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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-11-2022

    SECÇÃO: Local


    NOTICIAS DA UNIVERSIDADE SÉNIOR DE ERMESINDE

    Aula Externa de Sociedade e Cidadania

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    No passado dia 9 de novembro foi efetuada uma aula externa à Casa do Infante, no Porto, organizada pela Dr.ª Ilda Pinheiro, no âmbito da disciplina de Sociedade e Cidadania da Universidade Sénior de Ermesinde (USE).

    A Casa do Infante, ou Casa da Rua da Alfândega Velha, é um museu e um dos edifícios mais antigos da cidade do Porto. Terá sido também o maior em dimensão, sobretudo pelas duas torres mandadas construir no século XIV, há muito desaparecidas. O monumento nacional foi servindo diferentes propósitos ao longo dos tempos, como residência para visitas oficiais da Casa Real, a antiga Alfândega da cidade e Casa da Moeda, que aí tiveram os seus serviços instalados durante vários séculos.

    Em 1325, o rei D. Afonso IV mandou construir neste local o “almazém” régio, contra a vontade do bispo, então senhor do burgo. Assim nasceu a Alfândega do Porto, para onde eram encaminhadas todas as mercadorias que aportavam à cidade, a fim de ser cobrado o respetivo imposto.

    O edifício primitivo era constituído por duas altas torres e um pátio central, cuja localização ainda se pode identificar. Os pisos mais elevados da torre norte funcionavam como local de habitação. A oriente do edifício principal havia um amplo recinto, onde funcionava a Casa da Moeda, cujas origens remontam também ao século XIV. Durante a visita pudemos ver, através de um painel multimédia, a maneira como eram fabricadas as diferentes moedas, e existe também um quadro com os modelos de moedas usadas nesse período. Nas imediações foram-se concentrando outros importantes serviços da Coroa, como a Contadoria da Fazenda e o Paço dos Tabeliães.

    O edifício da velha alfândega está intimamente ligado à figura do Infante D. Henrique que, segundo a tradição, nasceu neste local, em 1394, no sexto piso, nos aposentos cedidos à rainha pelo morador da altura. A naturalidade portuense do Infante D. Henrique é conhecida através do cronista Fernão Lopes. No Arquivo Histórico Municipal do Porto existe o documento com as despesas efetuadas durante as festas do seu batizado, em 1394. A cópia desse documento está exposta numa vitrine.

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    Na década de 1990 foram feitas profundas escavações arqueológicas, cujos resultados, juntamente com o estudo documental e arquitetónico, permitiram conhecer com pormenor o local. No segundo piso pudemos contemplar objetos do quotidiano, cerâmicas, vidros, azulejos, selos da alfandegagem, que entre outros objetos, constituem importantes indicadores dos fluxos comerciais que a cidade do Porto foi mantendo ao longo dos séculos. Os objetos estão expostos em vitrines onde se encontra a explicação e datação de cada um. O lado esquerdo deste piso encerra uma exposição permanente sobre o Infante D. Henrique onde existem alguns bustos, imagens que nos mostram como eram construídos os barcos, e mapas que mostram as rotas seguidas no período dos descobrimentos.

    No rés do chão vemos os resultados da pesquisa arqueológica que levou à descoberta de vestígios de ocupações anteriores, nesta zona ribeirinha. Foram encontrados importantes testemunhos da ocupação romana, destacando-se os primeiros mosaicos do Baixo Império encontrados no Porto. No 1.º piso existe uma maqueta interativa representando o Porto Medieval, e ilustra a história do local, desde a ocupação romana.

    Classificado como Monumento Nacional em 1924, o edifício veio a ser alvo de um grande restauro pela Direção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, no fim da década de 1950. Foi então entregue à Câmara Municipal do Porto e ocupado pelo Gabinete de História da Cidade. Em 1980, este deu origem ao Arquivo Histórico Municipal do Porto, com catálogo disponível on-line, que conserva a documentação camarária desde o período medieval, para além de uma excelente coleção de plantas da cidade e ainda uma boa biblioteca com vasta e variada bibliografia dedicada à história do burgo, e seu catálogo disponível on-line.

    No final foi feita a fotografia de grupo, um pequeno passeio para apreciar o rio, o arco-íris e tempo para retemperar forças no espaço “Sagardi - Cozinheiros Bascos”, antes do regresso a casa.

    Manuela Meireles

     

     

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