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    Arquivo: Edição de 10-09-2011

    SECÇÃO: Editorial


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    Férias

    Após um mês de interregno da publicação de “A Voz de Ermesinde” cá estamos prontos para mais um ano de trabalho.

    Associamos muitas vezes o tempo de férias a viagens ou pequenas deslocações para a praia ou para o campo, mas nem sempre é assim. Na verdade a falsa fartura que nos venderam a partir dos finais do século XX e neste princípio do século XXI levou a que se generalizasse a ideia de que fazer férias era igual a grandes ou pequenas viagens que se realizavam e depois se iam pagando. Correu-se e ainda se corre o mundo a uma velocidade louca, convencidos de que ficamos a conhecer os países que visitamos.

    Regressamos muitas vezes mais cansados e aflitos, com mais um encargo a somar a muitos outros.

    Pintura DAN BOUSS
    Pintura DAN BOUSS
    Esta necessidade de descanso associada a um direito ao lazer aparece associada à revolução industrial. Na verdade a evolução e aperfeiçoamento das técnicas modernas tornaram possível a redução do trabalho necessário para garantir a satisfação das necessidades básicas da população. Com o aparecimento de sindicatos foi possível à classe trabalhadora reivindicar direitos que a protegessem de abusos e preservassem a dignidade humana. O trabalho passa a apresentar-se como determinante na organização social económica política e cultural dos países. Todas as transformações aí ocorridas interferem diretamente em todas as esferas da organização social, elaboram-se leis que definem a duração da jornada laboral, como se verificou em Inglaterra em 1847, depois na França, Suíça, Áustria, Estados Unidos e Rússia. A partir do século XX generalizou-se como horário de trabalho as 8 horas por dia.

    Quanto às férias a nobreza, a aristocracia e a alta burguesia sempre as fizeram, mas só nos finais do século XX se generalizaram à maioria da população.

    Em Portugal a frequência da área marítima em tempos de férias aparece associada à moda dos “banhos de mar”.

    Inicialmente frequentada predominantemente por elites que marcaram a costa com a sua frequência, criou rituais que a distinguiam do resto da população, nomeadamente o próprio período do ano e do dia.

    Com o evoluir dos tempos estas diferenças sociais foram-se atenuando mas passaram a ser marcadas pelas posses financeiras de cada um. Para determinadas classes sociais é quase obrigatório a ida até ao Algarve, é lá que todos se encontram, onde se mostram, partem como rebanhos à procura de sol e de convívio social, todos gostam de encontrar colunáveis, enchem a alma por frequentarem os mesmos espaços.

    Mesmo assim muitos dos portugueses limitaram-se a ficar em casa, alguns já estão à muito tempo em férias forçadas, muitas das conquistas adquiridas vão-se perdendo.

    Mas para meu espanto ainda viajou muita gente neste verão a crédito, e os juros são altíssimos!

    Ainda temos de aprender muito e a crise está aí para durar…

    Por: Fernanda Lage

     

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