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Edição de 30-11-2024
Jornal Online

SECÇÃO: Crónicas


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O Encontro

Nota da autora: Este poema é baseado num encontro com uma coleguinha da escola de Ermesinde que, já adulta ocasionalmente encontrei numa maldita rua da cidade do Porto, arrastando os dias e o corpo num sonambulismo de faz de conta. Era a mesma menina doce da escola, das brincadeiras, a quem a vida foi madrasta. Há memórias antigas que nos rasgam por dentro, tornando-se eternas.

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Ela chegava tarde e cansada

Carregava os seus e os pecados dos outros

Jantava restos de conduto com sabor a perdição

De olhar baço e triste se deitava ao lado

Do contador de horas vazias de quase tudo

Queria muito o amor o despertar

Mas nada dava nada recebia

No leito de lençóis sem encorrilhas

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Estava cansada de enganá-lo de sujar a alma

O coração onde pulsava o degredo

E um rio fluía contra a corrente

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Aqueles pequeninos olhares do verde ao castanho

Como queimavam…. De onde vens mamã?

Tão tarde! Sentimos a tua falta.

Tristes olhares pequenos em tamanho

Grandes em amargura

Como se percebessem o maldito fado da vida

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Adormecia em sonhos de promessas e alegria.

Mas lá vai ela novamente pela tardinha

Insegura sem esperança

Carregando apenas os sonhos e o desespero

Por: Eugénia Ascensão

 

 

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