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    Arquivo: Edição de 30-04-2020

    SECÇÃO: Desporto


    BOXE

    A Covid-19 levou consigo Mário Lino, uma lenda do Boxe Português

    MÁRIO LINO E FORTUNATO ÁLVARO, UMA DUPLA DE PESO NO BOXE DO ERMESINDE SPORT CLUBE
    MÁRIO LINO E FORTUNATO ÁLVARO, UMA DUPLA DE PESO NO BOXE DO ERMESINDE SPORT CLUBE
    Mário Lino, antiga glória do boxe português com ligações a Ermesinde, onde residia, faleceu no passado dia 30 de março, aos 71 anos, infetado com Covid-19.

    A notícia foi avançada em primeira mão na página de facebook do seu amigo e ex-árbitro de futebol José Leirós, tendo posteriormente quer a Federação Portuguesa de Boxe, quer o FC Porto, nos respetivos canais de comunicação, dado conta do desaparecimento desta lenda do boxe nacional.

    «Recebemos a triste notícia de que o nosso Mário Lino, antiga glória do boxe nacional, detentor de uma carreira ao nível de atleta e treinador ao longo de vários anos, faleceu hoje (ontem) vítima de doença Covid-19», assim anunciou a federação, enquanto o FC Porto recordou a passagem de Mário Lino pelo clube, destacando que ao serviço dos dragões esta referência do boxe português venceu tudo o que havia para ganhar na sua categoria de 51kg (Galo). Os azuis-e-brancos informaram ainda que Mário Lino «estava internado no Hospital de São João, no Porto, e o estado de saúde tinha-se agravado nos últimos dias».

    Mário Lino representou o FC Porto não só como atleta, mas também como treinador.

    Contudo, também o antigo Ermesinde Sport Clube beneficiou do seu ímpar talento, tendo Mário Lino - a par de Fortunato Álvaro - sido um dos principais dinamizadores da secção de boxe do clube. Mário Lino esteve ligado ao emblema da nossa Cidade como treinador, tendo sido responsável pela descoberta e pela formação de inúmeros talentos do boxe ermesindista. Também passou pelo CPN, quando este clube teve a sua secção de boxe. Viveu em Ermesinde até à sua morte.

    O boxe surgiu no Ermesinde Sport Clube ainda no século passado (em 1985) pelas mãos de Domingos Mendonça. Chegou a fazer campeões. Depois de um interregno de 5 anos (1992-1997) o Boxe regressou ao Clube e no início do século atual, tinha uma dúzia de atletas inscritos na Associação do Porto. A secção de boxe foi coordenada por Fortunato Álvaro, curiosamente o primeiro pugilista da história do boxe no clube e teve como técnico precisamente Mário Lino. Nessa altura o clube foi conhecido a nível nacional pelo excelente cuidado colocado na formação de novos atletas. A nível competitivo também conquistou alguns troféus dignos de nota, nomeadamente três campeonatos nacionais. Os treinos decorriam no Pavilhão Municipal de Ermesinde, três vezes por semana.

    O ERMESINDE FOI A 1.ª COLETIVIDADE

    DO MUNDO A TER BOXE FEMININO

    Segundo “O Primeiro de Janeiro” (setembro de 2003) o feito mais notável da secção de Boxe do Ermesinde Sport Clube foi ter sido a primeira coletividade a nível mundial «a ter boxe feminino, corria a época 1989/90».

    No dia 4 de junho de 1994 a secção de Boxe do Ermesinde Sport Clube organizou o seu I Torneio Internacional de Boxe que teve lugar no Pavilhão Municipal de Ermesinde, no qual participaram atletas do Ermesinde, do Valboenses, do Ramaldense, do Futebol Clube do Porto e ainda 4 pugilistas estrangeiros (três brasileiros e um espanhol).

    A época de 2000, da Secção de Boxe do Ermesinde, ficou marcada pelo regresso do antigo atleta e treinador do Clube, Mário Lino, que com Fortunato Álvaro, constituiu a dupla técnica que passou a assegurar a prática desta modalidade na nossa cidade.

    TESTEMUNHO DE FORTUNATO ÁLVARO

    Terminamos este apontamento sobre a morte desse célebre “boxeur” com o depoimento do seu amigo Fortunato Álvaro:

    «Para mim Mário Lino como atleta foi o esplendor de Portugal, e como Treinador foi o melhor a seguir a Luís Saavedra. Mário Lino, como homem, era amigo dos seus atletas, nunca lhes faltava nada, era muito exigente na metodologia de treino, muito exigente na perfeição de combate, tinha um estilo único nos treinos, tendo passado por vários clubes, como o Ermesinde, o Gueifães, o Porto e vários ginásios; era amigo do amigo… e que mais posso eu dizer da maior lenda do boxe português? Um bem haja e até sempre!.»

     

     

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