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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 12-11-2013

    SECÇÃO: Crónicas


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    Tempo de feira

    Será que os tempos de crise tornam os dias de feira mais movimentados?

    Talvez. É preciso quase tudo vender, para pouco se poder comprar! Mas, o mercadejar é intenso, desde quem apregoa as castanhas da cesta ou vende por três euros dois guarda-chuvas! Assisti às reais transações na última feira de Trancoso: muitos espaços e grande variedade de artigos expostos, quase todos em bancas próprias ou tendas montadas; o mercado municipal, amplo e moderno, estava em funcionamento. Só um vendedor (marroquino?!) vendia kispos espaciais e especiais na escadaria do mercado!

    O artesanato antigo está na berra, desde a venda de piões de nicas às bonecas caseiras, feitas para meninas! Mas eram os objetos antigos, que se viam a funcionar na meninice, a mostrar novas pujanças. Os candeeiros de vidros, as tenazes e espetos, potes de ferro... Até os panelos (em barro vermelho ou preto de Bisalhães) furados para assar castanhas à lareira, ou tostar nas cozidas, “sorriam” aos passantes! Faziam sorrir, mesmo, os pregoeiros das tendas em competição, em frente das várias barracas próximas. Um até desabafou:

    – Vendo mais barato e ninguém me compra!...

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    Será que a iluminação por candeias, lampiões e candeeiros vai voltar?! A energia elétrica passou a ser muito cara?! Devido aos incendiários dos montes, há mais lenha para a lareira?

    A costela rural vibrou ao ver velhos e novos artefatos agrícolas. Tive em mãos uma enxofradora de balanço (antiga) e uma podoa de serrar e cortar ramos das árvores (moderna). As plantas ornamentais e de sabores eram muito transacionadas, principalmente as roseiras, rabanetes e alhos francês. Mas, fortes, fortes, eram as muitas plantas de viveiro a aliciarem novos donos. Acarinhei uma oliveira, de meia altura, carregada de olivas – merece o termo – de tamanho superior, nunca vistas em árvore, mesmo na Grécia! Não a comprei, apesar de custar 50 euros, por ser única, e poder não fazer descendência.

    Antigamente, na feira de S. Martinho de Anta, os negócios de monta, porcos, cavalos, ovelhas, eram rematados e selados bebendo uns copos de vinho na taberna; o nosso deambular, agora, terminou num café, onde havia uma grande bicha para registar o euromilhões!, tendo, antes, passado pelas bancas dos enchidos e presuntos, dos queijos e doces e compotas caseiros. Por pieguice a comprar, passei ao largo do doce da Teixeira. Ó Providência! – O filho João, sofrendo do mesmo apetite, comprou uma embalagem, sem ninguém pedir ou mostrar interesse, e revestida em hermética folha plástica!

    As muitas atividades feirantes mostraram um Portugal renovado, com muita afoiteza para ser próspero.

    Era preciso almoçar, logo entrar na fortaleza. O café restaurante “O Castiço” fazia apelo, com rodas de carros de bois e alguns apeiros, decorando a entrada. Tivemos sorte. Alem de servir vinho de Soutelo do Douro, pudemos escolher, agora tanto na moda, a salada de bacalhau desfiado, tigelas de tripas, sem arroz, comidas à colherada. Entre outros petiscos, degustei, pela primeira vez, milhos doces!!!

    Ao pedir arroz doce e aparecerem os milhos, saiu-me a lotaria!

    Por: Gil Monteiro

     

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