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FOTOGRAFIA MANUEL VALDREZ |
Um retrato do mestre
Chegou afectuoso, convidativo, sorridente. Uma figura de grande dignidade, radiosa, de gestos largos e luminosos, de um grande humor e simplicidade.
É alguém para quem o tempo não conta, com quem apetece estar, ouvir, ver, sentir... As suas palavras e os seus gestos cativam-nos, ficamos presos ao seu olhar e às suas mãos.
Atingiu a “idade da sabedoria”, duma sabedoria que é dele, que ele sente e tenta explicar... o inexplicável.
Aceita-se, com o melhor dos prazeres, e ninguém se atreve a discordar...
Como é seu hábito, o Mestre brindou-nos com uma lição profunda do seu sentir, da sua Arte.
Palavras articuladas, pausadas, como que à espera que o corpo o acompanhe, ou talvez não...?
Se calhar o corpo anuncia a palavra, como um convite a um bailado sensual cujas frases se colam ao corpo...
E o que mais me impressionou, nesta atmosfera gestual e luminosa, foi ouvir Nadir falar de geometria, dos seus mecanismos de criação artística a partir dos seus quatro princípios e da sua forma: E = m c2.
Por:
Fernanda Lage
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