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    Arquivo: Edição de 30-11-2022

    SECÇÃO: Património


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    ACONTECEU N’A VOZ DE ERMESINDE (9)

    Eletrificação da linha férrea (I)

    Falar de Ermesinde sem comunicarmos o desenvolvimento promovido pelas linhas férreas, seria uma das maiores lacunas que poderia acontecer sobre o ponto de vista da evolução da cidade. No ano em que decorreu a Festa do Ferroviário – Entre Linhas (26 a 28 de agosto), acompanhado de uma exposição fotográfica da linha férrea e em que foi inaugurado o Espaço de Homenagem ao Ferroviário (16 de julho), com a instalação de uma locomotiva a vapor de 14 metros junto da fachada da estação, tornou-se, quase imperioso, recordar algumas das linhas que foram escritas no nosso jornal a propósito de um elemento tão importante na história de Ermesinde.

    É unânime, entre os historiadores e interessados na história da cidade, o papel fundamental que a linha férrea por aqui desenvolveu. Já a primeira monografia escrita sobre a ainda vila, por Humberto Beça, em 1921, nos mencionava o papel importante que Ermesinde desenvolveu ao ser o ponto de bifurcação das linhas do Minho e do Douro, duas linhas inauguradas em 1875. Descrevia-nos, neste período que «A estação está situada em logar aprazivel e bem escolhido, o que tem permitido facilmente o aumento das suas linhas de desvio, à medida que o aumento do seu movimento o tem exigido» (BEÇA, 1921, 53). O movimento de pessoas e mercadorias animava a vila, pensando-se em 1921 no alargamento da via para Leixões, um importante interposto comercial que mais rapidamente contribuiria para a evolução da localidade (Idem, 56).

    Manuel Augusto Dias e Manuel Conceição Pereira davam conta, 80 anos depois da escrita da primeira monografia sobre Ermesinde, em 2001, que «É ponto assente que foi o comboio o factor que mais contribuiu para o progresso e crescimento de Ermesinde» (DIAS, PEREIRA, 2001, 104). Quando a primeira linha foi inaugurada, os ermesindenses receberam-na com grande entusiasmo, com bandas de música, discursos e foguetes, repetindo-se a mesma festa, apenas dois meses depois, aquando da inauguração da segunda linha (Idem).

    Fachada da antiga Estação de Ermesinde e legenda que acompanhou o artigo da edição nº 105-106 – A Voz de Ermesinde
    Fachada da antiga Estação de Ermesinde e legenda que acompanhou o artigo da edição nº 105-106 – A Voz de Ermesinde
    Podemos, ainda, ter laivos da importância de tal equipamento, quando encontramos linhas dedicadas aos caminhos de ferro, mesmo em livros que se dedicam a explorar outras temáticas sobre a nossa terra, como é o caso da monografia sobre os Bombeiros Voluntários de Ermesinde: 1921-1996, elaborado por Maria Gracinda Leones Dantas G. Marques e José Manuel Pereira. Aqui os autores mencionam que a linha férrea «desempenha o papel importante no transporte de pessoas e mercadorias, aliando-se ao desenvolvimento agrícola, comercial e industrial, que a partir do início do presente século mais destacou Ermesinde dos subúrbios do Porto. Tão notório foi o desenvolvimento, que em 1926, segundo a Monografia das Estações, Ermesinde movimentava dos maiores volumes de passageiros e cargas da região» (MARQUES, PEREIRA, 1996, 27).

    Sem nunca nos esquecermos das palavras do Professor Jacinto Soares, que nos seus trabalhos nos tem vindo a elucidar sobre todos os fenómenos que rodeiam a cidade. Este diz-nos que «Sendo Ermesinde uma terra com uma população em crescimento rápido, devido à atracção pelos variados meios de transporte postos à sua disposição, nomeadamente o comboio, tinham os seus habitantes, por outro lado, todo o transtorno provocado pelos mesmos, na sua passagem pelo coração da terra. Às passagens de nível, cerca de catorze, juntava-se o caos urbanístico provocado pela necessidade de habitação.» (SOARES, 2021, 123), debruçando-se, no seu estudo mais recente, nas problemáticas em relação às passagens de nível, na nossa terra.

    Chegamos agora aquele que será o tema central dos nossos artigos, a eletrificação da linha férrea de Ermesinde. Este tema, revestiu-se de tal importância na sua época que foi documentado n’A Voz de Ermesinde ao longo de 3 edições, no ano de 1966, sem qualquer assinatura em qualquer um deles. Aliás, o último artigo de que daremos conta é acompanhado de uma das maiores foto-reportagens que encontramos na história dos primeiros anos do jornal, figurando em diferentes páginas, fotografias do momento solene.

    O primeiro artigo de que daremos conta, intitula-se “Surto de progresso em Ermesinde – Electrificação da linha férrea”, no número duplo da AVE, nº 105-106, de agosto e setembro de 1966. Este artigo, elaborado com grande bairrismo, figura na capa do jornal, anunciando a todos os ermesindenses que: «Não é novidade para ninguém dizer-se que Ermesinde tem progredido de uma forma tão extraordinaria nestes últimos 10 anos, como talvez, dentro das devidas proporções, nenhuma outra terra do País». Menciona o grande aumento e progresso dos vários sectores de atividade e as construções, assim como as rasgadas avenidas que vinham a ser criadas, que faziam com que a população tivesse aumentado em cerca de 150% em apenas uma década.

    Entre as largas linhas elogiosas sobre a evolução e surto de progresso que ocorria em Ermesinde, descreve-se que este grande crescimento populacional deveria ser um caso único no país, que seria aumentado dentro de pouco tempo, com os novos melhoramentos que viriam a ocorrer. Estimava-se, neste primeiro artigo, que a inauguração da eletrificação da linha férrea viesse a decorrer no dia 2 de novembro de 1966. A partir deste momento, passariam a circular automotoras «constantes, rápidas e limpas, a fazerem o trajeto [entre Ermesinde e Porto – São Bento] (...) dando a Ermesinde ainda mais valor turístico e económico» (AVE, 1966, nº 105-106).

    O artigo informa-nos que aquilo que se esperava com a eletrificação da linha férrea era a passagem de comboios e automotoras, com pequenos intervalos de tempo, sendo a sua frequência de 10 em 10 minutos, de forma ascendente e descendente, durante as horas de ponta. Culminava esta inovação com as seguintes linhas: «Bem-vinda seja a electrificação ferroviária, que trará a Ermesinde uma mais radical onda de modernização e de elevação, a bem de tudo e de todos.» (Idem). Indicava-nos o jornal,

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Bibliografia:

    - A Voz de Ermesinde, agosto e setembro de 1966, nº 105-106

    - BEÇA, Humberto (1921). Ermezinde Monografia. Historico-Rural. Porto: Companhia Portugueza Editora

    - DIAS, Manuel Augusto. PEREIRA, Manuel Conceição (2001). Ermesinde – Registos Monográficos. Vol. 1. Ermesinde: Câmara Municipal de Valongo

    - MARQUES, Maria Gracinda Leones Dantas G.; PEREIRA, José Manuel (1996). Bombeiros Voluntários de Ermesinde: 1921-1996. ORGAL – Orlando & Ca., Lda.

    - SOARES, Jacinto (2021). Ermesinde: Episódios da História da Nossa Cidade – Avanços e Recuos. Ermesinde: Junta de Freguesia de Ermesinde

    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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