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    Arquivo: Edição de 30-09-2009

    SECÇÃO: Destaque


    ELEIÇÕES PARA A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

    PS ganha as eleições mas perde a maioria absoluta

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    O Partido Socialista ganhou as eleições para a Assembleia da República, desfazendo, nos últimos dias da campanha eleitoral, uma aparente proximidade do PSD, que ficou a mais de 7% dos votos validamente expressos.

    Apesar da vitória, os socialistas viram escapar-lhes a maioria absoluta, descendo, em número de deputados, de 120 para 96 (36,56% dos votos validamente expressos), mas não contando ainda com os resultados dos dois círculos no estrangeiro (Europa e Fora da Europa), que dão tradicionalmente a vitória ao PSD, mas onde o PS costuma eleger de 1 a 2 deputados entre os quatro eleitos.

    Todos os demais partidos representados na Assembleia da República viram crescer o número de deputados, mesmo os “derrotados” nestas eleições, o PSD, que passou de 72 para 78 (29,09% dos votos validamente expressos), e a CDU (7,88%), que desceu para o quinto lugar entre as forças representadas no Parlamento, mas que ganhou mais um deputado relativamente às eleições legislativas anteriores. Os outros “vencedores” do sufrágio foram o CDS (10,46%), agora terceira força política no Parlamento (e que, com o PS, só por si, já poderia constituir um bloco de maioria absoluta), que aumentou o seu número de deputados de 12 pra 21, e o Bloco de Esquerda (9,85%), que embora não vendo confirmada a sua aspiração de ser a terceira força política no Parlamento, viu o número dos seus deputados duplicar, de 8 para 16 eleitos.

    O valor da abstenção subiu também (de 34,97% para 39,40%), número que excede em muito a votação real no PS (22,16%, ver quadro nas páginas seguintes).

    OS PEQUENOS

    PARTIDOS

    Dos pequenos partidos, cuja campanha teve que ser feita à margem dos grandes meios de comunicação, referência para o PCTP que, ao conseguir ultrapassar a fasquia dos 50 000 votos (teve 52 633, cerca de 0,93% dos votos validamente expressos), vai ter direito à subvenção do Estado – cerca de 290 mil euros.

    Pelo contrário, o MEP (Movimento Esperança Portugal), no qual surgiam algumas figuras públicas como Rui Marques e Laurinda Alves, afundou-se nos 0,45% de votos validamente expressos. Seguiram-se por ordem decrescente de votação PND, MMS, PPM, PNR, MPT-PH, PPV, POUS, PTP e MPT.

    Verificaram-se ainda 1,75% de votos brancos e 1,31% de votos nulos.

    DISTRITO

    DO PORTO

    Foto URSULA ZANGGER
    Foto URSULA ZANGGER

    Ao nível do distrito do Porto, vitória do PS, que aumentou a sua percentagem de 33,26% para 41,81% em percentagem dos votos expressos, embora tendo perdido dois deputados (passou de 20 para 18. O PSD conservou os seus 12 deputados, o CDS duplicou o número de deputados pelo círculo do Porto, de 2 para 4, e o BE elegeu mais um (de 2 para 3). A CDU manteve os 2 eleitos.

    CONCELHO

    DE VALONGO

    No concelho de Valongo, e fazendo adivinhar uma muito quente jornada de eleições autárquicas, o PS ganhou destacado (43,16% em percentagem de votos validamente expressos contra 25,45% do PSD), embora com menor vantagem que em 2005 (50,29% contra 25,35%).

    No concelho, nestas eleições, a votação do CDS suplantou a da CDU (passou de 4,94% para 9,67% dos votos validamente expressos), mas não a do BE, que se mantém assim a terceira força política no concelho, em termos de eleições legislativas. A votação no Bloco de Esquerda cresceu mesmo de 7,36% para 10,34% nestas eleições, uma percentagem que continua superior à da média nacional.

    A CDU também subiu, de 6,64% para 6,84%.

    A abstenção no concelho foi de 34,5%, inferior portanto à média nacional.

    FREGUESIA

    A FREGUESIA

    Foto MANUEL VALDREZ
    Foto MANUEL VALDREZ
    Quanto aos resultados em cada freguesia, o PS venceu em Alfena, com 44,79%, contra 26,70% do PSD, o que faz manterem-se algumas dúvidas quanto ao desfecho das próximas autárquicas nesta freguesia.

    Em Campo, bastião tradicional da esquerda, mais uma vez a votação da CDU foi superior à do PSD (18,01% contra 17,44%). O PS ganhou aqui com 45,76% de votos validamente expressos.

    O BE sobe, nesta freguesia, de 4,96 para 8,17%.

    Na freguesia de Ermesinde, a mais populosa e influente do concelho a nível eleitoral, mais uma vitória do PS, com 43,10%, contra 25,80% do PSD. O BE atinge aqui 11,65% dos votos, o CDS 8,69% e a CDU 5,39%.

    Na freguesia de Sobrado, bastião tradicional da direita, vitória, mais uma vez, do PSD, com 36,81%, contra 35,27% do PS, mas note-se a redução da diferença entre os dois partidos. Em 2005, num cenário que foi então muito mais favorável ao PS, a diferença tinha sido de 42,04% contra 37,11% a favor do PSD. Quem sobe aqui exponencialmente é o CDS, que passou de 6,55% para 11,11%. O BE sobe também bastante, de 3,54% para 6,27%, enquanto a CDU sobe muito ligeiramente, de 4,035 para 4,13%.

    Finalmente, em Valongo, a segunda freguesia do concelho em termos de número de eleitores, vitória igualmente destacada do PS, com 43,61% contra 23,66% do PSD. O PS desce (de 51,13% em 2005), mas o PSD não sobe (24,12% em 2005). Quem sobe, à direita, é o CDS, de 5,42% para 9,40%. A CDU sobe ligeiramente, de 6,49% para 6,94%, e o BE sobe de 7,44% para 11,04%.

    Todos estes são cenários que não têm nada a ver com os das próximas eleições autárquicas, em que se contemplam outras lógicas e em que intervêm outras forças. Mas não deixa de questionar--se se a proximidade dos dois actos eleitorais não irá originar uma espécie de “contaminação” dos resultados que, neste caso, seria favorável ao PS (contra a coligação PSD//CDS) e ao Bloco de Esquerda.

    De qualquer modo é preciso ver também que a diferença, no concelho, entre as forças de “esquerda” e de “direita” se reduziu, de 64% para a esquerda contra 30% para a direita em 2005, para 60% para a esquerda contra 33% para a direita em 2009, o que poderia apontar para uma tendência inversa à que apontámos anteriormente.

    Com tantas candidaturas no terreno, parece contudo avolumar-se uma expectativa razoável, é de que, também no concelho, pode deixar de haver uma presidência com maioria absoluta.

    Por: LC

     

     

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