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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-03-2020

    SECÇÃO: Editorial


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    Coronavírus

    Este ano fica marcado, desde o início, pelo surgimento do novo coronavírus. Ao que consta, o primeiro alerta foi dado no último dia do ano 2019, na China, mais concretamente na cidade de Wuhan, que tem praticamente a população de Portugal (11 milhões de habitantes).

    Desde então, o novo coronavírus recebeu o nome técnico Covid-19, foi declarado pandemia pela Organização Mundial de Saúde e já se estendeu aos cinco continentes, fazendo milhares de vítimas. A globalização e a velocidade dos aviões fez com que a nova doença epidémica se propagasse rapidamente a praticamente todo o mundo povoado.

    Por definição, pandemia é uma doença epidémica que alastra rapidamente a grande número de pessoas, em resultado dos contactos interpessoais. Ora o coronavírus até ontem (16 de março) já matou mais de 6500 pessoas em todo o mundo e infetou mais de 160 mil. Em Portugal estamos perto do meio milhar de infetados, contabilizando-se apenas uma vítima mortal.

    Portugal, ao longo da sua História de quase 9 séculos, já vivenciou situações particularmente graves de saúde pública. Uma das primeiras e mais graves foi a Peste Negra vinda da Crimeia, em meados do século XIV, através dos mercadores genoveses e terá dizimado um terço da população europeia.

    Nos últimos tempos, as maiores pandemias que mais afetaram esta região e o país foram a peste bubónica que assolou o Grande Porto em 1899, há 120 anos e a Pneumónica que, há um século, matou, só em Portugal, quase uma centena de milhares de portugueses.

    Relativamente à Peste Bubónica do Porto foi decretado um cordão sanitário, vigiado por cerca de 2500 soldados vindos de Viana do Castelo (Infantaria 3), de Guimarães (Infantaria 20), de Chaves (Cavalaria 6) e de Aveiro (Cavalaria 10). O cerco à cidade do Porto começava junto ao mar, em Leça da Palmeira, seguia pelo Rio Leça, passando por S. Mamede Infesta até Ermesinde, daí seguia para Valbom, passando por Baguim do Monte, atravessava o rio Douro, em Avintes e ia até ao mar, na praia da Madalena. Na Formiga é que estava o comandante geral do cordão sanitário que impedia os contactos entre os portuenses e a área envolvente. O cruzador “Adamastor” seria mobilizado para garantir o cerco pelo lado do mar. Este estado de quarentena imposto pelo cordão sanitário durou quase 4 meses, entre o dia 24 de agosto e 22 de dezembro de 1899. Os registos oficiais apontam para 320 infetados e 132 mortes.

    No final da Primeira Guerra Mundial, mais concretamente nos anos de 1918 e 1919, a Pneumónica ou Gripe Espanhola matou em Portugal muitos milhares de pessoas e na Europa muitos mais milhões de pessoas do que a Guerra havia matado.

    Mas agora é a COVID-19 que nos preocupa. A todos nós. Já toda a gente sabe que esta pandemia, infelizmente, veio para ficar e está a paralisar toda a atividade humana, produtiva, distributiva e recreativa. Os meios já superiormente determinados parecem absolutamente necessários para atingir o fim – conter a pandemia, para que dentro de algum tempo, que todos nós desejamos que seja o mais breve possível, tudo volte à normalidade.

    A vida social ressente-se, os políticos tentam solucionar o melhor possível esta grave crise e o tecido empresarial procura salvar-se, ainda que venha a necessitar de apoio externo.

    O nosso jornal também está a sofrer o impacto do momento. Este número sai mais cedo, com menos páginas (há menos notícias, com o cancelamento de inúmeros eventos) e não sabemos quando será editado o próximo. Até lá formulo os melhores votos de que se supere esta pandemia com o menor número de vítimas.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

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