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Edição de 29-02-2024
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    Arquivo: Edição de 30-09-2016

    SECÇÃO: Crónicas


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    Festas da Aldeia

    Toda e qualquer povoação, por mais pequena que fosse, tinha a sua festinha anual, ainda que por falta de meios económicos, fosse bianual ou associada a um povoado limítrofe: os foguetes, a banda de música (ainda por poucas horas) e os anjinhos da procissão não podiam faltar! A FESTA era a mobilização anual, tanto nos usos como nos costumes, não esquecendo as fatiotas novas e a compra dos brinquedos para as crianças. E, importante, havia as barrelas, o esfregar dos soalhos e a muda da palha ou folhelho dos enxergões!

    Qualquer ermida tem um adro. Se é transmontana está num cerro ou ao meio mais elevado do local. Os eirós serviam também como eiras das malhadas e de fontanários, para os animais beberem, quando, quase por milagre, havia água canalizada! Era um regalo assistir a ver os animais a dessedentar-se e brincarem com a pródiga água! As variações das "raças" de bovinos, a maronesa, a barrosã e a arouquês, e até os pequenos e fulvos paivotos, enchiam as meninas dos olhos.

    Chegava a haver pegas "amigáveis" dos toiros, sob a vigilância dos donos ou criados (paquetes dos bois de trabalho). Os de Barroso, com maior arcadura de cornos, eram os ganhadores. Se nosso grande novelista, Camilo Castelo Branco, estivesse presente, diria:

    - É de parabém!

    Conheci a Serra do Marão, por dentro, graças a Camilo. Tenho pena que a fuga da entrada na cadeia da Cordoaria só fosse até Gouvinhas! Vila Real e a Samardã e Vila Pouca de Aguiar são apenas "peguilhos das calças" de um considerável Escritor.

    Estamos a viver uns tempos de efemérides de lendas históricas. Qualquer lugarejo apresenta a sua visão do passado, e cidades e vilas chegam ao deslumbramento dos festejos!

    Será o efeito das constantes imagens magnéticas?!

    Os bonecos das bandas desenhadas, jornais e revistas, complementados pelos filmes bem-feitos das lendas e narrativas, tiveram o seu tempo! Agora, o menino Nê e Avozinha Micas puxam o telemóvel e, entre as fotos do cão e gato, mostram um Afonso Henriques do cortejo recente na sua terra, e de beijinhos da prima Adriane francesa!

    Os incêndios parecem desfiles infernais, pondo os corações negros por dentro e por fora...

    Na Cova de Viriato passou a chorar a Lusitânia!...

    Por: Gil Monteiro

     

     

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