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    Arquivo: Edição de 30-04-2020

    SECÇÃO: Ciência


    A ciência de uma pandemia

    O cientista ermesindense João Carlos Teixeira, que reside no outro lado do Mundo, na Austrália, tem tido ao longo das últimas semanas um conjunto de intervenções muito bem estruturadas e devidamente fundamentadas sobre esta ameaça global que é o COVID-19. Divulgamos nesta edição impressa um artigo (intitulado “A ciência de uma pandemia”) que nos foi enviado pelo referido cientista em finais de março e publicado na nossa edição on-line (Nota: o artigo foi nesta segunda quinzena de abril atualizado pelo referido cientista), um artigo que não só expressa uma análise científica profunda da pandemia, como dá igualmente sinais de esperança fundados na comunidade científica de que tudo irá ficar bem.

    Aqui fica, nas próximas linhas, o seu artigo.

    JOÃO CARLOS TEIXEIRA
    JOÃO CARLOS TEIXEIRA
    Vivemos tempos conturbados. Um inimigo invisível ameaça a vida de centenas de milhares de pessoas em todo o Mundo e foi já responsável pela transformação completa do nosso quotidiano e, possivelmente, daquilo que será a nossa vida no futuro próximo. O perigo associado à pandemia que hoje vivemos, com a disseminação exponencial do novo coronavírus, é muito provavelmente a maior crise de saúde pública do último século. No entanto, esta crise apanhou o mundo desprevenido, liderado por políticos que colocam constantemente a ciência em segundo plano e questionam os seus resultados em favor de agendas políticas e económicas. Vivemos numa altura em que a ciência, apesar de maioritariamente financiada por dinheiro público, continua a ser vista como algo ao alcance apenas de um pequeno conjunto de indivíduos. Tal não poderia estar mais longe da verdade, e a nossa saúde, e a dos nossos familiares e amigos, depende agora da nossa capacidade de compreensão científica sobre esta pandemia.

    Na altura em que vos escrevo existem já mais de 2 milhões de pessoas infectadas com o novo coronavírus (quando o artigo original foi publicado na edição online deste jornal, a 28 de Março, haviam cerca de 500 mil infectados, pelo que o número subiu 5x em menos de um mês), que foi também responsável por mais de 170 mil mortes em todo o Mundo. Antes de tudo isto terminar, é bem provável que estes números ainda aumentem significativamente. Em Portugal, o número de casos cresceu de forma exponencial nas últimas semanas, e contabilizamos já mais de 20 mil casos e 700 mortes. Esta é uma crise sem precedentes desde a designada Gripe Espanhola que ocorreu há cerca de 100 anos e ceifou a vida de entre 30 a 50 milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, abundam notícias falsas, introduzidas através de meios de comunicação massivos, como as redes sociais, de forma irresponsável e muitas vezes propositada. Para ultrapassarmos esta crise é preciso conhecermos o nosso inimigo e a forma como ele actua.

    SARS-CoV-2

    vs COVID-19

    Comecemos pelo mais básico, a nomenclatura. SARS-CoV-2 é o nome dado ao novo coronavírus, um acrónimo que deriva do inglês Severe Acute Respiratory Syndrome, Coronavirus 2. Em português, isto significa “Síndrome Respiratória Aguda Severa, Coronavírus 2”. O nome deriva então da síndrome causada, que pode levar a complicações respiratórias graves e pneumonia. O número 2 refere-se ao facto de esta ser a segunda estirpe de coronavírus a resultar numa epidemia, depois do SARS ter atingido, principalmente, a Ásia em 2003. Pelo contrário, o acrónimo COVID-19 refere-se à doença causada pelo SARS-CoV-2 – Coronavirus Disease 19, que em português significa “doença por coronavírus 19”. O número 19 deriva do seu ano de origem, 2019.

    Agora que percebemos as diferenças na nomenclatura, qual é a verdadeira origem do SARS-CoV-2? Este tema continua a ser alvo de aceso debate nas redes sociais, havendo mesmo quem defenda que terá sido criado em laboratório pelo governo Chinês, ou Americano, de forma a que possam ser retiradas vantagens geopolíticas. A verdade é que, cientificamente, tal não passa de imaginação fértil. Segundo um artigo recentemente publicado na revista Nature Medicine, a origem do SARS-CoV-2 é muito provavelmente zoonótica (em ciência não se usam termos como certeza ou impossível), isto é, deriva de outros animais. Apesar de ser ainda debatida qual a espécie animal em concreto, os resultados que comparam a estrutura proteica do vírus que se liga aos receptores humanos apontam como origem provável uma estirpe de coronavírus que infecta pangolins, mamíferos que habitam as zonas tropicais da Ásia e de África.

    Não existem, assim, razões válidas para acreditar que este coronavírus foi produzido num qualquer laboratório com intervenção humana. Esta falsa informação, sempre que propagada, poderá ter consequências desastrosas para o normal funcionamento da nossa sociedade global. É particularmente grave que esta noção seja indirectamente disseminada por alguma comunicação social sensacionalista, que insiste em chamar ao SARS-CoV-2 o “vírus da China”. Ainda que seja essa a sua origem geográfica, tal nomenclatura é hoje veementemente rejeitada pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

    CRESCIMENTO EXPONENCIAL,

    IMUNIDADE E EVOLUÇÃO

    DO SARS-CoV-2

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    Agora que o SARS-CoV-2 se encontra já espalhado pelos quatro cantos do Mundo, importa perceber o porquê da sua disseminação e crescimento exponencial. Em primeiro lugar, por se tratar de um vírus novo em humanos, é expectável que a vasta maioria da população não lhe seja imune. Por outro lado, é crucial referir que, devido a um período de latência que, segundo alguns estudos, pode chegar aos 21 dias, uma pessoa infectada pode fazer a sua vida normal durante semanas. Durante todo este tempo, colocou em risco de infecção, acidentalmente, várias pessoas com as quais contactou. As mais recentes estimativas para a taxa de transmissão do SARS-CoV-2, conhecida como R, é ligeiramente superior a 2. De forma simplificada, isto significa que cada pessoa infectada transmite o vírus, em média, a pelo menos outras duas pessoas.

    Este processo resulta naquilo que é vulgarmente conhecido como crescimento exponencial. Quanto maior o número de pessoas infectadas hoje, muito maior será o número de pessoas infectadas amanhã. Se não forem implementadas medidas de isolamento e distanciamento social, o resultado prático desta dinâmica de crescimento explosivo com a falta de imunidade na população é a infecção da maioria dos indivíduos de uma população. Foi exactamente a isto que assistimos nas últimas semanas, nas quais o número de casos em países que não adoptaram medidas mais severas de distanciamento social numa fase inicial aumentou de forma explosiva (veja-se o caso dos Estados Unidos, por exemplo, onde a resposta tardia e a elevada densidade populacional resultaram, à data, em quase 1 milhão de casos detectados e dezenas de milhares de mortes).

    Mas existe ainda um outro problema, quiçá mais grave. De cada vez que o código genético do SARS-CoV-2 é copiado, existe a possibilidade de ocorrerem mutações que levem a uma muito maior virulência e mortalidade na espécie humana. Por outras palavras, quanto maior o número de pessoas infectadas, maior a probabilidade deste coronavírus se tornar ainda mais letal, para um maior número de pessoas. Apesar das estimativas da taxa de mutação de SARS-CoV-2 apontarem para que a mesma seja mais baixa do que a do vírus da gripe, o seu crescimento explosivo a nível mundial faz com que esta deva ser uma preocupação prioritária à escala global.

    ESTRATÉGIAS DE CONTENÇÃO

    - A NECESSIDADE DE GANHAR TEMPO

    Face ao exposto, torna-se então imperativo conter esta pandemia. O maior problema, que tem sido frequentemente abordado pela comunicação social em Portugal, prende-se com a potencial falta de capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no caso de existirem várias dezenas ou centenas de milhares de pessoas infectadas ao mesmo tempo, como sucede em Itália, Espanha ou EUA. Considere o leitor, durante um momento, o que seria de Portugal sem um SNS público face a esta pandemia – vale a pena reflectir tendo em conta o que alguns dos nossos políticos propuseram nas últimas eleições legislativas – a ausência do SNS resultaria numa tragédia!

    A sobrecarga do SNS leva a que existam, potencialmente, centenas ou milhares de mortes evitáveis em Portugal (no plano global este número pode ascender às centenas de milhares, ou até mesmo milhões). Os hospitais ficam sobrecarregados e não existem mecanismos para responder a tantos pacientes infectados, os profissionais de saúde adoecem e são obrigados a ficar em isolamento, pacientes com outras comorbilidades têm mais dificuldade em ser atendidos e perdem a vida, indirectamente, devido à pandemia. Os idosos mais vulneráveis não recebem equipamento auxiliar (como ventiladores) e são deixados à mercê do seu já débil sistema imunitário, exacerbado por comorbilidades existentes. Os doentes em maior risco são preteridos para que se salvem pessoas mais jovens, em teoria com maior saúde e probabilidade de sobrevivência. Em suma, milhares de pessoas perdem a vida desnecessariamente.

    CIDADE DE WUHAN, NA CHINA, EPICENTRO DO CORONAVÍRUS
    CIDADE DE WUHAN, NA CHINA, EPICENTRO DO CORONAVÍRUS
    Na ausência de uma vacina ou tratamento eficazes, e devido ao facto de não existir imunidade de grupo, existe apenas uma forma absolutamente eficaz de prevenir que tal aconteça: evitar todo e qualquer contacto desnecessário com outras pessoas. Para tal, é preciso permanecermos em casa sempre que o pudermos fazer. A alternativa, que foi inicialmente defendida por alguns líderes mundiais, é infectar propositadamente a população de forma a que, virtualmente, todos os sobreviventes tenham imunidade, alcançando-se assim de forma gradual a referida imunidade de grupo. Ora, num cenário destes, e como já percebemos pelo que escrevi acima, a probabilidade de se perderem milhares de vidas desnecessariamente é bastante mais elevada, e não se sabe se isso levaria a imunidade de grupo porque ainda não se percebe bem como se adquire imunidade. O número de países cujos líderes ainda defendem uma política desastrosa como esta tem diminuído drasticamente pois a evidência aponta no sentido de surtos epidémicos muito mais severos nos casos em que as medidas de contenção e isolamento social foram implementadas tardiamente.

    Para além de ser essencial permanecermos em casa, a comunidade científica apoia cada vez mais a ideia de que o uso de material de protecção na população ajuda significativamente no combate à disseminação do coronavírus. O uso de máscaras faciais ajuda a prevenir a transmissão de gotículas que contêm partículas virais, mesmo em indivíduos assintomáticos. É verdadeiramente assustador pensarmos que podemos estar a colocar em risco a vida de terceiros sem sabermos, através de uma simples conversa, pelo que o uso de protecção sempre que temos que sair de casa é considerado essencial.

    No entanto, considero importante sublinhar dois aspectos fundamentais relativamente ao uso de material de protecção. O primeiro é de que poderá haver uma tendência para facilitismos – o facto de usarmos máscara reduz a probabilidade de transmissão, mas não a elimina completamente, daí ser imprescindível manter todas as outras medidas de higiene e etiqueta respiratória e distanciamento social. Do mesmo modo, o uso de luvas ajuda a prevenir a disseminação do vírus mas não protege necessariamente quem as usa – lembremos que o objectivo não é proteger as mãos, mas sim a cara e as vias respiratórias. Há que manter, portanto, uma postura responsável e de máximo cuidado, mesmo quando estamos protegidos. O segundo aspecto que quero referir é a de que ainda existem vários locais no Mundo, incluindo Portugal, onde há escassez relativa deste material, nomeadamente máscaras faciais cirúrgicas. Isto significa que quanto mais pessoas utilizarem este tipo particular de máscara facial, maior será a escassez deste material para quem combate o coronavírus no terreno, os nossos profissionais de saúde. Desta forma, podemos tentar contornar o problema utilizando máscaras faciais feitas em casa que, embora não sendo tão eficazes como as máscaras cirúrgicas ou respiratórias, ajudam na prevenção da disseminação do coronavírus sem colocar desnecessariamente em risco a vida dos nossos profissionais de saúde.

    A VERDADEIRA DIMENSÃO DA PANDEMIA

    Uma das maiores incógnitas actualmente é qual a verdadeira dimensão desta pandemia. Os números a nível mundial crescem exponencialmente a cada dia que passa, mas subsistem ainda imensas dúvidas relativamente à forma como são conduzidos os testes. Apesar do número absoluto de casos ser um bom indicador, é essencial saber-se exactamente quantos testes estão a ser efectuados por dia nos vários países do Mundo, e quais as linhas orientadoras na decisão de se testar, ou não, um indivíduo com sintomatologia compatível com covid19. Por exemplo, o estado onde resido actualmente, o Sul da Austrália, decretou recentemente que todas as pessoas com pelo menos um dos sintomas de infecção por coronavírus serão testadas. Previsivelmente, esta estratégia resultará num aumento de casos detectados, que se aproximará assim do número de casos real, e permitirá uma resposta mais informada. No entanto, subsiste um problema: os casos assintomáticos. Se não forem implementadas estratégias que permitam testar um número elevado de pessoas, aleatoriamente, de entre a população considerada saudável, não será possível ter uma noção real de qual a percentagem de pessoas infectadas. A alternativa é a implementação de testes serológicos, que permitem testar se um indivíduo foi infectado com SARS-COV-2 no passado através da análise de anticorpos contra o vírus presentes no sangue. Isso permitirá avaliar a verdadeira escala desta pandemia, qual a percentagem da população infectada e, desta forma, quais as políticas a seguir no futuro. Nesse sentido, será também essencial perceber se, e por quanto tempo, um indivíduo infectado com SARS-COV-2 permanece imune ao vírus.

    O FUTURO PRÓXIMO

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    Esta será, muito provavelmente, a nossa realidade durante mais algumas semanas, talvez meses. Permanecer em casa e evitar ao máximo contactos sociais. Como não sou epidemiologista, não me irei debruçar sobre números que serão atingidos em concreto, nem qual a expectativa em termos temporais. A estratégia defendida pela maioria dos meus colegas, contudo, parece ser a de se conter a pandemia numa fase inicial, diminuir drasticamente a taxa de propagação do vírus e identificar posteriormente os novos casos pontuais, que surgirão cada vez em menor número depois da fase explosiva inicial. Esta estratégia é comum em países asiáticos como a China, a Coreia do Sul, ou Singapura. E os resultados estão à vista: todos estes países têm, neste momento, o surto controlado. Wuhan, a cidade chinesa epicentro desta pandemia, onde habitam cerca de 11 milhões de pessoas, à semelhança de Portugal, tem voltado gradualmente à normalidade nos últimos dias. O Japão conseguiu controlar o surto durante algum tempo, mas alguns relaxamentos nas medidas de distanciamento social resultaram no regresso de um crescimento exponencial durante as últimas semanas.

    No caso português, as medidas de distanciamento social impostas pelo governo, em conjunto com a declaração do estado de emergência anunciado pelo Presidente da República e o comportamento exemplar por parte da população, têm trazido resultados promissores. O aumento diário no número de casos caiu bastante em termos percentuais nas duas últimas semanas e não existem dúvidas de que estamos no bom caminho. No entanto, e tal como revelado pelo caso do Japão, é possível que um relaxamento nas medidas de distanciamento social, ou uma maior negligência por parte da população, levem ao regresso do crescimento exponencial. Temos, portanto, que nos manter vigilantes durante os próximos meses e até ao aparecimento de uma vacina será muito difícil voltarmos ao nosso quotidiano normal. No entanto, será em princípio possível ver alguma da normalidade regressar nos próximos meses (faço notar que o isolamento total de Wuhan ocorreu a 23 de Janeiro e a vida voltou a uma relativa normalidade cerca de 2 meses depois). Será assim um ano de 2020 em que seremos forçados a adaptar-nos a uma vida diferente, de maior contenção nos contactos sociais, mesmo depois de termos o surto sob controlo.

    Finalmente, depois de ganharmos o tempo necessário para conter o avanço deste inimigo, poderemos atacá-lo de forma directa. Existem já milhares de artigos científicos sobre a actual crise epidemiológica causada pelo SARS-CoV-2. Enquanto cientista, nunca assisti a tão concertado esforço por parte da comunidade científica mundial. Os cientistas constituem neste momento a terceira barreira no ataque ao coronavírus, a seguir a todos os cidadãos do Mundo e aos profissionais de saúde a lutar no terreno, e serão eles a desferir o golpe fatal no inimigo.

    Saber-se-á mais sobre o SARS-CoV-2 do que qualquer outro vírus, em tempo recorde. Poderão ser desenvolvidos tratamentos cada vez mais eficazes ao longo dos meses, embora a evidência relativa ao uso de fármacos já disponíveis no mercado seja ainda inconclusiva e, daqui a mais algum tempo, surgirá uma vacina. Até lá, temos de ser pacientes. Cientistas de vários países trabalham diariamente na tentativa de encontrar uma vacina para o SARS-COV-2 o mais rapidamente possível, mas é absolutamente necessário que todos os limites éticos sejam respeitados. O desenvolvimento ‘normal’ de uma vacina pode ser bastante moroso, sobretudo quando um vírus ameaça a vida a milhões de pessoas. Tradicionalmente, a fase de testes no desenvolvimento de uma vacina começa com ensaios clínicos num pequeno número de indivíduos, em que são monitorizados efeitos secundários e resposta imunitária, que evoluem gradualmente para estudos mais alargados – este processo nunca demorará menos de um ano. De acordo com um artigo que li recentemente na prestigiada revista Science, há especialistas que defendem uma abordagem mais agressiva, os chamados “human challenge studies”. Neste tipo de estudos, uma vacina em fase de teste é administrada em voluntários saudáveis, que não tenham sido infectados anteriormente. Após algum tempo, procede-se a uma infecção propositada desses voluntários de forma a testar a eficácia da vacina. No caso do SARS-CoV-2, a ideia seria usar indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, os quais parecem ser menos susceptíveis aos efeitos mais graves da doença. Esta abordagem, na qual indivíduos saudáveis servem literalmente de cobaias, é, no mínimo, bastante controversa, especialmente se considerarmos que são ainda desconhecidas potenciais complicações a longo prazo, e que não existe, actualmente, um tratamento eficaz para o covid19. No entanto, poderia levar ao aparecimento de uma vacina em apenas 2-3 meses.

    Independentemente de qual a abordagem que será levada a cabo, é extremamente importante perceber que uma vacina não surge de um dia para o outro e existem importantes limites tecnológicos e éticos a ser considerados. Mas chegará!

    O meu desejo é que, depois de vencida a guerra, sejamos mais unidos enquanto espécie, em todos os cantos do Mundo. Que possamos perceber que a crise que nos atingiu não tem nacionalidade nem distingue credos, estatuto sócio-económico ou preferências partidárias. Que nos seja não só perceptível a importância dos nossos profissionais de saúde, mas também de todos aqueles que nos prestam serviços diários, dos que trabalham nos mercados aos que nos recolhem o lixo. E que nos seja finalmente possível entender que a ciência é de todos, e para todos.

    Nota: João C. Teixeira escreve segundo a ortografia antiga.

    BIOGRAFIA:

    João Carlos Teixeira é um cientista português especialista em Genética e Evolução da espécie humana. Nascido na freguesia de Santo Ildefonso, no Porto, mas com fortes raízes na cidade de Ermesinde, onde cresceu e viveu até aos 24 anos de idade, completou a Licenciatura em Biologia (2009) e o Mestrado em Genética Forense (2011) na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Em 2011 mudou-se para a Alemanha, onde obteve o Doutoramento em Genética Evolutiva Humana no prestigiado Max Planck Institute for Evolutionary Anthropology, em Leipzig. Trabalhou durante um ano como cientista pós-doutorado no conhecido Institut Pasteur, em Paris, de onde se mudou no início de 2018 para a Universidade de Adelaide, na Austrália, onde reside atualmente.

     

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