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    Arquivo: Edição de 29-02-2012

    SECÇÃO: Tecnologias


    Richard Stallman contra o ACTA na Universidade do Minho e na Semana Informática do Técnico

    Richard Stallman, o criador do movimento de Software Livre, esteve este fim do mês em Portugal, onde participou em dois importantes eventos, proferindo palestras sobre questões de liberdades e direitos.

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    Fundador do Projeto GNU e da Fundação para o Software Livre, Richard Stallman lançou o movimento do software livre em 1983 e começou o desenvolvimento do sistema operativo GNU (ver www.gnu.org) em 1984. GNU é software livre: todos têm a liberdade de o copiar e redistribuir, bem como de fazer mudanças, grandes ou pequenas. O sistema GNU/Linux, basicamente o sistema operativo GNU com o Linux adicionado, é usado em dezenas de milhões de computadores hoje em dia.

    Ora na tarde do dia 28 de fevereiro Stallman esteve em Braga, mais precisamente no Auditório A1 do Complexo Pedagógico 1 do Polo de Gualtar da Universidade do Minho, numa iniciativa organizada pelo CeSIUM, Centro de Estudantes de Engenharia Informática da Universidade do Minho, onde discursou sobre o tema da liberdade do utilizador da internet, apresentando o tema “Copyright vs Community”.

    Stallman abordou as polémicas questões das propostas legislativas em curso, tais como o SOPA, ACTA, PIPA e outras leis ou projetos-lei que podem pôr em risco a liberdade na internet.

    Stallman

    no SINFO

    No dia seguinte, e no decurso de uma iniciativa levada a cabo pelos alunos de Engenharia Informática do instituto Superior Técnico, em Lisboa, o SINFO (Semana INFOrmática), Stallman esteve no Pavilhão de Engenharia Civil do campus Alameda, onde abordou o tema “O Software Livre e a tua Liberdade”. Stallman falou acerca dos objetivos e filosofia do Movimento do Software Livre, e o estado e história do sistema operativo GNU que, em combinação com o núcleo Linux, é atualmente usado por dezenas de milhões de utilizadores em todo o mundo.

    O SINFO, que decorre desde o dia 27 de fevereiro e se prolonga até ao dia 2 de março, conta com a presença, para além de Richard Stallman, de um conjunto de personalidades mundialmente reconhecidas, como João Damas (um dos 14 guardiões do DNS), Paulo Taylor (fundador do eBuddy), Mirko Gozzo (European General Manager da Riot Games, empresa conhecida pelo jogo League of Legends), James Portnow (CEO da Rainmaker Games e escritor da Webseries Extra-Credits), Miguel Sales Dias (Director do MLDC da Microsoft), Zeinal Bava (CEO da Portugal Telecom) e Miguel Gonçalves (Idea Starter @ Spark Agency) – entre outros.

    Multimédia, Inteligência Artifical e Robótica, O Futuro da Web e Inovação e Empreendedorismo são os temas dedicados a cada dia do evento, no qual se realizam conferências, painéis de discussão, workshops e ainda uma exposição tecnológica, promovendo o contacto direto entre as empresas e os visitantes. Em qualquer das atividades, os participantes habilitam-se a ganhar prémios – consolas, smartphone, tablets e muitos outros.

    Este evento tem como objetivos a divulgação e debate do mercado das tecnologias de informação que marcam a atualidade nacional e internacional e a informática no geral, algo cada vez mais presente no quotidiano dos portugueses.

    O é aberto a todo o público interessado.

    Sobre o tema do software livre também a ANSOL (Associação Nacional de Sofware Livre) teve uma intervenção no dia 29, ainda dentro do grande tema, “Software na Sociedade”, um dos vários abordados durante o evento. Os outros eram “Jogos & Multimédia”, Inteligência Artificial & Robótica”, “Futuro da Web” e “LEIC++: Empreendedorismo”.

    A série de painéis de debate Painéis de Debate teve lugar no Grande Anfiteatro (onde conferenciou Stallman) e abordou os seguintes temas: “Então queres desenvolver jogos?” (segunda, 27 fevereiro, com a participação de James Portnow, Mirkko Gozzo e Eduardo Barandas) – onde cada orador falou da sua experiência e percurso na indústria de modo a poder aconselhar a audiência em como entrar no mundo dos videojogos ; “Inteligência Artificial em Portugal” (terça, 28 fevereiro, com a participação de Miguel Sales Dias, Carlos Amaral, Marco Barbosa e João Graça), onde os convidados falaram acerca do seu percurso na área de Inteligência Artificial e de que forma pretendiam mudar o panorama nacional nesta área. O objetivo deste debate foi o de responder a algumas questões como: Quais as potencialidades da IA no mercado português? Quais as áreas de Inteligência Artificial mais viáveis no nosso mercado? Vale a pena criar empresas e investir nesta área?; “Segurança na Web - Um Desafio Multi-Facetado” (quinta, 1 março, com Paulo Veríssimo, João Damas, Pedro Veiga e Paulo Sousa), onde cada orador falará sobre a segurança na web a partir de diferentes pontos de vista (social, empresarial, aplicacional e tecnológico); “IST(o) é Empreendedorismo” (sexta, 2 Março, com Joaquim Sérvulo Rodrigues, António Murta, Miguel Gonçalves e Marco de Abreu), onde os convidados falarão um pouco do seu percurso até ao topo e da experiência de empreendedorismo que tiveram/têm.

    Outros debates

    sobre o ACTA

    Entretanto, e ainda para debater o ACTA (Anti-Counterfeiting Trade Agreement, Acordo Comercial Anticontrafação), realizou-se na noite do passado dia 25 de fevereiro, na Academia Contemporânea do Espectáculo, no Porto, um debate organizado pelo Bloco de Esquerda, com o título “O que esconde o ACTA” e que contou com a participação das deputadas bloquistas Catarina Martins (Assembleia da república) e Marisa Matias (Parlamento Europeu) e com o presidente da ANSOL (Associação Nacional de Software Livre), Rui Seabra.

    Tal como o descreve a Wikipedia, o ACTA é um tratado comercial internacional que está a ser negociado com o objetivo de estabelecer padrões internacionais para o cumprimento da legislação de propriedade inteletual entre os países participantes. De acordo com seus proponentes, como resposta «ao aumento da circulação global de bens falsificados e da pirataria de obras protegidas por direitos autorais».

    Aparentando ser um complemento do tratado anterior sobre propriedade intelectual, Acordo TRIPs, que foi severamente criticado por "defender" o domínio cultural e tecnológico dos países desenvolvidos sobre os subdesenvolvidos, o ACTA teve as suas primeiras negociações a decorrer desde em outubro de 2007 entre os Estados Unidos, o Japão, a Suíça e a União Europeia, tendo sido depois integradas por Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Emiratos Árabes Unidos, Jordânia, Marrocos, México, Nova Zelândia e Singapura.

    O tratado é bastante criticado pelo facto das negociações ocorrerem entre uma minoria e de forma sigilosa. E também pela existência de indícios, como os documentos vazados para o Wikileaks, de que o acordo planeia beneficiar as grandes empresas com o prejuízo dos direitos civis de privacidade e liberdade de expressão do resto da sociedade.

    Por: AVE

     

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