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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-11-2010

    SECÇÃO: Cultura


    Apresentação pública da acção de formação em Teatro 2010 ou... “o sopro de Deus”

    Uma dúzia e meia de jovens actores aprendizes, cheios de vontade e suficientemente disciplinados, pelo menos aos olhos do espectador.

    Tanto basta para os transformar em protagonistas do drama e da comédia, capazes dos maiores cometimentos quando, por trás, está a experiência do mestre que os modela como uma matéria dúctil sequiosa de ganhar novas formas e ilustrar a desfaçatez do mundo.

    Isto é assim com a exuberância criativa de Júnior Sampaio, que a pinceladas impressionistas constrói um enredo de telenovela em que a plasticidade dos actores espelha um rigoroso trabalho de marcações, gestualidades e expressividade oral. Como se fossem ferramentas nas mãos de um deus.

    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER
    A ideia do espectáculo em “Escândalos” é milimetricamente executada (e o milimetricamente aqui pode ser literal), por um naipe de actores onde a inexperiência se minimiza a tal ponto que a produção a que assistimos tem todo o direito a esta proximidade incestuosa com a Mostra Internacional de Teatro, e é um com certeza um adequado e feliz chamariz.

    Trabalhinho não deve ter faltado para pôr de pé com tanto rigor esta peça em que contracenam em cima de um nada espaçoso palco com tanta gente em cena – sem um atropelo, uma hesitação, um gesto falhado – os 19 actores que compõem as personagens de “Escândalos”: a velha e a filha camponesa, o drogado, a prostituta, o trolha imigrante, o político e a sua esposa, a irmã desta e a filha degenerada, a vendedora, a morta, a empregada doméstica, o travesti, o polícia, o empregado de mesa, a jornalista, o dono da boîte, o segurança e o talhante.

    Um crime por resolver, uma trama que põe a nu um mundo tão igual ao que vivemos que até parece real e não “apenas” um exercício de fim de curso. Um mundo que leva a morta a dizer, no fim, que não lhe apetecia viver com esta gente.

    Porque a questão é que o político corrupto, que abre, no fim, a carreira à jornalista, é também amante da cunhada a quem mandou matar pelo segurança da boîte em que trabalha o travesti, que é o marido fugido da camponesa filha da velha que vende gatos ao talhante que...etc., etc.».

    Por: LC

     

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