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Foto URSULA ZANGGER |
X FEIRA DE ARTES POPULARES / VALONGO 2006
Cestos e versos
Fernando Sampaio, de Viseu, olha com cuidado o cesto que está a criar. É um pouco a medo, quase desconfiado, que começa a falar connosco.
A sua arte não vai deixar continuadores, provavelmente. Na família não tem quem lhe siga os passos, que já vêm do tempo dos avós.
As suas mãos afeiçoam vários pedaços de paus que já ali tem cortados à medida – são varas de vime, de acácia, de castanho, de lódão... para vários destinos, conforme os cestos.
Há uma coisa que exaspera Fernando Sampaio, são aquelas pessoas que vêm e que mexem e remexem em tudo, peça por peça, e vão outra vez embora muito satisfeitos.
Até já lhes fez umas quadras, muito sarcásticas, sobre as formas redondas onde se pode ou não pode mexer...
E muitos dos cestos ostentam, pegados a eles, os versos que vai criando enquanto afeiçoa o vime.
Por:
LC
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