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    Arquivo: Edição de 30-06-2008

    SECÇÃO: Arte Nona


    Uma versão light dos Cahiers

    Talvez a mais importante (seguramente uma das mais importantes, pelo menos) revistas do género, “ Les Cahiers de la Bande Dessinée, criada por Jacques Glénat em 1971 e desparecida em 1990, era dedicada ao estudo e reflexão teórica sobre a Banda Desenhada, muito à semelhança do que eram para o Cinema os “Cahiers du Cinéma”. Publicou 89 números, os últimos dos quais já dirigidos por Thierry Groensteen.

    Entre os seus principais colaboradores encontrava-se o expert Henri Filippini, autor de “Guide de la bande dessinée pour la jeunesse”, Bordas, 2006.

    A “dBD”, que publica agora, em Junho de 2008, o seu 24º número, não é nem pouco mais ou menos o que eram os Cahiers [de la BD], mas ainda assim, tornou-se uma publicação incontornável do universo dos amantes e estudiosos da 9ª Arte. A revista, cuja redacção é igualmente em Paris, é dirigida por Frédéric Bosser, contando-se entre os seus redactores um tal Henri Filippini.

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    A revista não tem a profundidade das abordagens dos “Cahiers de la BD”, nem é esse, visivelmente, o seu propósito.

    Ligeiramente menos espessa que aquela (cerca de 100 páginas contra 116), mais ou menos, apesar do seu formato maior (os “Cahiers...” tinham uma altura ligeiramente menor que um A4, ao passo que a “dBD” tem uma largura ligeiramente superior, mais colorida – os “Cahiers...” só tinham cor na capa e não se destinavam ao grande público, ao passo que a “dBD”, muito colorida, mais do que uma revista de análise teórica, é uma publicação de informação, assente sobretudo na notícia, virada para a divulgação e, à partida, muito mais próxima do interesse dos editores envolvidos.

    Claro que também tem entrevistas (neste número, Violaine Joffart ouve e passa a escrito as palavras de Thierry Roland, comentador televisivo e bedéfilo, que fala das suas preferências, Edmond Baudoin, autor de “L’Arleri”, considerado o álbum do mês, é entrevistado por Frédéric Bosser, Philippe Djian, escritor, é também entrevistado pelo director da “dBD” a propósito de uma novela sua adaptada à Banda Desenhada, o cenarista Rodolphe (“Trent”) é igualmente objecto de entrevista pelo mesmo autor, que também neste número aborda Nicolas Dumontheuil (“Big Foot”), Christophe Arleston (“Les Légendes de Troy”), Alexis Laumaillé é ouvido por Brieg F. Haslé, e ainda o infatigável director de “dBD” conversa com François Guérif e Matz, co-directores de uma colecção de BD dedicada ao policial negro, lançada em conjunto pelas editoras Casterman e Rivages (esta uma especialista do género), e ainda com o desenhador Miles Hyman. Como vêem, motivos de interesse não faltam.

    Depois há o anúncio crítico dos álbuns, interminável – vê-se bem que este não é o nosso universo editorial: “L’Arleri” (Baudoin/Bayou), “La Légende du Changeling”, T. 1 (Dubois/Fourquemin), “Pauvres Zheros” (Pelot/Baru), “Les Tribulations du Choucas”, T. 2 (Lax), “Garrigue”, T.1 (Corbeyran/Berlion), “Après la Nuit” (Meunier/Guerineau), “Nuit de Fureur” (Hyman/Matz/Thompson), “Kenya” T. 5 (Rodolphe/Leo), “Sinbad”, T. 1 (Arleston/Alary), “Le Coeur dans un Écrin”, Contes et Légendes T. 3 (Battagia), “Big Foot”, T. 3 (Dumontheuil), “Les Yeux d’Edith” (Djian/Ryser), “Premières Fois” (Sibylline), “Pierre qui Roule” (Lax/Westlake), “Le Cabaret des Muses”, T. 4 (Smudja), “Un Tour en caravane” (Boudier), “Mise en Bouche” (Peyraud/Djian), “Les Orphelins du Reich”, Le Passeur, T. 1 (Verelst/Bingono), “Taiga Rouge”, T. 1 (Malherbe/Perriot), “La Main du Singe” (Laumaille), “Le Testament du Docteur M.” (Pecau/Damour), “Pattes D’Eph & Col Roule” (Neidhardt), “Le Gout du Chlore (Vives), “Conan Doyle” (Tramaux/Deubelbeiss), “Seuls”, T. 3 (Vehlmann/Gazzotti), “Les Marins Perdus” (Belin/Izzo), “La Celulle” (Costes/Long), “Le Chant des Sabres” (Ozanam/Tentacle Eye), “King david” (Ozanam/Singelin), “Le Portrait de Dorian Gray (Wilde/Gros), “Le Maillot Rouge” (Eskanazi), “Superdupont”, T. 6 (Lefred/Thouron), “Le Thrône d’Argile”, T. 3 (Jarry/Richemond//Caneschi/Pieri), “D. Day” (Godard/Marschall”, “Secrets Bancaires” (Richelle//Wachs), “Ferme 54” (Gal. Seliktar/Gil. Seliktar), “Armandis”, T. 4 (Tonton), “La Liste 66”, T. 3 (Stalner), “Pema Ling” T. 4(Bess), “Tsiganes” (Kkrist Mirror), “Les Nouvelles Aventures de Jésus” (Stack), “Assis Debout” (Plottes/De Raeve), “Brancaccio” (Stassi/Di Gregorio), “Jean Karta, Weimar” (Dal Pra/Torti), “Sans Pitié”, T. 3 (Genot/Pradelle/ /Thomas), “Carmilla” (Tierzo) e “Paul Klee” (Badoux).

    Guardado para o final está um de A a Z com Jean Graton, o criador e autor de Michel Vaillant, das aventuras automóveis.

    Jean Graton é o especialista na matéria, tendo criado um universo relativo ao desporto automóvel que nostraz desde os anos 50 até aos nossos dias (são mais de 70 aventuras). Nelas, além do principal herói vão aparecendo os seus pares do volante, Steve Warson e Julie Wood, que se tornou namorada deste, além de outras figuras da escuderia Vaillante e dos vilões adversários.

    Além das questões dos valores em discussão, a série tem um motivo de interesse adicional e iniludível, sobretudo para os interessados pelo desporto automóvel: o de permitir acompanhar a evolução dos conceitos aerodinâmicos nos últimos cinquenta anos, pois ao lado dos Vaillante, que vão ficando sempre à la page, vão desfilando sucessivamente os Ferrari, Porsche, Lotus, Matra, etc, etc., doutras eras até à actualidade. É o próprio Jean Graton que vai apresentando a série e vai comentando o seu desenvolvimento.

    Por: LC

     

     

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