em palco e noutros momentos a luzes dos telemóveis interagiam com as luzes do espetáculo.
Para Hugo Sousa a ideia foi transformar o depoimento da Ana Morina numa comunicação de Whats App, por vezes de texto, por vezes de voz gravada, por vezes de imagens e ainda de vídeos. A história percorre a dolorosa experiência de Ana Morina ao longo de 90 dias.
A atriz Ana Morina conhecida do grande público da sua participação no programa televisivo Big Brother assume que foi um desafio voltar a trabalhar numa experiência tão intensa e reviver as emoções dessa altura: «Toda esta experiência surgiu inicialmente do pedido do padre Ricardo Esteves em escrever o meu testemunho como parte do seu livro de auto-ajuda. Quando a diretora Liliam Vega nos dirigiu o convite para participar no festival o Hugo Sousa lançou-me o desafio de adaptar este mesmo texto e criarmos a peça de teatro que representaria Portugal. Ainda que extremamente desafiante porque se revelou uma busca profunda de memórias vividas há 10 anos, acabou por se revelar um processo catártico e incrível».
A sonoplastia esteve a cargo de Daniel Teixeira conhecido como DJ Dani Tape, que criou um ambiente sonoro que provoca a imersão num espaço que cruza a azáfama de uma cidade como Miami com o silêncio de um albergue para os sem abrigo. Diogo Ferreira assume a edição de vídeo que é projetado em cena e que surge nos telemóveis dos/as espetadores/as.
Para o diretor dos “Cabeças no Ar e Pés na Terra”, Hugo Sousa, esta deslocação a um festival nos EUA surge como uma oportunidade de mostrar «o nosso trabalho noutro país, uma oportunidade de aprender com outras posturas artísticas e de criar outros intercâmbios com outros festivais. É uma honra representar Portugal e o teatro valonguense noutro continente».
El Ingénio Teatro estreou no festival o espetáculo o voo de Matias Pérez, que conta a história baseada em factos reais de um português que emigrou para Cuba e enriqueceu a vender toldos. Matias Pérez tinha uma obsessão por balões de ar quente e acabou por ser a sua morte. Este espetáculo conta a história de Matias Pérez pelos olhos da sua mãe portuguesa e da sua mulher cubana. Esta companhia já esteve em Ermesinde no ano 2013 com o espetáculo “O Gato com botas”, volta este ano ao abrigo de um intercâmbio, e está programado o regresso da companhia El Ingénio ao Fórum Cultural de Ermesinde em setembro com o espetáculo “O voo de Matias Pérez”.
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