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    Arquivo: Edição de 29-02-2020

    SECÇÃO: Destaque


    Aterro de Sobrado centrou atenções na reunião pública da Câmara

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    O aterro de Sobrado, tema que literalmente anda nas “bocas do Mundo”, esteve em destaque na sessão pública do executivo da Câmara Municipal de Valongo (CMV) realizada no dia 6 de fevereiro. O assunto foi levantado ainda no período destinado à intervenção do público, por um munícipe, que ali deu conta do pânico em que vive a população de Sobrado face a este problema ambiental. O munícipe em questão deu conta do surgimento de gaivotas mortas junto do aterro, e com isso o foco de possíveis doenças que tal cenário poderá trazer; bem como de uma informação que lhe tinha sido dada de que estaria previsto um investimento para o local, foram questões levantadas junto da Câmara. Na resposta, José Manuel Ribeiro lembrou todo este longo tema do aterro de Sobrado, um processo de luta que é na atualidade aquele em que o autarca está mais empenhado em resolver, segundo as suas palavras.

    Recordou que trava esta luta - contra o aterro - há muito tempo, dando conta dos muitos contactos/apelos que tem feito ao longo destes anos no sentido de resolver o problema, assim como do facto da autarquia se ter oposto à renovação das licenças. Recordaria os contactos com a secretaria de Estado, com os ministérios, bem como das sensibilizações junto das autoridades de saúde, ou o apelo que fez à revolta popular para se juntar a esta luta. E nesse sentido agradeceu publicamente o trabalho que a Associação Jornada Principal (criada no sentido de lutar contra este flagelo ambiental que constitui o aterro da Recivalongo) tem feito em colaboração com a CMV e com outras forças políticas, acrescentando que, e em resposta ao munícipe, a informação que lhe haviam dado quanto a um futuro investimento no local não era verdade, estava errada, já que a Câmara não autoriza o investimento que a empresa quer fazer.

    «A CMV entendeu que por razões ambientais não quer ali aquele tipo de negócio», disse José Manuel Ribeiro, acrescentando que a empresa queria fazer ali um investimento ligado à questão dos resíduos mas que a autarquia se opôs. «Não temos interesse, essa atividade não é uma atividade prioritária no concelho de Valongo, por vários motivos, desde logo ambientais», referiu o autarca.

    José Manuel Ribeiro deu ainda conta de que a Câmara irá condicionar a circulação de trânsito na Estrada Municipal 606 - que liga Sobrado a Alfena e que dá acesso ao aterro - com o intuito, sobretudo, de evitar cargas de resíduos não autorizados no referido aterro. «Este processo está em fase de avançar e não vai ser muito agradável para a empresa, eles vão ser obrigados a dizer quem é que circula naquela estrada», disse José Manuel Ribeiro. Apelou a todos para que continuem a ajudar nesta luta que está a ser travada, lembrando que recentemente o Ministério do Ambiente deu nota da vontade de tomar decisões - recorde-se que no início de fevereiro o referido Ministério anunciou que o aterro da Recivalongo iria ser alvo de medidas corretivas -, mas «eu sou como o São Tomé, quero ver para crer, eu e a população queremos ver estes anúncios no terreno», disse.

    Por: MB

     

     

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