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    Arquivo: Edição de 15-11-2010

    SECÇÃO: Destaque


    O CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

    Sindicato Agrícola de Ermesinde

    Sendo S. Lourenço de Asmes, há um século atrás, uma freguesia eminentemente rural, irrigada por várias linhas de água permanente, com as suas aldeias, separadas fisicamente umas das outras e maioritariamente habitadas por camponeses, não surpreende que aqui tenha sido criado, em plena Primeira República, um Posto Experimental Agrícola e, mais tarde, já no período da Ditadura Militar, se tenha fundado também o Sindicato Agrícola de Ermesinde.

    Paisagem típica de Ermesinde há cem anos atrás
    Paisagem típica de Ermesinde há cem anos atrás
    Devido à importância agrícola da freguesia de Ermesinde constituiu-se aqui, no início da década de 1930, um Sindicato Agrícola que pretendia associar quase todos os lavradores do concelho de Valongo.

    Mas ainda antes da criação do Sindicato Agrícola de Ermesinde, houve nesta freguesia, durante a Primeira República, um Posto Experimental Agrícola, dependente da Escola Agrícola Móvel do Porto, que tinha como finalidade instruir os agricultores através da realização de experiências, para que a agricultura e a pecuária enveredassem por novos métodos que fizessem aumentar a produção e a produtividade.

    A verdade é que este Posto Experimental, que teve à sua disposição dez mil metros quadrados de terreno, nunca chegou a funcionar em condições, por falta de material, de equipamento e de pessoal especializado. Por isso, o Ministro da Agricultura acabou com este campo experimental agrícola, em Dezembro de 1921.

    Com objectivos não muito diferentes, surgiu no princípio do ano de 1929, na freguesia de Ermesinde, ainda muito rural, um Sindicato Agrícola que representou a união dos maiores lavradores da freguesia. Pretendiam, assim, defender os seus interesses e promover, através do Sindicato, uma maior instrução agrícola e até a realização de experiências, nos sectores agrícola e pecuário, que pudessem ter repercussões ao nível da produtividade.

    Os primeiros Corpos Dirigentes do Sindicato dos Lavradores de Ermesinde tiveram a seguinte composição: Direcção – António da Silva Carvalho (Presidente), Joaquim da Silva Carvalho (Tesoureiro) e António Marques de Ascensão (Secretário); Conselho Fiscal – Manuel da Silva Carvalho (Presidente), Domingos da Silva Moreira, José Moreira da Silva, Domingos Francisco de Sousa e Domingos António das Neves.

    Nessa altura, foram designados “Louvados” para o Norte e para o Sul da Freguesia. Assim, os da parte Norte, eram: Lourenço João da Cunha, José da Silva Paredes e Manuel Barbosa Garraio; enquanto que os que serviam a parte Sul, eram: Henrique Moreira Bessa, António Lourenço Ferreira da Silva e Serafim Moutinho Coelho.

    O Sindicato Agrícola de Ermesinde só seria legalizado, no entanto, em 1931, com a aprovação superior dos seus Estatutos que ocorreu no dia 20 de Maio de 1931.

    Agricultores ermesindenses atando o centeio
    Agricultores ermesindenses atando o centeio
    Pelos seus Estatutos, verifica-se que a experiência dos dois anos anteriores foi agora estendida a quase todo o Concelho de Valongo. De facto, o artigo 1.º, fixa como circunscrição do Sindicato as freguesias de Ermesinde, Alfena, Valongo e S. Martinho de Campo, e o artigo 2.º diz que a Sede do Sindicato é em Ermesinde.

    As finalidades do Sindicato aparecem expressas no artigo 4.º, sendo de destacar o facto de se pretender promover a instrução agrícola «pelo estabelecimento de bibliotecas, cursos, conferências e campos de experiência»; de se prever o recurso a experiências quer de culturas, quer de máquinas e instrumentos aperfeiçoados; de se facultar aos sócios, «em condições vantajosas de preço e qualidade, a aquisição de adubos, plantas, sementes, inecticidas e fungicidas, máquinas, alfaias, utensílios de lavoura, animais reprodutores, vacinas e soros para tratamento de gados»; de se procurar facilitar o acesso e transporte da produção agrícola dos sócios para os mercados de consumo.

    Na altura da legalização, os sócios que figuraram como fundadores foram os seguintes:

    Para o primeiro exercício da Direcção, foram designados: Abílio Bandeira Dias (Presidente), Padre Dr. José Moreira da Costa (Vice-Presidente) Manuel Feliciano Vieira da Silva Cruz (1.º Secretário), Amadeu Alberto de Sousa e Silva (2.º Secretário), Serafim Martins Dias Moreira (Tesoureiro); e como substitutos os seguintes: Manuel Gonçalves Rebelo, Arnaldo Ferreira da Rocha, Alfredo Marques da Silva, José Moreira da Silva Pontes e António dos Santos Almeida; e para o Conselho Fiscal, os associados: Alberto Dias Taborda, José Joaquim Ribeiro Teles e Amadeu Alberto de Sousa e Silva.

    Por: Manuel Augusto Dias

     

     

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