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    Arquivo: Edição de 15-12-2021

    SECÇÃO: Saúde


    COVID-19 - A variante Ómicron

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    Numa altura em que os números em Portugal crescem, para alguns, nem todos, assustadoramente, numa altura em que o mundo anda aterrado com uma perigosa (ou nem por isso, pelo menos para os vacinados) nova variante do SARS-CoV2, importa tentar perceber um pouco de que nova variante se trata. E parece que a palavra que melhor a define é mesmo o “parece”.

    O que se sabe desta nova variante?

    Sabe-se que teria aparecido em novembro, no Botswana, país da África Austral, e teria sido isolada pela primeira vez na África do Sul.

    Inicialmente teria sido declarada como uma estirpe da variante Delta com o nome de B.1.1.529. No entanto, as suas caraterísticas levaram a OMS a declará-la como uma nova variante e atribuíram-lhe o nome de Ómicron (letra do alfabeto grego)

    Sabe-se que apresenta numerosas mutações, algumas delas novas e nunca antes isoladas. Segundo os cientistas, são 50 mutações diferentes, que correspondem a um número muito maior do que o habitual. E para preocupar ainda mais, cerca de 30 ocorrem na proteína S, a responsável pela fixação do vírus às células humanas e alvo das atuais vacinas. Assim, o receio é que esta variante possa “escapar à vacina”.

    Trata-se duma variante nova, ainda muito mal estudada e serão necessárias várias semanas para se ter uma ideia definida sobre ela. Os fabricantes de vacinas já a estão a estudar.

    Assim,

    Parece que esta variante é mais contagiosa do que todas as outras existentes até aqui.

    Parece que, inclusivamente, possa infetar pessoas vacinadas e pessoas recuperadas da COVID (reinfeção).

    Parece, segundo um estudo já publicado, mas ainda não revisto, que possa ter sido originada por partilha de material genético com outro coronavírus (conhecido como HCoV-229E), o qual provoca no Ser Humano uma “gripe” ligeira ou assintomática.

    Parece, segundo dados da OMS, que não provoca uma doença mais grave que as outras.

    Parece, ainda segundo a OMS, que ainda não provocou nenhuma morte conhecida.

    Parece que em Portugal, para além dos casos já conhecidos e sob vigilância sanitária, não há mais nenhum caso desta variante. Pelo menos ainda não foi isolada.

    Importa uma palavra sobre a partilha de material genético entre vírus.

    Este fenómeno é vulgar nos vírus. Quando dois (ou mais) vírus infetam simultaneamente uma pessoa (situação vulgar), os seus genomas encontram-se abertos nas células do hospedeiro. É possível que haja “confusão” entre os genomas, e o material genético dum vá parar ao outro. Nada de invulgar.

    Mas como às vezes o que parece acaba por não ser, é melhor precavermo-nos.

    Como?

    Vacinar ou revacinar, se for o caso.

    Praticar o distanciamento social.

    Usar máscara na via pública e em locais onde o distanciamento social não for praticável.

    Cumprir as regas emanadas da DGS, nomeadamente no que concerne aos testes e autotestes.

    Agir de imediato em caso de sintomas (o autor destas linhas, cometido de “gripe muito ligeira”, promoveu a sua testagem numa farmácia desta cidade, com resultado negativo).

    Renunciar a encontro familiar se, sintomático, não for possível excluir, por teste, a presença de Covid-19.

    E se tudo correr bem, parece que iremos ter um

    Bom Natal

    José Campos Garcia*

    *Médico

     

     

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