COVID-19 - Situação em Portugal, no Grande Porto e no mundo (dados de 23/07/2021)
Portugal vive em pleno esta nova onda pandémica que muitos chamam de 4ª vaga. Mas alguns indicadores apontam para o facto de o pior já ter passado e já se entra, pelo menos em alguns locais, como Lisboa e Vale do Tejo, na vertente descendente da evolução. Como costumamos dizer: a tempestade continua a soprar, mas os aparelhos de medida já acusam melhoria.
A ver vamos nos próximos dias.
O número de doentes internados, tanto em enfermaria como em Cuidados Intensivos, continua a aumentar, mas continuam muito longe dos números do início do ano.
E a Taxa de Letalidade do vírus continua a baixar, estando neste momento no valor de 1,823%, contra o valor de 1,960% correspondente ao anterior número deste jornal. E a tendência continua para baixar.
No dia 23 de julho a situação era a seguinte:
- Índice de Transmissibilidade (DGS) para o território nacional - 1,07
- Índice de Transmissibilidade (DGS) para o Continente - 1,07
- Fator de Crescimento (nosso cálculo) é de 1,01 com tendência a descer
- Incidência (DGS) para o território nacional – 418,3 casos
- Incidência (DGS) para o continente – 430,8 casos
É preciso manter o nosso empenho para manter esta tendência.
Observa-se neste gráfico a evolução do número diário de Novos Casos, em clara subida, como mostra a Linha de Tendência (a ponteado). Só ao fim de alguns dias de valores mais baixos de Índice de Transmissibilidade e Fator de Crescimento é que esta linha acusará tendência decrescente, pelo que nas próximas semanas não deveremos esperar inversão desta tendência. As pessoas precisam de tempo.
Já no que se refere à tendência do fator de Crescimento, esta é francamente descendente. Ou seja, a pandemia continua a crescer, mas a um ritmo mais lento, fazendo pressupor que em questão de alguns dias, mantendo-se a tendência, a evolução estabilize e depois comece a regredir. Esperança não deve faltar.
O número de doentes internados continua a acompanhar a subida do número de Novos Casos, mas a um ritmo muito inferior ao observado no início do presente ano. Embora haja muitos doentes internados, tanto em enfermaria (885) como em Cuidados Intensivos (178), os números são muito inferiores aos observados em março e abril, com o mesmo número de Novos Casos. Isto seguramente verifica-se à custa da vacinação.
No Distrito de Porto houve um claro agravamento generalizado da situação. Seria para admirar se tal não tivesse ocorrido. O Porto não está em “cerca sanitária”. As pessoas entram e saem e, infelizmente, o vírus também. O concelho do Porto ultrapassou Lisboa. Valongo também agravou, mas está no “pelotão do meio”. No entanto, como está na situação de risco elevado pela segunda semana consecutiva, recua no confinamento, pelo que, entre outras limitações, há a limitação de circulação não urgente na via pública a partir das 23 horas.
Se olharmos para o que se passa na Europa (painel escolhido), regista-se um aumento na incidência em Portugal, mas também noutros países, como Espanha, Países baixos e Reino Unido. Não é só problema português.
Em termos de mortalidade, nota-se nos países europeus do painel escolhido que a situação está perfeitamente controlada. A vacinação dá os seus frutos.
Para terminar, vale a pena e repetir o apelo.
Vamos todos cumprir as regras emanadas da DGS e vamos fazer o que estiver ao nosso alcance para fazer regressar o concelho de Valongo onde ele merece estar – nos concelhos do pelotão da frente no controlo da pandemia.
Resolução do Conselho de Ministros (29-07-2021): Medidas nacionais e não por concelho; Fim da obrigatoriedade de recolhimento; Horários de funcionamento do comércio normais; Certificado de vacinação no interior dos estabelecimentos de restauração ao Fim-de-Semana e feriados, ginásios, termas e SPAS; Outras medidas, necessário consultar o portal da Direção Geral de Saúde.
José Campos Garcia*
*Médico
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