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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 30-03-2010

    SECÇÃO: Local


    CARTAS AO DIRECTOR

    Todos diferentes, todos iguais!

    A exploração humana não é mais nem menos que a realização obrigatória de trabalhos/tarefas por parte de pessoas ditas “inferiores”, sem a oferenda de qualquer recompensa em troca.

    Apesar de ser um acto cruel e pré-histórico, é uma realidade com a qual convivemos e somos confrontados no nosso dia-a-dia. Não é algo actual, tendo evoluído ao longo dos tempos, de século para século. Nos nossos antepassados, a exploração humana podia verificar-se no uso e abuso dos escravos, salientando de igual maneira os tratamentos brutais que recebiam aquando da não realização das tarefas. Não só a escravatura serve como exemplo, também o sexo feminino foi alvo de exploração por parte da espécie humana, quer para prazer sexual quer para a realização de trabalhos domésticos. Muitas mais formas de exploração se podiam observar, no entanto imensas delas eram ocultadas e esquecidas, como meros pormenores.

    A espécie humana evoluiu, construiu uma sociedade repleta de direitos, de deveres, de correctos e incorrectos afazeres e diz-se por aí, de liberdade e mentalidade aberta. Palavras, apenas palavras, na minha opinião. O ser humano diz-se um ser evoluído e racional, mas na realidade existem muitos por aí não merecedores deste título. A exploração humana continua viva na nossa sociedade e não é necessário ir muito longe para provar a veracidade deste facto.

    Milhares de mulheres são, hoje em dia, capturadas e obrigadas a viver em casas de prostituição, muitas delas retiradas brutalmente das suas famílias, em tenra idade.

    A milhares de crianças são, hoje em dia, roubadas a sua infância, o seu sorriso, a sua alegria, o amor paternal de que necessitam, o aconchego e o calor de uma casa. Tudo isto substituído por uma vida fria e sem sentido em que são forçadas a trabalhar arduamente. São apenas crianças, pequenos inocentes.

    Milhares de pessoas são, hoje em dia, inferiorizadas devido à sua raça ou religião, obrigadas por isso a trabalhar como escravos. Africanos, Chineses, Japoneses, Indianos, não faremos todos parte do mesmo?

    Nem os animais, reservados ao seu instinto e irracionalidade, cometem este tipo de atrocidades.

    Onde está o verdadeiro ser dito humano nestas situações?

    Todos estes factos apresentados anteriormente não são nem mais nem menos que o reflexo da face mais obscura do ser humano. O sentir-se superior, melhor que todos os restantes, o egoísmo, a falta de sensibilidade e consciência, a mentalidade fechada e retrógrada, é a base para tudo isto.

    Está na hora de agir, de dar razão a palavras como “ser racional”, “liberdade de expressão”, enfim, umas quantas ditas da boca para fora sem qualquer fundo de verdade quanto à sua existência.

    Vamos dar voz à igualdade e ao amor para com os outros; se queremos realmente destacar-nos dos mais inferiores e mostrar-nos superiores, que seja por um lado positivo, pratiquemos o bem e lutemos pelo bem-estar dos que nos rodeiam.

    Por: Inês Neves

     

     

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