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    Arquivo: Edição de 31-05-2016

    SECÇÃO: Saúde


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    QUEDAS NO IDOSO

    As quedas não fazem parte do envelhecimento

    As quedas nos idosos representam um verdadeiro risco e um problema que tem vindo a aumentar na sua frequência e geram significativas consequências psicológicas, físicas e sociais. As quedas são uma das principais razões pela qual a pessoa idosa perde a sua independência.

    É verdade que o envelhecimento traz consigo alterações progressivas a nível físico, sensitivo, cognitivo e de coordenação motora, tornando o idoso propenso a quedas. Por outro lado, muitas vezes a queda de um idoso é encarada como um acontecimento "normal" do envelhecimento, tanto por parte do próprio idoso como das pessoas que o rodeiam.

    O pensamento recorrente de que certos acontecimentos são "normais da idade" é algo que tem de ser contrariado e devemos questionar as possíveis razões que poderão ter levado à queda, pois podemos estar a desvalorizar sinais ou sintomas que podem ser tratáveis e até mesmo evitáveis.

    FATORES DE RISCO

    As quedas raramente estão associadas a uma única causa, mas sim à acumulação de múltiplas causas.

    Certos fatores de risco estão associados ao aumento do número de quedas e na maioria são passiveis de serem modificados ou até mesmo corrigidos totalmente, diminuindo assim o risco de quedas. Quanto maior o número de fatores de risco que o idoso tem, maior o risco de vir a sofrer quedas recorrentes.

    A identificação dos fatores de risco é muito importante na prevenção de quedas. Existem diversos fatores que aumentam o risco de queda, entre eles estão aqueles que são inerentes à própria pessoa tais como:

    - idade acima de 65 anos;

    - sexo feminino;

    - história de quedas;

    - artrose da anca ou do joelho que pode implicar limitações do movimento, dor e fraqueza muscular pelo desuso da articulação;

    - dificuldade na marcha e em manter o equilíbrio;

    - capacidade de visão ou audição diminuída;

    - polimedicação (tomar diariamente 5 ou mais medicamentos), alguns medicamentos podem ter efeitos secundários como tonturas, sonolência levando a perda de equilíbrio e descoordenação motora.

    Outros fatores têm a ver com o ambiente em que a pessoa se encontra, como a casa onde vive:

    - ambientes com fraca iluminação;

    - superfícies escorregadias e com tapetes soltos ou não aderentes;

    - excesso de móveis numa determinada divisão da casa;

    - escadas com degraus muito altos e sem corrimão para apoio.

    COMPLICAÇÕES

    Complicações graves (fraturas, traumatismos cranianos...), consequentes das quedas, podem levar o idoso ao serviço de urgência, a internamento hospitalar e a perda progressiva de autonomia nas suas atividades da vida diária. Instala-se o medo de voltar a cair e frequentemente o idoso desloca-se cada vez menos, tornando-se menos ativo, mais fraco e aumentando as hipóteses de cair novamente.

    A fratura do colo do fémur é uma das consequências mais graves das quedas nos idosos, levando na maioria das vezes a longos períodos de hospitalização, a intervenção cirúrgica e a imobilização prolongada. A fratura do colo do fémur provoca um grande aumento da mortalidade no 1º ano pós-fratura e um grande número de idosos com incapacidade grave.

    Especial atenção a idosos que estejam a tomar medicamentos anticoagulantes e/ou antiagregantes (conhecidos na gíria por "porem o sangue fino"), pois as quedas podem causar traumatismos cranianos ou outros, complicando em graves hemorragias.

    PREVENÇÃO

    Existem diversas medidas que podem ser postas em prática, que protegem a independência do idoso e reduzem o risco de cair.

    Podem ser feitas mudanças na sua casa que tornarão o ambiente mais seguro, assim como mudança de hábitos de forma a reduzir o risco:

    - pratique exercício físico que ajude a melhorar o equilíbrio, a aumentar a força muscular, aconselhe-se com o seu médico assistente para o ajudar a implementar um programa de exercícios adaptado e individualizado;

    - fale com o seu médico assistente para rever e otimizar a medicação que está a tomar e reavaliar a sua visão e audição;

    - se for necessário recorra a auxiliares de marcha (como a bengala, tripé ou andarilho) que lhe oferecem mais segurança;

    - torne a sua casa segura, retire elementos que possam ser obstáculos passagem; como tapetes soltos, objetos espalhados pelo chão; tenha boa iluminação; instale barras de apoio na casa de banho, para auxiliar as atividades de higiene; evite andar descalço ou com chinelos abertos, prefira o calçado fechado, bem ajustado e aderente;

    - coloque o telefone num local de fácil acesso para um eventual caso de emergência.

    Se tem mais de 65 anos ou se tem um idoso a seu cuidado, proponha-se a responder mentalmente a estas simples questões:

    - Teve alguma queda neste último ano?

    - Sente-se instável e inseguro(a) quando caminha?

    - Tem medo de cair?

    Se a resposta é "sim" a alguma destas questões, significa que existe um elevado risco de queda e está recomendada a avaliação por um profissional de saúde. Consulte o seu médico para uma avaliação global do seu estado de saúde, ele poderá ajuda-lo(a) a prevenir quedas recorrentes e orientá-lo(a) da melhor forma.

    Por: Daniela Medeiros Coelho*

    *Médica Interna de Medicina Geral e Familiar

     

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