É Natal!
Em cada Natal, os católicos evocam o nascimento do Menino Jesus, Deus feito Homem para a salvação da Humanidade. Para todos, crentes e não crentes, o Natal é o momento de se celebrar a Família, uma instituição social ainda de importância primordial para a sociedade portuguesa, desde os mais novos aos mais velhos.
De facto, o Natal é sempre uma época muito especial, repleta de afetos e de magia a que se agrega uma intensidade de sentimentos. As casas enchem-se de luzes e de decorações natalícias, as ruas e praças públicas também, como acontece em Ermesinde, que quase se converte, por esta altura, em local de turismo natalício, tantas são as pessoas que demandam a nossa cidade por causa da sua árvore de Natal, a mais alta do país.
As crianças deliram com o Pai Natal, os pais e os avós dedicam-lhes mais atenção e carinho. Há partilha de prendas, há comidas e bolos típicos da Época de Natal. Espírito e Corpo em uníssono tornam o Natal mais quente e mais desejado.
Mas, já o ano passado e este ano, outra vez, a Covid-19 veio baralhar a tradição, perturbar a reunião das famílias, se bem que a maior parte dos seus membros, sobretudo os maiores de 12 anos (a vacinação dos que têm entre 5 e 11 anos decorre por estes dias) já está vacinada. Ainda assim, não pode haver descuidos.
Foi a pensar no eventual aumento do número de infetados que o governo decretou mais uma semana de férias após a interrupção letiva do Natal.
A época natalícia para além da celebração de luzes, à mistura com sentimentos de carinho e de amor é também consumista e materialista. Mas temos de nos lembrar que, ao nosso lado, há muitos que não têm dinheiro sequer para o essencial à vida, que há muitos desempregados, muitos doentes, muitos que vivem sós! Por isso, o Natal deve ser tempo, também, de solidariedade para todos aqueles que sofrem. E esse Natal, especialmente, deve ser não apenas em dezembro, mas todos os meses e todos os dias do ano!
Lembro, também nesta época, que deve ser igualmente de memória, todos aqueles – particularmente os nossos leitores, colaboradores e amigos – que faleceram em resultado da Covid-19, ou que ficaram tragicamente marcados pelos piores efeitos desta pandemia.
A todos os que me leem, sobretudo aos nossos assinantes, colaboradores e anunciantes, os votos de um Feliz Natal no reencontro presencial ou virtual com todos os familiares. Que neste Natal saibamos continuar a renascer para a vida!
A terminar, deixo o “Poema de Natal” de Fernando Pessoa:
«Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.
Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!»
Por:
Manuel Augusto Dias
|