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    Arquivo: Edição de 24-10-2012

    SECÇÃO: Saúde


    Reutilizar dispositivos médicos de uso único pode não representar poupança para os hospitais

    «Ao ponderar a reutilização dos dispositivos médicos (DM) de uso único não basta considerar o custo direto da aquisição do dispositivo médico inicial, é preciso calcular os custos relacionados com o processo de reprocessamento como: o transporte, limpeza, embalagem, esterilização, bem como, os riscos potenciais inerentes ao processo em si mesmo (porque ele pode ter falhas); a implementação de um sistema de qualidade e gestão de risco que garanta a rastreabilidade do processo e dos respetivos DM a reutilizar.

    Por outro lado, esta avaliação deve incluir a cobertura do risco de utilização de um produto que foi concebido para ser utilizado uma única vez e os custos indiretos que possam ser imputados ao mau funcionamento dos mesmos, à sua biocontaminação (infeções associadas aos cuidados de saúde) ou à responsabilidade civil resultante, já sem falar que não existem instalações para o efeito no nosso país. Feitas as contas, os custos para os hospitais poderão ser mais elevados do que adquirir um dispositivo médico novo», alerta Mercedes Bilbao, presidente da Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP), à margem de um seminário que está a decorrer no Porto.

    Além dos custos do reprocessamento há a considerar os riscos inerentes à reutilização do dispositivo. Se um dispositivo médico de uso único reprocessado não estiver funcional aquando da sua reutilização ou se se danificar, teremos também de adicionar os custos de novos dispositivos utilizados e dos danos causados ao doente.

    Até ao momento, em Portugal, não existe regulamentação para reutilizar dispositivos médicos de uso único.

    Este tema está em debate num seminário sobre reprocessamento de dispositivos médicos promovido pela Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos (APORMED) em conjunto com a Associação dos Enfermeiros de Sala de Operações Portugueses (AESOP) e a Associação Nacional de Esterilização (ANES) no auditório Prof Alexandre Moreira do Hospital de Santo António, Centro Hospitalar do Porto.

    «O nosso objetivo é o de promover um debate racional sobre as oportunidades, riscos e ameaças resultantes do reprocessamento e reutilização de dispositivos médicos. Tendo em atenção as preocupações com a redução de custos na área da saúde, tememos que algumas instituições possam ponderar a reutilização destes dispositivos médicos sem a adequada avaliação da sua conformidade com os requisitos essenciais legalmente estabelecidos no sentido de garantir que essa reutilização não comporta riscos acrescidos para a saúde dos doentes, nomeadamente por efeito de contaminação cruzada, alterações no desempenho do equipamento e/ou outros eventos adversos», refere Humberto Costa, secretário-geral da APORMED.

     

     

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