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Edição de 31-03-2024
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    Arquivo: Edição de 15-04-2008

    SECÇÃO: Cultura


    Flores de Abril

    É Primavera, e Abril é desse tempo, tempo de encantamento e de sonho.

    As casas ainda cheiram a lavado, perfumadas de alecrim e alfazema para receber a visita pascal…

    É assim o campo, e todos os anos se repete, tal como todos os anos se festeja Abril...(...)

    (...)

    E as papoilas vermelhas entre o verde das searas, ou salpicando as margens dos caminhos junto dos malmequeres, das margaridas, das sete sangrias, das pequenas ervilhas selvagens.

    Abril dos cheiros, das cores, dos aromas e temperos, rosmaninhos, rosas, cravos...

    «(...)

    E quando agarro a madrugada

    colho a manhã como uma flor

    à beira mágoa desfolhada

    um malmequer azul na cor

    O malmequer da liberdade

    que bem me quer como ninguém

    o malmequer desta cidade

    que me quer bem que me quer bem!

    nas minhas mãos a madrugada

    abriu a flor de Abril também

    a flor sem medo perfumada

    com o aroma que o mar tem

    flor de Lisboa bem arrumada

    que mal me quis que me quer bem!»

    José Carlos Ary dos Santos

    foto

    «O cravo depois de sêco

    Senefica amôr perdido

    ainda creira não posso

    tirar de ti o sentido»

    Quadra popular dos Lenços de Namorados

    foto

    «Pintada no dourado das searas,

    frágil papoila rubra dos trigais,

    lembra um rubi em flor, é jóia rara,

    dançando ao som dos ventos estivais.

    Papoila, prisioneira do suão,

    cativa do chão seco onde se deita,

    irmã da triste espiga magra em pão,

    sofre com ela a dor de má colheita.

    Mas quando a aurora rompe em alvorada,

    as pétalas sedosas, encarnadas,

    plo espaço, vão libertas esvoaçando,

    E a humilde papoila colorida,

    é lágrima de sangue, dor sentida,

    que em desalento a terra vai chorando».

    Orlando Fernandes

    Por: Fernanda Lage

     

     

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