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    Arquivo: Edição de 15-10-2005

    SECÇÃO: Destaque


    Foto MANUEL VALDREZ. Ilídio Lobão (o primeiro a contar da esquerda), em conversa na zona da Escola Secundária de Ermesinde, foi eleito vereador, retirando um lugar ao PSD.
    Foto MANUEL VALDREZ. Ilídio Lobão (o primeiro a contar da esquerda), em conversa na zona da Escola Secundária de Ermesinde, foi eleito vereador, retirando um lugar ao PSD.
    ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS 2005

    As eleições concelhias vistas à lupa

    1. A PRESTAÇÃO DO PS NO CONCELHO É MUITO SUPERIOR À DO DISTRITO

    O PS obtém nas votações para a Câmara 40,63% (concelho Valongo) contra 34,15% (dist. Porto), quando há 4 anos tinha sido 32,38% (concelho Valongo) contra 36,57% (dist. Porto). Para efeitos de comparação, mesmo se se somarem os votos da candidatura dita “independente” em Felgueiras, poder-se-á considerar agora 35,89% no distrito, o que continua a ser largamente favorável ao PS concelhio. O efeito de “castigo” nacional impediu a vitória do PS na Câmara.

    2. A PRESTAÇÃO DO PSD NO CONCELHO NÃO É SUPERIOR À DO DISTRITO E REVELA UM RETROCESSO

    O PSD obtém nas votações para a Câmara 44,18% (concelho de Valongo) contra 42,47% (distrito Porto), quando há 4 anos tinha obtido 56,11% (concelho de Valongo) contra 49,03% (distrito do Porto). Para efeitos de comparação, se se somarem os votos da candidatura também dita “independente” em Gondomar poder-se-á considerar 47,65% no distrito.

    3. VOTO NA FIGURA DE FERNANDO MELO

    A votação na lista do PSD para a Câmara é sempre superior às votações para a Assembleia Municipal e para o total do voto nas Assembleias de Freguesia, o que parece indicar haver uma importante massa de votos na figura de Fernando Melo. O PSD obtém para a Câmara 44,18% e para a Assembleia Municipal (AMV) 39,80%. Também há 4 anos, para a Câmara o PSD tinha obtido 56,11%, enquanto para a AMV apenas 47,20%. De qualquer modo, isto aponta também para um desgaste de Fernando Melo, o qual, contudo, combinado com o efeito de castigo nacional, não é de molde a retirar-lhe a presidência da Câmara.

    4. ERMESINDE: PS MELHOR PARA A CÂMARA DO QUE PARA AMV OU AFE

    Os resultados do PS em Ermesinde devem ler-se com extremo cuidado. A melhor votação aparente para a Assembleia de Freguesia (7 083 votos), em comparação com AMV (6 838 votos) e CMV (6 604 votos) é enganadora, porque obtida contra a lista de Artur Pais, que em termos autárquicos era uma figura desconhecida.

    Por outro lado, essa votação revela uma quebra em relação a há 4 anos atrás (então 7 580 votos: uma perda de 497 votos). Parece haver aqui ou um fenómeno de rejeição da lista ou de alguns dos nomes da lista combinada com o efeito do “castigo” nacional A votação para a AMV revela um pequeno progresso (há quatro anos tinha obtido 6 733 votos: um ganho de 105 votos). Só a lista para a Câmara revelou progresso evidente para os socialistas (há 4 anos tinha-se ficado pelos 5 391 votos: um ganho de 1 213 votos).

    5. Candidatura de Maria José Azevedo era potencialmente ganhadora

    A lista encabeçada por Maria José Azevedo recuperou de 32,38% para 40,63%, enquanto a lista vencedora do PS para a AMV recuperou de 38,15% para 40,53%.

    Houve mais votos na lista PS de Maria José Azevedo (17630) que na lista PS de Casimiro de Sousa (17587), embora a primeira tenha sido derrotada e a segunda vencedora. E isto mesmo com a dispersão de votos na AMV a favor de CDU e BE.

    Só que o “voto Fernando Melo” desequilibrou. As votações no PS para a Câmara são superiores às votações no PS para a AMV nas freguesias de Campo (2 278 votos para CMV, 2 163 votos para AMV), Sobrado (1 245 votos CMV, 1171 votos AMV) e Valongo (4 738 votos CMV, 4 648 votos AMV), idênticas em Alfena (menos 2 votos, com 2765 votos CMV e 2767 votos AMV) e apenas inferiores em Ermesinde (6 604 votos CMV, 6 838 votos AMV), mas o cabeça-de-lista do PS para a AMV, dirigente do Centro Social de Ermesinde, pode ajudar a explicar o resultado na freguesia.

    Também o facto de esta recuperação do PS não ser tão evidente na freguesia de Ermesinde como nas outras pode apontar para a rejeição local de um ou outro nome da lista, mais contestado por responsabilidades autárquicas anteriores a nível municipal ou de freguesia, ou mesmo uma rejeição do PS local que tenha contaminado os resultados gerais. Esta rejeição poderia ser disfarçada pelo facto de, na Assembleia de Freguesia, o PS defrontar a candidatura de Artur Pais, um quase desconhecido.

    Repare-se ainda que nas eleições autárquicas anteriores, enquanto os níveis da abstenção eram relativamente baixos em Campo e Sobrado (33,09% e 36,89%), eram relativamente elevados em Alfena, Ermesinde e Valongo (43,02%, 46,21% e 40,63%), mas que, nestas Autárquicas, em todas as freguesias a abstenção desceu para a casa dos 30%, excepto em Ermesinde (Alfena – 34,57%, Campo – 30,16%, Sobrado – 32,68%, Valongo – 35,24%, mas Ermesinde – 43,76%).

    6. ERMESINDE: PSD SÓ DESCE SIGNIFICATIVAMENTE PARA A CÂMARA MUNICIPAL

    Curiosamente, e parecendo confirmar o apontado anteriormente, em Ermesinde o PSD só desce significativamente nas votações para a Câmara (de 10 005 votos para 8 985), pese embora o prestígio relativo de Fernando Melo, mantendo votações idênticas às registadas há 4 anos atrás para a AMV e Assembleia de Freguesia de Ermesinde (AFE): desceu de 8 031 votos para 7 841 na AMV e subiu de 7 712 para 7 736 votos na AFE.

    Repare-se também que, dos três órgãos, é na Assembleia de Freguesia que o PSD tem menores resultados em Ermesinde (8 985 votos para CMV, 8 841 votos AMV, 7 736 votos AFE), mas paradoxalmente, dos três órgãos é também aquele em que desce menos relativamente às últimas autárquicas (perda de 1 020 votos para a Câmara, 190 votos para Assembleia Municipal e 24 votos para Assembleia de Freguesia).

    7. FREGUESIA DE VALONGO: PS BATE PSD EM TODA A LINHA

    Desta vez, o PS não se limitou a ganhar as eleições para a Assembleia de Freguesia de Valongo (AFV), ganhando também claramente as eleições para a Câmara. O PS subiu, nesta votação, de 38,43% para 49,67%, ao mesmo tempo que o PSD descia de 50,97% para 36,60%.

    8. CMV: PEQUENAS DESCIDAS DO PSD NAS OUTRAS FREGUESIAS

    O PSD perde cerca de 200 a 500 votos em cada uma das freguesias de Alfena, Campo e Sobrado, que grosso modo representam o avanço do PS, tirando o caso de Alfena em que, singularmente o PS sobe muito (de 1 634 votos para 2 765), mas o PSD desce pouco (de 3 705 para 3 485 votos). É possível que a lista independente “Unidos por Alfena”, desejando ou não esse efeito, tenha ajudado a fixar o eleitorado PSD para a Câmara.

    9. O CASO DE ALFENA

    A vitória de uma lista dita “independente” em Alfena (também ela proveniente de um aparelho partidário) é um dos factos mais relevantes destas Autárquicas. A lista “Unidos por Alfena” (UPA) provocou um gigantesco efeito de dominó que pode apreciar-se bem na queda entre as votações em Alfena para a AMV e para a A. Freguesia de Alfena. Nenhum dos partidos concorrentes escapou. O PS desce de um órgão para o outro, de 2 767 votos para 1 175 (parecendo ser, de longe, o mais atingido – o que significa que apresentava aqui uma candidatura frágil), o PSD de 3 195 para 2 318, a CDU de 336 para 189 e o BE de 452 para 152!

    Isto é apesar da evidente derrota da Concelhia do PSD e da oposição interna local afecta ao anterior presidente Guilherme Roque, aparentemente foi o PSD quem menos sofreu com o aparecimento da lista “Unidos por Alfena” (UPA).

    10. O VOTO NA CDU

    A CDU obtém um pequeno avanço relativamente às últimas Autárquicas, subindo a sua votação na CMV de 06,04% para 06,58%, na AMV de 07,27% para 08,14%. Conservou também os seus dois deputados na AMV. Obteve ainda mais um mandato na AF de Campo, conservou o de Ermesinde e conquistou 1 em Sobrado.

    11. O VOTO NO BE

    Relativamente às últimas Autárquicas, o BE sobe nos resultados para a Câmara de 01,18% para 03,86%, na AMV de 02,27% para 05,77% e elege pela primeira vez um deputado para este órgão. A nível de freguesias, regista um avanço enorme em Ermesinde, de 01,88% para 06,32%, elegendo também aqui, pela primeira vez um representante na Assembleia de Freguesia.

    Por: LC

     

     

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