REUNIÃO CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO
Os comentários de um munícipe
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Foto URSULA ZANGGER |
Intervindo finalmente na parte da sessão destinada ao público nesta reunião da Câmara do dia 5 de fevereiro – depois de na antepenúltima sessão ter sido disso impedido, com a promessa de o poder fazer na próxima, e nessa, ao confrontar-se inesperadamente com a declaração de que ela não era a reunião regular aberta à intervenção do público (!), ter decidido não usar da situação de exceção que lhe foi concedida para poder intervir, dado o engano do Executivo –, o munícipe José Alves começou precisamente por abordar a questão da sua intervenção, referindo um eventual erro de um órgão da comunicação social local, que cremos numa referência a “A Voz de Ermesinde”, ao ver escrito que teria sido impedido de intervir na última reunião. Lapso do munícipe, que não leu como deveria o que foi escrito, facto que aqui de novo recapitulamos no início do texto.
Mas vamos ao que importa, à interessante intervenção de José Alves, nesta reunião de 5 de fevereiro.
Abordando quatro assuntos com interesse público, o munícipe começou por apontar a questão do atraso da aprovação das atas, considerando que «não é benéfico que estas sejam aprovadas cinco ou seis meses depois». Registe-se que nesta mesma reunião de 5 de fevereiro havia para aprovação (ponto que todavia haveria de ser retirado da Ordem de Trabalhos), nada mais nada menos que cinco atas, sendo a mais antiga de 5 de dezembro de 2013. José Alves referiu que numa sessão do Executivo anterior chegou a aprovar-se de uma só vez dez atas. Daí a sua recomendação para uma aprovação mais célere.
José Manuel Ribeiro, considerando em parte a justeza da crítica, prometeu que a Câmara tudo faria para tornar menos demorado o ciclo de redação e aprovação das atas, ainda assim explicando ao munícipe que a redação daquelas era uma tarefa trabalhosa e que requeria os maiores cuidados, elogiando o esforço da técnica que se tem responsabilizado por esse trabalho.
O segundo assunto abordado por José Alves foi a situação da Escola Básica do Mirante de Sonhos, que enferma de várias deficiências, como a ausência de passeios em grande parte da sua fachada, a falta de limpeza a que está sujeita, permitindo-se a ocorrência frequente de os funcionários da STCP fazerem das suas imediações mictório junto do terminal da carreira para Sonhos, a escola apresentando ainda paredes com fissuras, e ocorrendo igualmente com frequência o estacionamento indevido, possivelmente de professores, em cima do passeio, na parte em que este existe, danificando-o.
Aberta a escola com pompa e circunstância, embora com o acesso impedido aos comuns munícipes, eis ao que, em pouco tempo, a escola tinha chegado, pelo menos no seu exterior, já que o munícipe nada podia dizer de eventuais problemas no seu interior, que não conhecia.
Orlando Rodrigues, o vereador com o pelouro da Educação, informou que iria ser feita uma intervenção no recreio da escola, que tinham já sido verificados os danos no passeio e que iria procurar-se alterar a colocação dos contentores do lixo, de forma a que os camiões de recolha de resíduos sólidos pudessem fazer o seu serviço sem causar danos ao passeio, já que seriam eles, sobretudo,os responsáveis. O piso também iria ser corrigido
O terceiro assunto abordado foi o da situação da antiga Fábrica de Tecidos de Sá, localizada entre a Santa Rita e a Vila Beatriz, num estado de degradação preocupante, pois fora um pequeno arranjo estético numa parte do edifício junto da estrada (que será a EN 15-1), o resto do edifício ameaça ruína, com uma forte possibilidade de desmoronamentos para a estrada e perigo de danos irreparáveis em pessoas e bens, se nada se fizer para o evitar.
José Manuel Ribeiro apontou que a antiga fábrica de Sá era propriedade privada e que a autarquia tinha limitações na sua intervenção, além do mais não havendo indícios visíveis de perigo de derrocada.
O último assunto abordado foi o da ligação da autarquia às IPSS. Voltando à questão das atas, numa delas, a de 4 de julho de 2013, José Alves estranhava que, discutindo-se uma situação que envolvia uma IPSS (cremos que a ADICE), uma vereadora (seria Maria Trindade Vale) a esta muito ligada, não tivesse pedido escusa na votação, quando evidentemente o deveria ter feito.
Ao discutir-se a questão do fornecimento de refeições às escolas, José Alves teria procurado recolher elementos sobre as IPSS do concelho, mas de uma delas não teria conseguido recolher qualquer elemento e preocupava-o o secretismo que envolveria essa IPSS – «a poderosa ADICE», tal como citando um certo órgão de comunicação social, se lhe referiu.
Continuou solicitando ao Executivo que respondesse se havia algum espaço público cedido a alguma IPSS. E terminou exigindo um maior rigor e transparência deste Executivo relativamente ao anterior. Mas, pelo menos nesta reunião, não obteria resposta.
Por:
LC
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