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    Arquivo: Edição de 30-11-2019

    SECÇÃO: Crónicas


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    PASSEIOS DE BICICLETA À DESCOBERTA DO PORTUGAL REAL...

    “Agradeço amigo, uma ajuda sempre vem a calhar”

    Depois de um dia de descanso e tendo matado saudades da praia, comecei a pensar em alterar a rota. Estava já meio estabelecido que faria Olhão – Faro e seguiria para a Quarteira. Faro, já por lá tinha andado, indo pela N125 era um pouco complicado, teria que ir pelo centro de Faro via aeroporto, mas teria que percorrer o IC4.

    Fugindo deste e indo pela N125-10 mais quilómetro menos quilómetro teria que percorrer um troço do IC4. De bicicleta, estava fora de questão. Seguiria para norte, pela N2-6, rumo a Estoi. Saí de Olhão, com o cantar do galo, tomaria o pequeno-almoço pelo caminho. Estrada com bom piso, trânsito diminuto, por entre campo e aglomerados habitacionais, cheguei a Pechão. Decidi comer por ali. Mas não, estava tudo ainda encerrado. Abrandei o ritmo. Esqueço-me que ando em passeio.

    Daqui a Estoi, foi em ritmo de passeio. Mal havia trânsito. Nesta, fui direto à Pousada do Palácio de Estoi. Belíssimo palácio construído no século XVII, convertido em Hotel de luxo, pelo grupo Pestana. Foi vê-lo de longe. Aproveitei o facto dos estabelecimentos estarem a abrir ao público para beber um café e não só.

    Tinha que seguir para Santa Bárbara de Nexe e desta para Almancil. Antes de Santa Bárbara, à saída de Estoi tinha um ponto de interesse, que é as ruínas Romanas de Milreu. Passei por elas sem me aperceber. Lá me informaram. “Volte para trás, ao passar a ponte romana é logo ali”. Após uns três quilómetros passei a dita ponte.

    Só para quem sabe é que é romana. A parte visível está rebocada com cimento. A entrada para as ruínas está fechada. Abre às 10 h. Hoje estou com sorte. Olho para o relógio e são 9h25m. Não seria desta que a iria visitar. Sigo para Santa Bárbara e desta pela Estr. Munic. 520-3, para Almancil. Qual não é o meu espanto quando dou de caras com o Estádio Algarve. Avenida ampla, com arvoredo pelos passeios, um recinto de aparcamento enorme, assim tivesse o “Dragão”. O uso seria modesto, pois aqui e ali, por entre o empedrado dos passeios nasce erva. Por esta estrada interior, bem cuidada lá vou admirando terrenos com figueiras e laranjal. De Almancil sigo pela Av. André Jordan direito ao Hotel Quinta do Lago, não faço a coisa por menos.

    POEMA DE EMILIANO DA COSTA - NATURAL DE FARO, VIVEU E EXERCEU MEDICINA EM ESTOI
    POEMA DE EMILIANO DA COSTA - NATURAL DE FARO, VIVEU E EXERCEU MEDICINA EM ESTOI
    A dita avenida tem sete rotundas, corta terrenos relvados, com moradias construídas sem limite de área. Saindo da estrada, posso entrar para junto de uma delas. Os jardineiros andam numa azáfama, é um desperdício de água para manter o verde, criado em terras argilosas e pobre. No final da dita lá está o Hotel de cinco estrelas. Mais ao fundo turistas de toalha de praia ao ombro, passam por um portão com controlo para a praia. Feito anjinho, encaminho-me para o portão e sou barrado.

    “Vai-me desculpar, tem que me mostrar o cartão da Villa ou do Resort que habita”. Sorri. Em conversa lá me diz que ali é uma praia privada. Meio surpreendido lá desabafei que afinal o ex-dono disto tudo não era o único com uma praia privada e só se falava dele. Despedi-me. Da Praia do Ancão, passei pelo Vale Garrão e de Resort em Resort, até Vale do Lobo, por aqui há resorts fechados com porteiros a controlar quem entra, os típicos ingleses vestidos de branco e encaminham-se para os campos de golfe nos carrinhos típicos, viva a mobilidade. As vias que nos levam às praias, muitas delas são de terra batida, ficando os carros com um visual novo. Até eu, que quando furei e tirei o capacete, o amarelo tinha-se transformado em castanho claro de tanto pó.

    De praia em praia, por estradas ou por caminhos / carreiros, todas elas com gente. Admirando pequenas praias recortadas por falésias, que só de barco se lá chega, ou então como vi muitos, que lutando bravamente, com aquela ondulação inexistente, tinham perdido toda a sua roupa para lá chegar.

    Cruzei-me com muitas gentes das mais diversas nacionalidades, ficando até admirado por não encontrar Portugueses, e estes, descobrem tudo e mais alguma coisa. Tenho que seguir para o interior e apanhar a estrada M527-2 que me levará para a Quarteira. Chegado a esta cidade ao pôr-do-sol, encaminhei-me para o seu calçadão e junto da praia jantei. Ao voltar para o parque de campismo, deparei-me com um homem a tentar arranjar uma vedação que tinha sido vandalizada. Questionei-o se queria ajuda, o qual me diz. “Agradeço amigo, uma ajuda sempre vem a calhar”.

    (...)

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    Por: Manuel Fernandes

     

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