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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2019

    SECÇÃO: História


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    A 2.ª Guerra Mundial começou há 80 anos

    No dia 1 de setembro de 1939, a Europa e o Mundo encontravam-se novamente em conflito (2.ª Guerra Mundial). Hitler e as forças nazis alemãs precipitaram o que já era aguardado, pelo desrespeito, manifestado pela Alemanha Hitleriana desde meados da década de 1930, às cláusulas dos Tratados de Versalhes e de Saint Germain de 1919. A revista “Ilustração”, n.º 330, de 16 de setembro de 1939, donde extraímos as fotos que publicamos, inicia um artigo sobre o início desta Guerra com estas palavras: «A tão execrada guerra, êsse flagelo horrendo que a Humanidade esperava a cada momento, voltou a assolar o Mundo».

    Mal Hitler chegou ao poder, começou a preparar tudo para uma guerra de retaliação contra os Aliados que haviam vencido os alemães há escassos vinte anos. Na sua política militarista e expansionista, rearmou o exército alemão, em 1935 (pondo em causa as decisões do Tratado de Versalhes), ocupou a região da Renânia (1936), anexou a Áustria (março de 1938), reivindicou a anexação da região dos Sudetas (na Checoslováquia, ainda em 1938), celebrou o “Pacto de Aço”, em maio de 1939, com o amigo Mussolini e em agosto de 1939, firmou com Estaline o “Pacto Germano-Soviético”. Mas foi a sua invasão da Polónia, forçando a conquista de território que reivindicava, que provocou o início da 2.ª Guerra Mundial.

    SOLDADOS ALEMÃES AVANÇANDO PARA A FRENTE DE BATALHA
    SOLDADOS ALEMÃES AVANÇANDO PARA A FRENTE DE BATALHA

    O “Diário de Lisboa” na sua edição de 1 de setembro de 1939, logo na sua primeira página dava conta do que se passava na Europa nesse 1.º dia de Guerra. O embaixador inglês tinha ordens para deixar Berlim; a França e a Inglaterra decretavam a mobilização geral. Relativamente a Paris, refere-se, concretamente, que no dia 1, «Convocado urgentemente pelo chefe do governo, o Conselho de ministros reuniu-se ás 10 e 45 no palácio do Eliseu sob a presidencia de Lebrun, a fim de apreciar a situação. / O Conselho aprovou por unanimidade um decreto estabelecendo a mobilização geral das forças francesas de terra, mar e ar no territorio da França, incluindo a Argelia e as Colonias e em todas as regiões sob domínio francês».

    O primeiro-ministro britânico, Chamberlain,apesar de afirmar que nada tinha contra o povo alemão, mas apenas contra o seu dirigente nazi, Hitler, e de reconhecer que a situação militar inglesa era mais tranquilizadora do que era em 1914, propunha na Câmara dos Comuns, no dia 1 de setembro de 1939, um projeto de lei «estabelecendo o serviço militar obrigatorio para todos os homens validos, dos 18 aos 41 anos». Ao mesmo tempo decorria já a evacuação de Londres: «Logo de madrugada começou a evacuação da população civil desta capital. Comboios e autocarros transportaram para as regiões do oeste e do norte centenas de milhares de crianças e de enfermos. Calcula-se que a evacuação total da população civil de Londres leve três dias. / Nas outras grandes cidades também começou a evacuação».

    No dia seguinte, Portugal declararia a sua neutralidade. Aí fica a nota oficiosa do Governo português, liderado por Oliveira Salazar, publicada na imprensa, no dia 2 de setembro de 1939:

    «Apesar dos incansáveis esforços de eminentes Chefes de Governo e da intervenção directa dos Chefes de muitas nações, eis que a paz não pôde ser mantida e a Europa mergulha de novo em dolorosa catastrofe. Embora se trate de teatro de guerra longínquo, o facto de irem defrontar-se na luta algumas das maiores nações do nosso continente – nações amigas e uma delas aliada – é suficiente para o grande relêvo do acontecimento e para que dele se esperem as mais graves consequencias: não só se lhe não pode ficar estranho pelo sentir, como ha-de ser impossível evitar as mais duras repercussões na vida de todos os povos.

    TROPAS FRANCESAS A CAMINHO DA GUERRA
    TROPAS FRANCESAS A CAMINHO DA GUERRA

    Felizmente os deveres da nossa aliança com a Inglaterra, que não queremos eximir-nos a confirmar em momento tão grave, não nos obriga a abandonar nesta emergencia a situação de neutralidade.

    O Governo considerará como o mais alto serviço ou a maior graça da Providência poder manter a paz para o povo português, e espera que nem os interesses do País, nem a dignidade, nem as suas obrigações, lhe imponham comprometê-la.

    Mas a paz não poderá ser para ninguem desinteresse ou descuidada indiferença. Não está no poder de homem algum subtrair-se e á Nação ás dolorosas consequencias de guerra duradoira e extensa. Tendo a consciencia de que aumentaram muito os seus trabalhos e responsabilidades, o Governo espera que a Nação com ele colabore na resolução das maiores dificuldades e aceite da melhor forma os sacrifícios que se tornarem necessarios e se procurarão distribuir com a equidade possivel.

    A todos se impõe viver a sua vida, mas agora com mais calma, trabalho sério, a maior disciplina e união: nem recriminações estereis nem vãs lamentações porque em muito ou pouco fique prejudicada a obra de renascimento a que metemos ombros. Diante de tão grandes males faz-se mester animo forte para enfrentar as dificuldades: e da prova que ora der, sairá ainda maior a Nação / O GOVERNO».

    (...)

    Leia este artigo na íntegra na edição impressa.

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    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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