SECÇÃO: Cultura

“A Bailarina Vai Às Compras” no Teatro Helena Sá e Costa / ESMAE

Foto ARQUIVO URSULA ZANGGER

Esta 44ª criação da companhia lotou a sala do Teatro Cineatre “A Barraca”, em Lisboa, aquando da sua estreia a 17 de novembro de 2011. (...). Antes da partida para o outro lado do Atlântico, onde já este ano se apresentou no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, e Caruaru, o espetáculo “A Bailarina Vai Às Compras” integrou a programação do FINTA – Festival Internacional de Teatro da ACERT, em Tondela. A digressão em território nacional continua agora no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto.

A Bailarina Vai às Compras releva um transexual de meia idade a fazer um espetáculo performativo nos corredores do supermercado central de Tolaboa, sendo sucessivamente interrompido por telefonemas que o impedem de concretizar o seu objectivo.

Com o carrinho repleto de necessidades básicas e impossibilitado de as pagar, ele percorre o supermercado de frente para trás a devolver às prateleiras todos os bens de consumo.

A cada objecto que devolve à prateleira ele, a Bailarina, dá mais um passo no caminho incerto…

Dança com as palavras num jogo de quem não tem nada a perder. Canta com o corpo em movimento, num jogo de quem não tem nada a ganhar.

Da razão ao delírio, do bom senso ao grotesco, do trágico ao cómico, do clássico ao contemporâneo, da mulher ao homem, do sexo ao amor, do social ao íntimo a Bailarina fala, canta e dança pelos corredores do Supermercado até se recolher no sonho da arte que lhe permite continuar a viver neste mundo.

No dia 24 de Março, após o espetáculo, realizar-se-á um debate inserido no simpósio sobre transexualidade.

Mais informações em:

https://sites.google.com/site/simposiotransexualidade

Ficha Artística

texto e dramaturgia Júnior Sampaio e Quico Cadaval

coordenação artística Maria do Céu Guerra

encenação Rita Lello

interpretação Júnior Sampaio

figurinos Manuela Bronze

cenografia Bruno Guerra

voz Maria Luís França

desenho de luz Vasco Letria

música Rui Lima e Sérgio Martins

produção executiva Amélia Carrapito e Sofia Leal

classificação M/16

OS AUTORES

Quico Cadaval (1960), Dramaturgo, Ator, Encenador e Diretor Artístico, Galiza - Espanha.

É conhecido em Portugal pela regular participação em Festivais de Teatro como ator, dramaturgo e encenador, e como contador de histórias é presença frequente nos encontros Palavras Andarilhas, de Beja, capital da narração oral lusófona. Ditou conferências nas Universidades de Coimbra, de Lisboa e do Minho e foi professor da Operação Triunfo da RTP. É Patrono da Fundação Via Galego, que se dedica a promover o intercâmbio cultural e a normalização linguística com os outros territórios do sistema linguístico galaico-português. Escreve e encena para Producions Teatráis Excéntricas, um projeto próprio que desenvolve na Galiza.

Júnior Sampaio (1963), Dramaturgo, Ator, Encenador e Diretor Artístico, Luso-Brasileiro).

Formado pelo Teatro Escola Macunaíma – S. Paulo (BR). Integrou como ator o elenco de 53 espetáculos, apresentados em Portugal, Espanha, Brasil, Moçambique, Alemanha e Cabo Verde, com encenadores portugueses, uruguaios, espanhóis, belgas e brasileiros. Como ator tem ainda trabalhos em vídeo, televisão e cinema. Assinou 46 encenações realizadas em companhias portuguesas e brasileiras.

Como dramaturgo escreveu 32 peças dirigidas à infância e ao público jovem e adulto. Ministrou 29 cursos de teatro nas mais variadas áreas teatrais, no Brasil, em Portugal e em França. Tem diversos trabalhos na área de cenografia, criação de luz e som, criação de figurinos e produção.

Desde 1994, tem trabalhado com várias companhias nacionais, entre as quais, Seiva Trupe, Teatro Nacional S. João, Trigo Limpo e O Bando. É fundador e diretor do ENTREtanto TEATRO e também criador e programador da ENTREtanto MIT Valongo – Mostra Internacional de Teatro, desde 1998. Foi distinguido com os Prémios de Melhor Ator, Melhor Desenho de Luz, Melhor Encenador e Melhor Espetáculo.

A COMPANHIA

ENTREtanto TEATRO - Associação Cultural, iniciou sua atividade em 1994, na cidade do Porto. Desde a sua fundação que esta companhia tem apostado e defendido uma política cultural descentralizada. Assim, em 1996 passou a ter sede em Valongo, por via de um protocolo de Cooperação Cultural estabelecido com a autarquia deste Concelho. A partir desse momento, o ENTREtanto TEATRO alargou a sua área de ação passando a desempenhar um papel crucial no desenvolvimento local, responsabilizando-se pela produção de espetáculos e eventos culturais, formação de públicos e de potenciais atores, promovendo e divulgando atividades artísticas e culturais no Concelho e ao mesmo tempo, através da itinerância de espetáculos, projetando o nome de Valongo no circuito artístico nacional e internacional.

Esta estrutura contabiliza na globalidade das suas produções mais de 200 mil espetadores, num total que ultrapassa os 2 mil espetáculos apresentados em mais de 100 localidades de Portugal e ainda, em Espanha, França, Alemanha, Moçambique, Brasil e Cabo Verde.

O ENTREtanto ministra Ações de Formação em Teatro desde 1997 e desde 1998 é responsável pela programação e produção do festival ENTREtanto MIT Valongo – Mostra Internacional de Teatro.