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    Arquivo: Edição de 30-11-2019

    SECÇÃO: Destaque


    NOVO EDIFÍCIO TERÁ A FORMA DE UMA TRILOBITE

    Apresentados os novos Paços do Concelho e Centro Cívico de Valongo

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    Foi apresentado no dia 4 de novembro o projeto dos novos Paços do Concelho e Centro Cívico de Valongo, numa cerimónia que decorreu no Museu Municipal de Valongo. Presentes estiveram vários convidados, bem como membros do Executivo camarário, da Assembleia Municipal de Valongo e os presidentes das juntas de freguesia de Valongo e de Ermesinde, respetivamente, Ivo Vale Neves e João Morgado.

    No início da explicação do projeto, o presidente da Câmara Municipal de Valongo (CMV), José Manuel Ribeiro, começou por recordar que há precisamente 30 anos que o atual edifício dos Paços do Concelho se encontra no rés-do-chão de um prédio de habitação. Uma situação na altura anunciada como temporária, mas que ainda hoje se mantém. «O atual edifício da CMV não é ajustado para ser os Paços do Concelho», referiu o edil, acrescentando que há muitos anos que a atual câmara não é ajustada para a necessidade de espaço para os funcionários que tem ao seu serviço, dando como exemplo o facto de a autarquia ter atualmente quase 100 funcionários que estão a trabalhar fora do edifício camarário porque este não tem capacidade para que todos ali trabalhem. «O atual edifício é manifestamente desadequado e insuficiente para dar resposta às necessidades dos serviços municipais e da população», disse.

    Além disso, «a descentralização vai obrigar as câmaras a terem mais capacidade de recursos humanos e, portanto, este novo edifício é muito importante para colmatar este grave problema da falta de espaço», disse o autarca.

    Dirigiu-se posteriormente ao presidente da Câmara Municipal da Maia, Silva Tiago, também ali presente, para lhe agradecer o facto de há sensivelmente três anos lhe ter dito que ninguém leva a sério um concelho que não tem uns Paços de Concelho dignos e que Valongo não podia continuar a ter a sua câmara no rés-do-chão de um prédio de habitação. «Silva Tiago tinha razão e depois de termos posto as contas em ordem, de termos reduzido mais de metade da dívida (do Município), começamos a pensar no assunto. Foi assim que nasceu esta vontade de avançar com o edifício dos novos Paços do Concelho».

    UMA (NOVA) CÂMARA MULTIDIMENSIONAL E MULTIFUNCIONAL

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    Para o presidente da autarquia o futuro edifício assenta em três critérios fundamentais que têm muito a ver com aquilo que é o seu projeto de Município.

    O primeiro tem a ver com a identidade do concelho, sendo que para o autarca os novos Paços do Concelho têm de evidenciar a marca/elemento mais antiga deste território, neste caso o passado geológico, relembrando que «aqui em Valongo existe uma grande riqueza de fósseis de trilobites. E portanto, este é o elemento mais antigo do nosso território e quando fizemos o processo de contratação da empresa de arquitetura definimos que os novos Paços do Concelho fossem uma homenagem à trilobite. Queremos uma praça e um edifício que evoque a trilobite e o que ela representa para nós enquanto identidade».

    Relativamente ao segundo critério, o edil disse que «também queríamos que esta fosse uma câmara que traduzisse na forma física valores que são aqueles que colocamos diariamente na governação: o rigor, a transparência e a igualdade».

    Por isso, logo no rés do chão vai estar gravado em letras garrafais, o artigo 13.º da Constituição da República, que consagra o princípio da igualdade.

    O terceiro critério passa por este vir a ser um espaço multidimensional, com multifuncionalidades, pensado para várias coisas ao mesmo tempo.

    Neste terceiro critério, José Manuel Ribeiro frisou que o edifício terá um espaço dos políticos, talvez único no país, onde todos os eleitos, com ou sem pelouros, vão ter gabinetes uns ao lado dos outros, «porque a lógica que queremos incutir é a do convívio democrático». Ainda no capítulo da multifuncionalidade, o autarca sublinhou que não fazia sentido investir recursos públicos num edifício que fosse destinado apenas às funções político-administrativas, e daí vir a existir um salão nobre com capacidade para 1000 pessoas em pé e 700 com lugares sentados que além de acolher reuniões camarárias e da assembleia municipal servirá também para a realização de espetáculos ou congressos, por exemplo, sendo que o acesso ao futuro salão nobre será feito através de um corredor que irá albergar uma galeria de arte.

    No rés-do-chão haverá uma sala de imersão virtual, que vai permitir todos os meses “levar” os cidadãos a visitar, a título de exemplo, o Museu do Louvre, ou a Muralha da China através da dimensão virtual, pois, segundo o autarca «a maior parte das pessoas não tem dinheiro para viajar, viajar é um privilégio dos ricos, e nós com esta sala transformamos uma câmara em muito mais do que uma câmara. Transformamos a câmara num sítio da cultura, da cidadania, da educação, onde as pessoas percebam a importância da democracia local».

    EDIFÍCIO SIMPLES E SEM LUXOS

    O futuro edifício terá ainda uma preocupação muito grande com a questão do impacto energético, vai ser neutro do ponto de vista do que consome e do que gera, e vai ter um forte componente de revestimento em ardósia, a pedra identitária do concelho. «Vai ser uma câmara muito simples, sem nenhuns luxos. A tubagem vai ficar a ver-se, por exemplo, e vai ser decorada com poesia. Uma câmara não tem de ter mármores, ou outros luxos, uma câmara tem de ter conteúdos, tem de ser um espaço de igualdade, e os Paços do Concelho têm de ser um espaço que marque a vida da comunidade».

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    Assim como o edifício tem este propósito, o exterior em tudo será idêntico. «Será uma praça da democracia, do convívio, um sítio onde as pessoas se possam encontrar, um sítio onde possamos fazer e construir identidade», ressalvou o edil, que adiantou ainda que no próximo mês vai avançar o processo de expropriação do terreno - expropriação essa que terá um custo de 1,2 milhões de euros -, sendo que já estão contratadas as especialidades, contando que no início do próximo ano seja lançado o procedimento para a contratação pública para que em agosto próximo a obra arranque com o objetivo de ser inaugurada em 2022.

    Os novos Paços do Concelho estão estimados em 7 milhões de euros e serão edificados nos terrenos localizados entre as escolas Secundária de Valongo e Básica Vallis Longus.

    «Esta (nova) câmara municipal pode fazer muito pela democracia local, pode ser uma escola, pois a própria câmara tem capacidade para funcionar como um espaço de aprendizagem, tanto para os eleitos, como também para os cidadãos, que também precisam de aprender o que é a democracia de proximidade. E a democracia de proximidade tem a obrigação de oferecer à comunidade oportunidades, de serem melhores e mais cidadãos, de acederem ao conhecimento, à educação, de descobrir que têm talento», disse o edil.

    Esta cerimónia contou ainda com a presença do arquiteto responsável pelo projeto, Miguel Ibraim Rocha, que explicaria detalhadamente através de um vídeo o que vão ser os novos Paços do Concelho e Centro Cívico de Valongo, materializados «num edifício e numa praça envolvente que refletem os conceitos da multifuncionalidade e da sustentabilidade, da transparência, da igualdade e da identidade. Um espaço disruptivo na sua forma que representa uma trilobite e também nas múltiplas funções que vão desde a cidadania, da cultura, da educação, da arte e da difusão de conhecimento».

    (...)

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    Por: MB

     

     

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