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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 31-07-2021

    SECÇÃO: Ciência


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    A luta contra o cancro

    N este mês de julho trazemos mais um contributo dos cientistas portugueses para a ciência, neste caso, mais um passo para a cura de um dos cancros pediátricos mais comuns.

    Ao contrário do que possamos pensar, a palavra cancro é utilizada não para definir uma doença mas sim agrupar um muito numeroso conjunto de doenças que têm em comum o desenvolvimento anormal de células. Podendo ter causas muito diferentes, estas células começam a multiplicar-se e a crescer descontroladamente, algo que não acontece normalmente num organismo, onde a grande maioria das células tem um ciclo de vida programado para viver um determinado período de tempo, dividir-se de forma controlada e morrer. Atualmente, podemos classificar em mais de uma centena as patologias que formam o grupo de doenças a que chamamos de “cancro”, sendo que todas elas têm em comum a maneira como a doença começa.

    Assim, todos os tipos de cancro têm origem no crescimento anormal e descontrolado de células que se convertem em cancerígenas devido a uma anomalia no seu ADN. Convém recordar que o ADN (ácido desoxirribonucleico) é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser vivo. O ADN está presente em todas as células do nosso organismo e contém a informação para dirigir todas as ações celulares determinando, entre muitas outras informações, que a célula deve morrer após cumprir o seu ciclo de vida. Uma célula saudável tem a capacidade de reparar uma possível anomalia no seu ADN, no entanto, as células cancerígenas não o conseguem fazer. Desta forma, não morrem no final do seu ciclo vital, pelo contrário, crescem e formam novas células descontroladamente, que o corpo não necessita.

    À medida que as células se multiplicam descontroladamente, começam por aglomerar-se em massas denominadas de “tumores”, que, à medida que se vão expandindo, podem provocar lesões ou destruir tecidos saudáveis. Estes tumores serão denominados “malignos” se tiverem a capacidade de se estenderem a outras zonas do corpo, diferentes daquela onde têm origem, produzindo as chamadas metástases. Importa realçar que esta multiplicação de células pode ocorrer em qualquer parte do corpo e podemos ter tumores “malignos” ou “benignos”. Isto é importante uma vez que, dependendo da zona em que apareça o tumor, o prognóstico, a deteção e o tratamento podem ser muito diferentes.

    Contamos, atualmente, com a ajuda da ciência para combater mais eficazmente este conjunto de patologias, com a certeza que a deteção precoce continua a salvar vidas. Cuide da sua saúde, vá ao médico e esteja atento ao seu corpo.

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    «Inovação no “combate” a um dos cancros pediátricos mais comuns

    Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) está a desenvolver uma ferramenta inovadora de teranóstica – técnica que junta diagnóstico e terapêutica – dirigida às micrometástases pulmonares no osteossarcoma, um tumor ósseo muito agressivo que afeta particularmente crianças e adolescentes.

    O osteossarcoma é um tipo de cancro que apresenta grande propensão para a metastização pulmonar, acreditando-se que a maioria dos doentes já tem micrometástases na altura do diagnóstico clínico, que depois progridem para metástases pulmonares, sendo esta a sua principal causa de morte, pelo facto de as terapias convencionais apresentarem uma eficácia limitada.

    Por isso, «é urgente um diagnóstico mais precoce e novas estratégias terapêuticas capazes de eliminar estas pequenas lesões e travar a sua progressão», afirma Célia Gomes, do Instituto de Investigação Clínica e Biomédica de Coimbra (iCBR), da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), que lidera o estudo, em parceria com Antero Abrunhosa, do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS).

    O projeto, distinguindo recentemente pela Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) e Lions Portugal, conta agora com 250 mil euros de financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e foca-se numa abordagem que tira partido do conhecimento atual sobre o papel dos exossomas na formação de metástases e dos avanços nas tecnologias de imagem e de terapêutica baseadas em radionuclídeos (utilizadas na medicina nuclear) que se têm revelado bastante eficazes no tratamento de doenças oncológicas.

    Facilmente isolados a partir de amostras biológicas (ex. sangue ou urina) e manipulados em termos do seu conteúdo e composição membranar, os exossomas podem ser administrados num organismo como veículos de entrega de moléculas (ex. agentes terapêuticos) para órgãos-alvo. Esta funcionalidade confere-lhes um elevado potencial diagnóstico e terapêutico.

    Nesse sentido, a equipa pretende usar «exossomas derivados de células metastáticas, e “marcá-los” com um metal radioativo emissor de positrões (cobre-64, 64Cu) para diagnóstico de micrometástases por tomografia por emissão de positrões (PET) num modelo animal em ratinho. Para tal, vai ser usado um tomógrafo PET de alta sensibilidade desenvolvido no ICNAS».

    Para este estudo, os cientistas desenvolveram um modelo animal que reproduz as diferentes fases da evolução da doença metastática, desde a preparação do nicho pré-metastático no pulmão até à formação das micrometástases. As experiências já realizadas, revela Célia Gomes, permitiram demonstrar que «os exossomas libertados pelas células do tumor primário (osteossarcoma) induzem alterações no tecido pulmonar que favorecem o desenvolvimento das micrometástases. Comprovámos ainda a afinidade dos exossomas pelas lesões metastáticas, e a capacidade de entrega do seu conteúdo, o que substancia o grande propósito do nosso projeto: utilização dos exossomas como eficientes veículos de entrega de radionuclídeos com especificidade para células-alvo».

    O financiamento atribuído pela FCT vai permitir explorar a potencialidade dos exossomas como agentes de terapêutica «através da sua funcionalização com radionuclídeos emissores beta- já aprovados para uso clínico, como por exemplo o Lutécio-177, que tem uma penetração máxima nos tecidos de aproximadamente 2mm, adequado para o tratamento de micrometástases, podendo representar uma nova opção terapêutica e com grande probabilidade de uma resposta eficaz», explicita a investigadora do iCBR/FMUC.

    (...)

    leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Cristina Pinto - Assessoria

    de Imprensa - Universidade de Coimbra - Comunicação

    de Ciência

    Ciência na Imprensa Regional

    – Ciência Viva”

    Por: Luís Dias

     

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