Subscrever RSS Subscrever RSS
Edição de 31-03-2024
  • Edição Actual
  • Jornal Online

    Arquivo: Edição de 15-10-2008

    SECÇÃO: Tecnologias


    O Linux fez 17 anos

    foto
    O sistema operativo Linux, fez, no passado dia 5 de Outubro, 17 anos de idade.

    O kernel Linux foi, originalmente, escrito por Linus Torvalds do Departamento de Ciência da Computação da Universidade de Helsínquia, Finlândia, com a ajuda de vários programadores voluntários através da Usenet.

    Linus Torvalds começou o desenvolvimento do kernel como um projecto particular, inspirado pelo seu interesse no Minix, um pequeno sistema UNIX desenvolvido por Andrew S. Tanenbaum. Ele limitou-se a criar, nas suas próprias palavras, «um Minix melhor que o Minix» ("a better Minix than Minix"). E depois de algum tempo de trabalho no projecto, sozinho, enviou a seguinte mensagem para comp.os.minix:

    «Suspira pelos bons [velhos] tempos do Minix-1.1, quando os homens eram homens e escreviam os seus próprios "device drivers"? Está sem um bom projecto em mãos e deseja trabalhar num S.O. que possa modificar, de acordo com as suas necessidades? Acha frustrante quando tudo funciona no Minix? Chega de noite ao computador para conseguir que os programas funcionem? Então esta mensagem pode ser exactamente para si.

    Como eu mencionei há um mês atrás, estou trabalhando numa versão independente de um S.O. similar ao Minix para computadores AT-386. Ele está, finalmente, próximo do estado em que poderá ser utilizado (embora possa não ser o que você espera), e eu estou disposto a disponibilizar o código-fonte para ampla distribuição. Ele está na versão 0.02... contudo eu tive sucesso ao executar nele bash, gcc, gnu-make, gnu-sed, compressão, etc.».

    Curiosamente, o nome Linux foi criado por Ari Lemmke, administrador do site ftp.funet.fi, que deu esse nome ao directório FTP onde o kernel Linux estava inicialmente disponível (Linus tinha-o baptizado como "Freax", inicialmente).

    No dia 5 de Outubro de 1991 Linus Torvalds anunciou a primeira versão "oficial" do kernel Linux, versão 0.02 [ele nunca anunciou a 0.01 e, por isso, é esta versão que tem sido considerada o verdadeiro nascimento do Linux].

    Desde então muitos programadores têm respondido à sua chamada, e têm ajudado a fazer do Linux o sistema operativo que é hoje. No início era utilizado por programadores ou só por quem tinha conhecimentos, usavam linhas de comando. Hoje isso mudou, existem diversas empresas que criam os ambientes gráficos, as distribuições cada vez mais amigáveis de forma que uma pessoa com poucos conhecimentos consegue usar o Linux. Hoje o Linux é um sistema estável e consegue reconhecer todos os periféricos sem a necessidade de se instalar os drivers de som, vídeo, modem, rede, entre outros.

    NÚCLEO (KERNEL)

    O termo Linux refere-se, na verdade, ao núcleo (ou "cerne", "coração", do Inglês kernel) do sistema operativo. Também é usado, normalmente, pelos meios de comunicação e utilizadores, para referir-se aos sistemas operativos baseados no núcleo Linux agregado a outros programas. Segundo Tanenbaum e Silberschatz, um kernel ou núcleo pode ser considerado o próprio sistema operativo, quando este é definido como um gerenciador de recursos de hardware.

    O Linux é um kernel monolítico. Isto significa que as funções do kernel (agendamento de processos, gerenciamento de memória, operações de entrada e saída, acesso ao sistema de arquivos) são executadas no espaço do kernel. Uma característica do kernel Linux é que algumas das funções (drivers de dispositivos, suporte à rede, sistemas de arquivo, por exemplo) podem ser compiladas e executadas como módulos (LKM - loadable kernel modules), que são bibliotecas compiladas separadamente da parte principal do kernel e podem ser carregadas e descarregadas após o kernel estar em execução.

    Embora Linus Torvalds não tenha tido como objectivo inicial tornar o Linux um sistema portável, ele evoluiu nessa direcção. Linux é hoje, na verdade, um dos núcleos (kernels) de sistema operativo com mais portabilidade, correndo em sistemas desde o iPaq (um computador portátil) até o IBM S/390 (um denso e altamente custoso mainframe).

    De qualquer modo, é importante notar que os esforços de Linus foram também dirigidos a um diferente tipo de portabilidade. Portabilidade, de acordo com Linus, era a habilidade de facilmente compilar aplicações de uma variedade de códigos fonte no seu sistema; portanto o Linux originalmente tornou-se popular em parte devido ao esforço para que os códigos-fonte GPL ou outros favoritos de todos corressem em Linux.

    O Linux hoje funciona em dezenas de plataformas, desde mainframes até um relógio de pulso, passando por várias arquitecturas: x86 (Intel, AMD), x86-64 (Intel EM64T, AMD64), ARM, PowerPC, Alpha, SPARC, Amiga etc., com grande penetração também em sistemas embarcados, como handhelds, PVR, vídeo-jogos e centros multimídia, entre outros.

    TERMOS

    DE LICENCIAMENTO

    Inicialmente, Torvalds lançou o Linux sob uma licença que proibia qualquer uso comercial. Isso foi mudado de imediato para a Licença Pública Geral GNU. Essa licença permite a distribuição e mesmo a venda de versões possivelmente modificadas do Linux mas requer que todas as cópias sejam lançadas dentro da mesma licença e acompanhadas do código-fonte.

    SISTEMAS

    DE ARQUIVOS

    O Linux possui suporte de leitura e escrita a vários sistemas de arquivos, de diversos sistemas operativos, além de alguns sistemas nativos. Por isso, quando o Linux é instalado em dual boot com outros sistemas, como Windows por exemplo, ou mesmo funcionando como Live CD, ele poderá ler e escrever nas partições formatadas em FAT e NTFS. Por isto, live-Cds Linux são muito utilizados na manutenção e recuperação de outros sistemas operativos.

    Sistemas suportados: FAT, NTFS, JFS, XFS, HPFS, Minix, ISO 9660 (sistema de arquivos usado em CD Roms), SWAP, Unionfs, Squashfs, Tempfs, Aufs e os sistemas nativos Ext2, Ext3, Ext4 (dev), ReiserFS e Reiser4.

    SISTEMA

    OPERATIVO

    Logo que Linus Torvalds passou a disponibilizar o Linux, ou seja, na sua versão 0.02, já havia suporte ao disco rígido, ecrã, teclado e portas série, o sistema de arquivos adoptava o mesmo layout do Minix (embora não houvesse código do Minix no Linux), havia extensos trechos em assembly, e ele já era capaz de correr o bash e o gcc. «A linha guia quando implementei o Linux foi: fazê-lo funcionar rápido. Eu queria o kernel (núcleo) simples, mas poderoso o suficiente para correr a maioria das aplicações Unix», comentou Linus Torvalds.

    O próprio utilizador deveria procurar os programas que dessem funcionalidade ao seu sistema, compilá-los e configurá-los e, talvez por isso, o Linux tenha carregado consigo a etiqueta de sistema operativo apenas para técnicos. Foi neste ambiente que surgiu a MCC Interim Linux (Manchester Computer Centre), a primeira distribuição Linux, desenvolvida por Owen Le Blanc, da Universidade de Manchester, capaz de ser instalada independentemente num computador, e tentando facilitar a instalação do Linux.

    Desde o começo, o núcleo Linux incluía um sistema básico para chamadas do sistema e acesso aos dispositivos do computador. O núcleo de um sistema operativo define entre várias operações, o gerenciamento da memória, de processos, dos dispositivos físicos no computador e é uma parte essencial de qualquer sistema operativo utilizável. Contudo, para um sistema operativo adquirir funcionalidade são necessários também várias outras aplicações que determinam funções específicas que aquele sistema será capaz de desenvolver, as aplicações existentes num sistema operativo com a única excepção do núcleo são determinados pelo utilizador do computador, como por exemplo: interpretadores de comandos, gerenciadores de janelas, que oferecem respectivamente uma interface para o utilizador do computador, CLI ou GUI, e outros aplicativos como editores de texto, editores de imagem, programas de edição e execução de som, e, mas não necessariamente, compiladores.

    A maioria dos sistemas inclui ferramentas e utilitários baseados no BSD e tipicamente usam XFree86 ou X.Org para oferecer a funcionalidade do sistemas de janelas X — interface gráfica. Assim como também oferecem ferramentas desenvolvidas pelo projecto GNU.

    No momento do desenvolvimento do Linux, várias aplicações já vinham a ser reunidas pelo Projecto GNU da Free Software Foundation (‘Fundação Software Livre’), que embarcara num subprojecto que ainda continua, para obter um núcleo, o GNU Hurd. Porém, devido a várias complicações, o projecto GNU demorou em desenvolver o Hurd, e Stallman, dinamizador do projecto, acabou por adoptar o núcleo Linux como base para distribuir os programas do projecto GNU, não obstante diversas pessoas e instituições terem a mesma ideia. E assim várias distribuições começaram a surgir baseadas no núcleo desenvolvido inicialmente por Linus.(*)

    (*) Texto baseado numa entrada da Wikipedia, inspirado numa notícia do Slashdot, e adaptado para o Português europeu.

     

    Outras Notícias

    · A memória do rato

     

    este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu Este espaço pode ser seu
    © 2005 A Voz de Ermesinde - Produzido por ardina.com, um produto da Dom Digital.
    Comentários sobre o site: [email protected].