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    Arquivo: Edição de 28-02-2022

    SECÇÃO: Património


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    ACONTECEU N’A VOZ DE ERMESINDE (2)

    Progresso e Renovação em Ermesinde

    Yrouxemos para este mês de fevereiro uma rubrica publicada em meados da década de 60, n’A Voz de Ermesinde (AVE). A rubrica intitulada “Progresso e Renovação” foi, maioritariamente, assinada por Manuel Correia Simões (1921-2001).

    Manuel Correia Simões nasceu em Barcelos, em 1921, e instalou-se em Ermesinde aos 13 anos de idade. Foi dirigente do Clube Propaganda da Natação (CPN) e do Centro Social de Ermesinde, fundador do Grupo de Escutas de Águas Santas, bombeiro de 1.ª classe, elemento da Junta de Freguesia de Ermesinde e, profissionalmente, assistente eletrotécnico das telecomunicações dos CTT. De acordo com a monografia de Manuel Dias e Manuel da Conceição Pereira, foi um grande bairrista e defensor da sua terra adotiva, dedicando-se a escrever sobre a urbe e o seu desenvolvimento. Organizou a 1.ª Exposição Fotográfica de Ermesinde, no Salão de Festas dos Bombeiros e, na sua rubrica, na AVE dava a conhecer as necessidades mais prementes da Vila de Ermesinde, com um cunho bastante pessoal (DIAS, PEREIRA, 2001b, 209).

    Quando consultamos os Arquivos da AVE, constatamos que a primeira vez que Manuel Correia Simões escreve sobre o “Progresso e Renovação” de Ermesinde foi em março de 1963. A partir de abril de 1964 esta rubrica torna-se mensal, continua em 1965 (data da notícia que iremos analisar), e começa a reduzir a sua publicação em 1966, quando alguns artigos com o mesmo título surgem sem autoria. Em abril de 1966, surge assinado por Manuel Moreira Pereira e no mês de junho, do mesmo ano, com as iniciais D. I. P. E.

    Escolhemos para este mês de fevereiro, uma rubrica assinada por Manuel Correia Simões, na edição número 86 da AVE. Neste artigo, dedicou-se a explorar várias linhas: os novos edifícios escolares; a iluminação pública; as placas de sinalização; a fábrica cerâmica e o Ermesinde Sport Clube.

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    NOVOS EDIFÍCIOS ESCOLARES

    O artigo começa por nos dar nota de que o plano de atividades do Conselho Municipal, para 1965, prevê a construção de edifícios escolares na zona centro e em S. Paio. Cremos que estes edifícios na zona centro se situassem em Valongo, porque não encontramos nota deles nem da abertura de nenhuma outra escola em Ermesinde em datas próximas, com exceção da escola de S. Paio.

    Apesar de demonstrar algum contentamento pela construção desta escola, que se considerava necessária na vila de Ermesinde, o autor dá-nos conta que, na sua opinião, era mais urgente, e mesmo de necessidade absoluta, realizar-se um novo edifício para a Previdência e a construção de um quartel para a G.N.R. Recordamos que, o subposto da G.N.R. funcionava na parte de baixo do antigo edifício da Junta de Freguesia (DIAS, PEREIRA, 2001a, 183).

    Contudo, após esta introspeção, menciona aos leitores que os edifícios escolares a serem construídos deveriam localizar-se em locais convenientes e que a sua construção deveria ter uma arquitetura diferente daquela a que as escolas obrigavam. Considera que a arquitetura a que a Lei obrigava a seguir neste tempo, era muito diferente daquela que os restantes edifícios escolares de Ermesinde tinham, por isso, poderia haver alunos a sentir-se diferenciados pela construção da sua escola ser mais moderna do que as restantes. Em segundo lugar, considerava que as construções “modernas” não fariam sentido na paisagem urbana de Ermesinde, que apesar de estar a evoluir, não se encontrava assim tão “modernizada”.

    Como neste período, compreendeu que as suas palavras não teriam qualquer impacto em termos da arquitetura e construção das escolas que tinham um plano predefinido e preestabelecido pelo Estado. Considera que já que os ermesindenses teriam de conviver com pelo menos um edifício que destoava da imagem dos que já existiam, as escolas deveriam ser adaptadas no seu propósito. Ou seja, a nova escola teria como função dar aulas do ensino primário e alterar a função das restantes para o ensino técnico e comercial, para que não existisse “confusão entre as arquiteturas” e para que todos os cidadãos soubessem para onde se estavam a deslocar.

    Apesar de as preces de Manuel Correia Simões não terem sido ouvidas, a Escola de S. Paio foi inaugurada em outubro de 1967 e foi considerada, no seu tempo, a escola mais moderna de Ermesinde, onde funcionava o 1º Ciclo do Ensino Básico (DIAS, PEREIRA, 2001a, 213).

    ILUMINAÇÃO PÚBLICA

    Prossegue depois, no seu artigo, para a questão da iluminação pública que estava, também, incluída no plano de atividades do Conselho Municipal.

    Na opinião de Manuel Correia Simões, o facto de se abordar a iluminação pública, era prova de que os ermesindenses eram ouvidos pelo município, porque esta era uma questão que levantava muitas vozes na cidade. Define no seu artigo dois locais onde considera que a iluminação se encontra em falta. Estes dois locais acabam por ser curiosos à luz dos dias de hoje, porque já não existem, pelo menos, com as mesmas funções.

    O primeiro local é o passeio por onde as pessoas saíam dos elétricos que realizavam a ligação entre Ermesinde e a cidade do Porto. O segundo era o jardim da estação, que tinha apenas um foco no seu centro, não iluminando qualquer parte do caminho.

    PLACAS DE SINALIZAÇÃO

    Como mencionámos, anteriormente, este homem vai deixar nos seus artigos um cunho muito pessoal daquilo que considerava necessário para a, ao tempo, vila de Ermesinde. No fundo, é um pouco dessa visão pessoal que encontramos neste terceiro ponto da sua análise, onde Manuel Correia Simões considera que as placas de sinalização da cidade deviam ser substituídas por outras de forma quadrangular e “solicitamos a substituição daquelas que ainda não o são”. Considerando, também, que existiam placas colocadas em locais sem sentido e que não eram necessárias.

    FÁBRICA CERÂMICA

    A Fábrica Cerâmica, que poderá não fazer parte do imaginário de muitos habitantes de Ermesinde, foi fundada em 1910 e atualmente resta parte da sua memória, do edifício e as suas chaminés no Parque Urbano de Ermesinde, local onde funcionava anteriormente esta fábrica (DIAS, PEREIRA, 2001a, 150-151).

    Quando Manuel Correia Simões escreve o seu artigo esta fábrica ainda se encontrava em funcionamento e não ao abandono e negligência como aconteceu durante vários anos, até que se construísse o atual Parque Urbano. Contudo para o autor, esta fábrica, mesmo estando a laborar, carecia de obras de restauro e conservação, questionando se esta indústria ou empresa seriam pobres para que não melhorassem as suas instalações.

    Deixando a seguinte nota:

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Bibliografia:

    - A Voz de Ermesinde, fevereiro de 1965, n.º 86

    - DIAS, Manuel Augusto. PEREIRA, Manuel Conceição (2001a). Ermesinde – Registos Monográficos. Vol. 1. Ermesinde: Câmara Municipal de Valongo

    - DIAS, Manuel Augusto. PEREIRA, Manuel Conceição (2001b). Ermesinde – Registos Monográficos. Vol. II. Ermesinde: Câmara Municipal de Valongo

    Por: Mariana Filipa Lemos

     

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