SECÇÃO: Destaque

Foto URSULA ZANGGER

O Galguinho

António Real, de Portalegre, mais conhecido pelo Galguinho, desde há muito tempo que via a arte dos pastores alentejanos, a criar da cortiça obras que o deixavam deliciado. O contacto com eles era uma das consequências do seu trabalho no Ministério da Agricultura. Quando se reformou, começou ele, também a fazer esses trabalhos, deixando amigos e familiares de boca aberta, de tão tardia e feliz vocação.

Produz quer objectos, como saleiros, tropeços, queijeiras, quer obras de arte, em cortiça, embora faça também artesanato em madeira, como os cajados dos pastores, realizados com raiz de freixo, explica ele.

Gosta de vir a Valongo, onde, no ano passado, conquistou o Prémio do Melhor Stand ( a sua fotografia lá está, este ano, na Agenda da Câmara de Maio/Junho 2006). As condições são as do costume. Está alojado em Ermesinde e, para os artesãos que não desejem deslocar-se em carro próprio, a edilidade transporta-os todos os dias, em autocarro, para a feira, debaixo do viaduto da auto-estrada, mesmo ao lado do apeadeiro do Susão.

O Galguinho está triste naquele dia, e com razão, porque sendo a jornada dedicada à infância, só uma professora ali levou os meninos, para lhes explicar o que é a cortiça e que coisas bonitas se podem fazer com ela, que não serve só para rolhas...

Para ele, parar um pouco o seu trabalho de artesão e perder meia ou uma hora, ou o tempo que for a explicar o seu trabalho, não é desperdício nenhum.

Foi convidado uma vez para ensinar na Escola Profissional de Portalegre, mas não recebeu da parte dos potenciais interessados a atenção que esperava. Apesar de tudo, mantém-se disponível.

Por: LC