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    Arquivo: Edição de 30-11-2008

    SECÇÃO: Tecnologias


    “Revolution OS”: um documentário (2)

    O software opensource está a revolucionar os negócios, a transformar governos e a permitir a educação em todo o planeta. O Opensource baseia-se no princípio de que o código fonte de um programa deve ser prontamente acessível, para que os utilizadores tenham o direito de manter, adaptar e melhorar o software que utilizam da maneira que entenderem. Linux, Firefox e Wikipédia são apenas três das suas histórias de sucesso, demasiadas para enumerar. Mas de onde veio o opensource e para onde vai?

    O documentário "Revolution OS" oferece uma excelente perspectiva em ambas as questões, aproveitando as ideias e histórias das pessoas que tornaram o opensource uma realidade.

    Rentabilizando

    o opensource

    Uma das maiores áreas de confusão em torno do software livre e opensource é como lucrar com ele. Sim, é gratuito e dado a troco de nada, não se poderá de maneira alguma pedir uma compensação pelo trabalho desenvolvido. O que é aceitável se se programar como passatempo, mas se se tiverem contas a pagar, isso não ajuda muito.

    Este foi um dos pontos realçados por um jovem Bill Gates, cuja carta aberta para este efeito é apresentada neste filme. Na ideia de Gates, o software proprietário era a solução óbvia. Mas está muito longe de ser a única forma que os programadores têm de fazer dinheiro com o seu código.

    Noutro clip, a seguir, Larry Augustin, Michael Tiemann e Richard Stallman destroem o mito de que o software opensource significa uma barriga vazia ao fim do mês [para o programador].

    Entre os modelos de negócio que foram utilizados eficazmente desde o nascimento do software livre está o de oferecer consultadoria e suporte técnico para software livre e opensource. O princípio é simplista – obtém o software por nada e então paga a um perito para o manter, hackear e adaptá-lo às suas necessidades específicas. Os três explicam tudo.

    A Catedral

    e o Bazar

    Mas se tudo funcionar bem com o seu software proprietário, porque é que iria querer mudar para as turbulentas águas do opensource? No seu extensivo estudo, Eric S. Raymond comparou e confrontou os dois modelos e concebeu uma metáfora que teria um grande impacto no futuro do movimento opensource: a catedral e o bazar.

    O livro de Raymond do mesmo nome, originalmente publicado como um estudo, teria um grande impacto nas empresas, incluindo a gigante de pesquisas Netscape. Com cada vez maiores dificuldades em competir com o browser gratuito mas closed-source da Microsoft, o Internet Explorer, a empresa tomou uma atitude ousada após terem lido o estudo de Raymond – tornaram-se opensource.

    O resultado foi o Mozilla, a base do muito conhecido browser Firefox.

    Qual foi então a influência de Raymond sobre o percurso de uma gigante das TI? Se tiver tempo, o estudo completo está disponível on-line, mas mesmo assim, Raymond resume muito bem as suas ideias num outro clip desta página.

    Resumindo, então, é assim que o opensource consegue tanto sucesso pois depende das centenas de contribuintes que alimentam a constante adaptação de um software. Este modelo peer-to-peer foi aplicado em esforços como a Wikipédia, Bit Torrent e até ao jornalismo civil.

    Tornar o Free Software

    apetecível

    – a mudança

    para o Open Source

    Apresente a ideia de 'software livre' ao CEO de uma empresa de sucesso e é provável que recuse ou chame os seguranças para o removerem do edifício. O software livre pode ser um panorama assustador tanto em nome e é por vezes demasiado idealista (em algumas) afirmações referentes à propriedade intelectual. Não é uma frase que diga 'invista em mim'.

    Foi assim que o opensource apareceu, quando aqueles que estavam interessados em ganhar a vida com software livre enquanto mantinham os seus princípios fundamentais, decidiram que tinham algo para dar. No clip a seguir, Eric Raymond e Larry Augustin debatem este ponto de viragem evolucionário, após o qual os movimentos opensource e software livre se separaram.

    O Linux chega às massas

    A relativa estabilidade e adaptabilidade do sistema operativo Linux cresceu exponencialmente de ano para ano. Embora não detenha uma fracção da penetração de mercado do sistema operativo Windows nas casas, cada vez mais servidores utilizam o Linux, e cada vez mais governos, empresas e instituições públicas estão a voltar-se para o Linux como uma alternativa viável ao software proprietário à medida que o tempo passa.

    Mas ninguém poderia adivinhar o sucesso de mercado que seria o Linux até que Larry Augustin tornou a VA Linux pública, quebrando recordes bolsistas no processo.

    Este clip final detalha a experiência e dará, a quem duvidar do potencial económico do software opensource, provas sólidas em como o Linux não é só para ideólogos e geeks. Veja por si próprio.

    O filme completo "Revolution OS", de J.T.S. Moore, Wonderview Productions, tem a duração de 1h 25' 9'' e teve a sua primeira publicação online a 24 Outubro de 2006.

    Conclusões

    – olhando o futuro

    O software opensource avançou muito em pouco tempo, e apesar de ser mal compreendido em alguns negócios, a sua adopção nos sectores públicos e privados cresceu rapidamente.

    Ao oferecer uma alternativa viável ao software proprietário, com as suas reservas inerentes a práticas monopolistas, código closed-source e frequentemente suporte técnico mau, o software opensource começa a entrar em negócios em todo o mundo. Alguns poderão defender que o browser proprietário Internet Explorer faz um melhor trabalho do que a sua alternativa opensource Firefox, e isto é apenas a ponta do icebergue.

    Governos inteiros estão a mudar para soluções opensource, tais como o do Brasil, para não referir as empresas de investimento e iniciativas para levar a informática a nações em desenvolvimento.

    O software opensource está a provar não ser apenas uma solução ética, mas sim pragmática e económica. Instituições do sector público entendem rapidamente que podem poupar milhões em taxas de licenciamento e suporte proprietário, e homens de negócios inteligentes estão a tirar partido das várias formas por que o software opensource pode ser rentabilizado com sucesso.

    O futuro dos negócios, parece, assenta sobre a partilha.

    Por: Robin Good*

    * Um site editado por David Leal. Adaptado para publicação na imprensa pel'"A Voz de Ermesinde"

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