A CAMPANHA ELEITORAL NO CONCELHO
A vitória de todos e o choro de um...
Foi com um comício de lançamento realizado no Fórum Cultural de Ermesinde, na tarde do passado sábado, dia 5 de Julho, que a coligação autárquica “A Vitória de Todos” - construída em torno do actual presidente da Câmara Fernando Melo -, deu o seu pontapé de saída para a campanha eleitoral autárquica.
Notório neste primeiro momento de campanha, o maior alcance da coligação entre PSD e CDS/PP, que pode inclusive, adivinha-se, colocar elementos do PP na zona cinzenta da lista para conjunta para a Câmara Municipal, isto é, em posição de eleição, em caso de sucesso eleitoral.
Por outro lado, também não pode deixar de ler-se como tendo algum significado, a ausência coincidente dos líderes distritais Marco António Costa e Álvaro Castelo Branco, que justificaram as suas ausências delegando noutras figuras a representação das respectivas Distritais.
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Fotos URSULA ZANGGER |
Fernando Melo foi, no passado sábado, a figura que mobilizou o centro e a direita concelhias, que sempre encontraram nele, aliás, o homem capaz de alargar o seu espaço político, conquistando a vitória num concelho que, sociologicamente, até pode ser considerado “de esquerda”. Isso mesmo faria notar Fernando Melo quando, numa atitude que, aliás tem marcado os seus mandatos, afirmou: «Quando me perguntam se sou político, respondo que sou autarca (...), sinto-me equidistante dos partidos», atirou ainda.
Longe de molestar os quadros locais do PSD e do PP e o auditório que encheu por completo o Fórum Cultural, a intervenção de Fernando Melo foi saudada efusivamente, bem como, da mesma forma efusiva se reagiu à emoção do candidato quando este, referindo-se à situação de miséria constatada na vida de muitas famílias, irrompeu mesmo num choro convulsivo, com a multidão a dizer-lhe que ele era o «nosso homem», tal como tinha sido inicialmente pedido.
De resto, o discurso do candidato não se afastou daquilo que tem sido sempre a sua estratégia de afirmação: «Aminha primeira preocupação foi satisfazer as necessidades básicas da população», recordou referindo-se aos primeiros anos de mandato e à questão do abastecimento de água a Ermesinde e do saneamento básico.
No domínio do Ambiente salientou a despoluição do rio Simão (e a obtenção de um prémio nacional de Ambiente, em 2007), e as actuais empresas da despoluição dos rios Leça e Ferreira. Referiu também a criação do Parque Paleozóico da Serra de Santa Justa, a criação do corredor ecológico e a resolução do problema da recolha dos lixos, com o fim da Fertor e a criação da Lipor.
No domínio da Cultura referiu a criação da Biblioteca Municipal de Valongo, o apoio às manifestações de cultura popular, «Bugiadas, marchas de S. João e outras», passando depois à mais recente “batalha”, a da Educação.
Abordou depois outros aspectos da “obra”, no domínio do Desporto, do Emprego, da Acessibilidade, sempre curiosamente numa perspectiva mais voluntarista que rigorista, isto é mais próxima da que tem sido a concepção defendida por Sócrates e mais distante da de Manuela Ferreira Leite.
«Eu faço obra», insistiu o autarca, criticando aqueles que se escudavam atrás da falta de meios.
AS OUTRAS
INTERVENÇÕES
Mas nesta sessão de lançamento,as honras da intervenção inicial couberam a Antonino Sousa, vice-presidente da Distrital do CDS/PP, que saudando Fernando Melo, afirmou a posição do partido na coligação: «Nós somos firmemente democratas. Acreditamos na alternância», mas antes que algum impaciente protestasse: «Mas em Valongo as alternativas não estão preparadas para dirigir o concelho», não restando assim outra solução que o apoio à candidatura de Fernando Melo.
Seguiu-se-lhe Maria Trindade Vale, vice-presidente da Distrital do PSD, que manifestou a sua honra por estar numa sala repleta e o orgulho de pertencer a um concelho em larga expansão. Referiu-se depois a tudo o que partilhou com o «grande homem» que era o seu amigo Fernando Melo.
Representando depois a Concelhia do CDS/PP interveio Alexandre Teixeira, que caracterizou o seu partido como uma força política activa, em reestruturação interna, mas também, ao mesmo tempo que se afirmava, no plano local aproximando-se do PSD. Não tinha sido essa a primeira opção, antes concorrer a todos os órgãos com listas próprias, adiantou, mas justificando depois a opção final do partido ao lado do «autarca experimentadíssimo» que é Fernando Melo. E brincou ainda com a sua própria proximidade ao PSD, numa referência mais íntima.
E logo antes de Fernando Melo falou, por fim, o líder da Concelhia laranja, João Paulo Baltazar.
«Apoiar Fernando Melo é apoiar todas as freguesias», começou por referir. E depois elogiou a coragem de Fernando Melo quando, há 16 anos, trocou o Governo Civil pela batalha eleitoral autárquica em Valongo. Traçou depois, à semelhança do que faria depois Fernando Melo, o percurso ao longo destes 16 anos de mandatos sucessivos. Referiu «as pontes para o futuro» e a «capacidade de cumprir» do autarca e, finalmente lembrou a heterogeneidade das freguesias do concelho, mas ao mesmo tempo, os valores de cada uma.
E terminou juntando ao slogan “A Vitória de Todos”, outros ainda da mesma lavra agitativa: «Trabalhar mais e melhor, com todos, para todos» e “Um Concelho para se Viver”.
Por:
LC
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