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    Arquivo: Edição de 29-02-2020

    SECÇÃO: Destaque


    Associação Jornada Principal reforça luta contra o aterro

    Foto ASSOCIAÇÃO JORNADA PRINCIPAL
    Foto ASSOCIAÇÃO JORNADA PRINCIPAL
    Precisamente um dia antes desta reunião pública da Câmara, a Associação Jornada Principal emitiu um comunicado onde deu conta da decisão, tomada em Assembleia-Geral, de reforçar a luta contra o aterro de Sobrado. Nesse comunicado podia ler-se que «enquanto não houver resultados das intenções anunciadas pelo Ministério do Ambiente, não vamos cruzar os braços. Estamos cada vez mais unidos e vamos endurecer a luta até vermos o aterro definitivamente encerrado e até recuperarmos a qualidade de vida e a saúde a que temos direito», garante a Direção.

    Na última assembleia-geral foram decididas várias ações a implementar durante o ano de 2020, que passam pelo alargamento das sessões de esclarecimento a vários públicos, designadamente escolas, associações e empresas. Será também organizado um debate sobre o impacto do aterro no mercado imobiliário de Sobrado.

    Será novamente mobilizada a população para a recolha de mais de 4.000 assinaturas para entregar na Assembleia da República uma petição pelo encerramento do aterro e para outras ações impactantes de protesto público.

    Vestir Sobrado de Negro através da colocação de lonas alusivas à perigosidade do aterro e frases de apelo e sensibilização é outras das medidas a implementar em 2020.

    A associação decidiu também intensificar ações junto das entidades responsáveis e autoridades de fiscalização do Ministério do Ambiente, IGAMAOT, da CCDR-N, APA, para que se intensifique a fiscalização, designadamente das águas residuais e superficiais e dos camiões que transportam os resíduos.

    Será também solicitado ao ACES Maia-Valongo um esclarecimento formal relativo às consequências de picadas de mosquitos e da presença de pragas de roedores e insetos relacionados com o aterro.

    A associação está também a apelar à população não só de Sobrado, mas de todo o concelho de Valongo que se façam sócios da Jornada Principal para fortalecer esta luta com mais contributos.

    As ações de protesto serão divulgadas na página de facebook da associação.

    Como já foi referido no texto alusivo à sessão pública da Câmara este é um assunto que tem andado no centro das atenções. O problema teve eco em janeiro último na imprensa internacional, com uma reportagem da agência de notícias britânica Reuters, que foi publicada, entre outros órgãos, pelo jornal “New York Times”. Uma reportagem que deu conta, entre outros pormenores, de que o aterro de Sobrado recebe lixo de vários países da Europa, e que ali são depositadas diariamente toneladas de lixo de 400 tipos diferentes.

    Já no mês de fevereiro, primeiro no dia 10, Catarina Martins, a coordenadora do Bloco de Esquerda, esteve no aterro de Sobrado, onde se juntou à população que exige o encerramento do aterro local, tendo no rescaldo desta visita o partido proposto encerrar todos os aterros que já atingiram a capacidade e os que estão a prejudicar as populações, exigindo também uma fiscalização séria aos aterros de todo o país.

    Cinco dias depois, a 15 de fevereiro, o Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, numa visita às instalações da Lipor em Baguim do Monte, onde ali inaugurou um Parque Fotovoltaico de Produção de eletricidade para Autoconsumo, disse à comunicação social que até ao final do mês de fevereiro o Governo iria comprovar se o aterro cumpria as boas práticas na gestão de resíduos, caso contrário, seria retirada parte da licença de funcionamento. Neste dia e perante mais uma forte manifestação popular junto à entrada da Lipor, o Ministro do Ambiente garantiu ainda que Portugal não recebe do estrangeiro resíduos orgânicos, sendo que por isso não existia relação entre o processo e o mau cheiro que se sente no aterro de Sobrado.

     

     

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